"Votação no Senado não se mistura com as eleições de 2010", disse ontem o senador Osmar Dias, líder do PDT, para explicar a adesão dos cinco senadores de sua bancada à candidatura de Tião Viana, do PT, para a presidência da Casa.

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Está certo o senador paranaense, candidato a governador do Paraná em 2010: uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa. Mas imaginemos o contrário: e se Osmar resolvesse trabalhar contra o interesse do PT de eleger o presidente do Congresso não correria o risco de cavar a má-vontade dos petistas de continuar embalando o sonho de apoiar sua candidatura ao governo estadual?

Sabe-se lá. Em política as coisas nem sempre são o que parecem. E o que parecem também nem sempre são definitivas. Tudo depende das conveniências do momento. Osmar, mais do que ninguém, sabe disso: quando era conveniente garantir o seu apoio para reeleger o prefeito de Curitiba, havia juras de que, em contrapartida, ele receberia o apoio do PSDB em 2010. O que parecia um compromisso firme desde 2004, começou a se desvanescer em outubro de 2008. E hoje já não passa de uma nuvem que se desmancha com os ventos novos impulsionados pelos 77% de votos de Beto Richa .

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Por isso mesmo, compreende-se que Osmar Dias – além de obedecer aos ditames da aliança federal entre PDT e PT – prefira honrar também a palavra que empenhou em dezembro de dar a Tião Viana os cinco votos da bancada pedetista. Está certo que, na época, Sarney, do PMDB, ainda não era candidato – mas o surgimento recente de sua candidatura não mudou a postura do PDT e de seu líder.

Nesse ponto Osmar lembra – num aparente recado indireto aos antigos companheiros de jornada no plano estadual – que "palavra dada tem de ser cumprida", assegurando definitiva e irrevogavelmente o compromisso de apoiar o petista Tião Viana.

Um gesto que certamente será lembrado pelo presidente Lula, que, em 2010, estará empenhado em eleger Dilma Rousseff para sucedê-lo no Planalto e ansioso por um palanque forte no Paraná para se contrapor ao tucano José Serra. Que, por sua vez, torce para que Beto Richa seja seu cabo eleitoral no estado – de preferência na condição de candidato.

Isso tudo pode explicar porque Osmar Dias está sendo tão enfático no apoio à pretensão do PT de ter um dos seus na presidência do Senado. Ou não. É como ele diz: uma coisa não tem nada a ver com a outra...

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Londrina, um tubo de ensaio

Caso não ocorra antes uma decisão do STF favorável a Antonio Belinati – que ganhou mas não levou a prefeitura de Londrina –, o terceiro turno para eleição da cidade deve ocorrer em março, no qual se enfrentarão os deputados Luiz Carlos Hauly (PSDB) e Barbosa Neto (PDT). A decisão final quanto à data será tomada pelo TRE na terça-feira que vem.

Mais do que entre os dois candidatos, o confronto transforma Londrina num laboratório para duas das maiores correntes políticas do Paraná, hoje teoricamente aliadas. Em favor de Hauly, o PSDB de Alvaro Dias e Beto Richa. Já apoiando Barbosa, o PDT de Osmar Dias. Todos eles pretendentes ao governo do estado em 2010. E logo muito interessados em garantir o comando do segundo maior colégio eleitoral do Paraná. De fato, um bom tubo de ensaio para todos.

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Olho Vivo

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Alívio

Leitores que notaram um erro aritmético cometido pelo colunista, ontem, respiraram aliviados: a data marcada para o fim do uso (e muitas vezes abuso) de carros oficiais por desembargadores não é o ano de 2040. É 2030! Uma década antes, felizmente. É nesse ano que o desembargador Marcus Vinicius de Lacerda Costa chegará à aposentadoria compulsória. Ele é o 39º e último da lista de desembargadores que, por regra de 2007, mantiveram o privilégio de ter carro e motorista exclusivos a seu serviço.

Crime zero

Logo logo o litoral será um paraíso na terra, tal o progresso que a Segurança Pública está operando por lá. Em 2008, o delegado que comandava a Operação Verão informava que a criminalidade havia caído 64% em relação à temporada de 2007. Ontem, o secretário da Segurança, Luiz Fernando Delazari, anunciou que em 2009 os índices já caíram em 20% frente a 2008. Se continuar nessa marcha, em pouco tempo a taxa chegará a zero! Deus permita.

Insolúveis?

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Quatro assassinatos e nenhuma solução. Esse é o quadro que o o presidente do PPS, Rubens Bueno, apresentou ontem ao procurador-geral da Justiça, Olympio de Sá Sotto Maior Neto. Vítimas desses crimes, o mais antigo ocorrido há exatos nove anos, foram filiados do PPS. A motivação teria sido política. Como a polícia quase nada desvendou, o PPS requereu ao Ministério Público que investigue e tome providências.