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A Urbs deve lançar até o fim deste mês uma licitação para escolher a empresa que ficará responsável pela instalação e exploração comercial de televisores de plasma nos ônibus de Curitiba. A intenção é entrar em 2008 com o sistema funcionando em 600 veículos do transporte coletivo – um investimento de cerca de R$ 10 milhões, a ser custeado pela empresa que vencer a concorrência.

A partir de então, os quase dois milhões de passageiros que diariamente se utilizam dos ônibus formariam a massa de telespectadores obrigatórios de uma programação cultural e educativa, mas recheada de intervalos comerciais. Esta audiência será seguramente maior do que a da Televisão Educativa de Requião.

Quinze por cento do faturamento comercial serão repassados para a Urbs e 10% dos espaços da programação ficarão à disposição de material institucional produzido pela prefeitura.

Um exemplo de como funcionará o sistema foi mostrado pelo prefeito Beto Richa anteontem, quando a prefeitura expôs no Parque Barigüi os 135 novos ônibus – ligeirinhos, convencionais, biarticulados e microônibus – que vão entrar em circulação na cidade.

Foi uma surpresa: nem mesmo os empresários do transporte coletivo – donos dos ônibus – sabiam da inovação. Afirmam não terem sido consultados e reclamam não terem nenhuma participação na repartição dos eventuais resultados comerciais da televisão, embora devam zelar depois pela sua segurança contra vândalos e gatunos.

Porém, não é esse o fato mais preocupante. Mais preocupante é saber se o sistema não será usado para fins eleitorais. Afinal, 2008 é ano de eleição. E Beto Richa, candidato a permanencer no cargo, é dono de boa parte da programação. Logo, terá à sua disposição uma máquina de propaganda com a qual, certamente, não contarão seus adversários. E também não se sabe se a "emissora" ficará sujeita às regras rígidas da Justiça Eleitoral.

A Petrobrás e os pescadores

O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro decidiu que os pescadores artesanais fluminenses receberão da Petrobrás R$ 60 mil cada um pelos prejuízos que sofreram com a proibição da pesca na Baía da Guanabara, por apenas 45 dias, após o vazamento de um oleoduto ocorrido em 2000.

Enquanto isto, o TJ do Paraná condenou a Petrobrás a pagar cerca de R$ 16 mil para cada pescador por uma proibição que perdurou seis meses. Mas ainda há chance de corrigir a diferença: no próximo dia 18, ao julgar recursos, o TJ poderá rever para cima o valor da indenização. Estão tramitando 467 recursos, mas outros 320 ingressarão nos próximos dias. A correção da injustiça estará nas mãos dos desembargadores Luís Lopes, Nílson Mizuta e Marcos de Luca Fanchin, encarregados do julgamento.

Mais de três mil pescadores paranaenses também foram vítimas do vazamento de um duto da Petrobrás, na Serra do Mar, que emporcalhou três baías – Paranaguá, Antonina e Guaraqueçaba –, em fevereiro de 2001. Só nesse caso, considerando o valor mínimo, a Petrobrás já deve R$ 50 milhões aos pescadores – fora a condenação que já sofreu de financiar projetos de recuperação e educação ambiental no litoral. Coisa que pode passar de R$ 1 bilhão.

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Olho vivo

Recomeço 1 – Sérgio Botto deixou a Procuradoria-Geral do Estado, em março, por não suportar os "maus companheiros" que tinha no governo. Agora, nomeado pelo governador para a presidência do Conselho de Administração da Paranaprevidência, voltou a ter contato com os "maus companheiros". E a guerra entre os desafetos já recomeçou.

Recomeço 2 – Botto mandou investigar a regularidade da aposentadoria que o Ouvidor-Geral do Estado, Luiz Carlos Delazari, recebe como promotor aposentado. Cumpre ordens de Requião, pois o governador não suporta irregularidades no Ministério Público. Delazari está inconformado com suspeitas lançadas por Botto e ontem divulgou uma nota em que classifica a investigação como "uma aleivosia – nova diatribe factóide e inócua movida por ódios pessoais".

Ilha – O senador Flávio Arns – que está com um pé fora do PT – juntou-se ontem aos que defendem o deslocamento da nova praça de pedágio que o governo federal pretende implantar na BR-101 para depois da entrada de Guaratuba. Segundo ele, "a ANTT errou no cálculo das quilometragens ao apontar a divisa entre o Paraná e Santa Catarina como sendo no quilômetro 705 da BR-376, quando na verdade, ela está localizada no quilômetro 685", afirma. "Se este erro prevalecer, Guaratuba se transformará em uma ilha de pedágios."

Divisão – O PT paranaense se dividiu em quatro para eleger a sua nova direção. Na terça-feira à noite, último dia de prazo, foram registrados três candidatos a presidente estadual e quatro chapas. Os candidatos e suas respectivas chapas que concorrem em eleição direta são: o deputado federal Assis do Couto (Mensagem para Mudar o PT), o vice-prefeito de Sarandi José Aparecido da Silva (PT Militante e Socialista) e Gleisi Hoffmann (Construindo um Novo Brasil). A chapa Estrela da Gente irá apoiar Gleisi.

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"Uma proposta ridícula, defendida na Assembléia pelo deputado Romanelli como um arroubo de valentia do governo e que não deu em nada."

Do deputado Marcelo Rangel, ontem, sobre a fracassada participação da Copel no leilão do pedágio federal.

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