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Uma nova aliança político-partidária poderá alterar os rumos da eleição municipal do ano que vem no Paraná. A pedido do presidente Lula, vão começar os entendimentos entre o PDT do senador Osmar Dias e o PT (aliado do adversário governador Roberto Requião) com vistas à eleição de prefeitos e vereadores nos 399 municípios do estado, em 2008.

A primeira manifestação pública para que os dois partidos unam suas forças aconteceu na noite de terça-feira, no Palácio do Planalto, quando o presidente, reunido com a direção pedetista, lembrou a história dos dois partidos e as semelhanças ideológicas e programáticas que uniram, por diversas ocasiões, os seus fundadores: ele próprio, do PT, e Leonel Brizola, do PDT.

O senador Osmar Dias, presente ao encontro, vê possibilidades de aproximação das duas legendas no Paraná, muito embora considere que devam ser examinadas as situações peculiares a cada município.

O apelo de Lula parece ter sido feito sob encomenda para a situação paranaense. Embora aliado de Requião e participante de seu governo (detém duas secretarias estratégicas – Agricultura e Planejamento), o PT tem dado sinais evidentes de que não pretende manter a aliança na disputa municipal. Quer ficar longe da desgastada presença do PMDB e do seu principal líder. A eleição para a prefeitura de Curitiba e de outras grandes cidades do estado seguirá esta estratégia: o PT sempre terá candidato próprio e o PMDB, se quiser, o seu.

Por outro lado, o PDT de Osmar Dias, de olho nas eleições de 2010, que só pensava na possibilidade de renovar a aliança com o PSDB de Beto Richa para reconduzi-lo ao cargo, pode agora – sob as bênçãos de Lula – rever a posição.

Nas próximas semanas já será possível ver os primeiros resultados do apelo de Lula.

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Conselho não atendido

O governador Roberto Requião não seguiu o conselho da procuradora-geral do Estado, Jozélia Broliani, e sancionou ontem uma lei isentando do pagamento de pedágio os moradores dos municípios onde existam praças de cobrança. Calejada pelos muitos anos de experiência no assunto, Jozélia via na lei todos os defeitos possíveis, o que, fatalmente, no seu entendimento levará a Justiça considerá-la nula, mais dia menos dia. Por isso havia recomendado ao governador que não a sancionasse. Não adiantou.

As concessionárias – que acompanham o assunto desde que o projeto foi aprovado pela Assembléia – estão prontas para recorrer. E esperam que o resultado seja o mesmo que obteve em todas as demais pendengas judiciais que já tiveram com o governo – isto é, vão ganhar mais esta na Justiça.

Se a previsão se concretizar, será mais uma peça legislativa de Requião a enfeitar o colar das decisões nulas. A Justiça já declarou sem efeito de pleno direito, por exemplo, a lei estadual dos transgênicos, a que criava uma estação agroecológica no lugar da fazenda Syngenta e até mesmo o decreto que nomeou, em 2003, o então promotor Luiz Fernando Delazari para a Secretaria da Segurança.

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Olho vivo

Último dia 1 – Vence hoje o prazo que a Sanepar tem para pagar uma multa de R$ 1.210.000,00 que deve ao Ibama por desobediência a leis ambientais. A empresa já recebeu o boleto bancário respectivo, bastando-lhe proceder o depósito no Banco do Brasil. Com o comprovante em mãos, poderá excluir seu nome do Cadin – o órgão do Banco Central que, à semelhança do Seproc, pune quem não paga dívidas contraídas com o Tesouro Nacional.

Último dia 2 – A multa aplicada à Sanepar pelo Ibama data de 2002 e decorreu da exploração predatória do Aqüífero Karst, na região metropolitana de Curitiba. Na semana passada, a diretora de Meio Ambiente da Sanepar esteve em Brasília para tentar livrar a empresa do pagamento. Não conseguiu. O jeito é pagar, pois, caso contrário, a Sanepar continuará impedida de obter novos empréstimos ou firmar contratos que envolvam recursos federais.

Objetividade – Há um fato objetivo até agora não desmentido: o chefe de gabinete do prefeito Beto Richa recebia depósitos mensais em sua conta bancária referentes a trabalho não prestado pela sogra na Assembléia Legislativa. O prefeito, no entanto, voltou ontem, em entrevista, a dizer que tudo não passa de uma conspiração de adversários políticos para denegrir sua imagem. E esquece o fato objetivo.

Tratores – A Secretaria da Administração mudou o edital de registro de preços para a compra de 4 mil tratores lançado pelo governo. Havia a suspeita de que o edital, ao impor determinadas características aos equipamentos e condições às empresas distribuidoras, tinha a intenção de reduzir a concorrência a poucos privilegiados. Em nota, a secretaria esclarece que, numa segunda versão, o edital já não exige que os tratores tenham 9 marchas à frente e 3 à ré e nem que as distribuidoras tenham o mínimo de dez lojas no estado.

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"Requião ganhou mais uma derrota."

Do deputado Élio Rusch, ontem na assembléia, comentando o apoio do governador à chapa derrotada na eleição para a presidência da federação das indústrias do paraná (Fiep).

celso@gazetadopovo.com.br

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