Olho vivo
Desculpe! 1
O deputado Ney Leprevost lavou a alma ontem no plenário da Assembleia. Foi à tribuna para aceitar o pedido de desculpas do deputado Cleiton Kielse, que em tumultuada sessão no mês passado o havia acusado de ter sido "comprado" por uma concessionária para não assinar o pedido de instauração da CPI do Pedágio. Chamado a dar explicações na Comissão de Ética e Decoro Parlamentar, Kielse desdisse a afirmação e pediu desculpas.
Desculpe! 2
Sem provas, estava arriscado à perda do mandato. Leprevost não nega que a família Almeida dona da pedageira C.R. Almeida tenha custeado parte de sua campanha em razão da "dobrada" que fez com Marcelo Almeida, candidato a deputado federal na eleição de 2010.
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A Câmara Municipal de Curitiba vota hoje o projeto que aumenta a concessão de títulos construtivos para garantir o financiamento da reforma da Arena da Baixada. A resistência à aprovação é grande, principalmente dos 18 vereadores que não foram reeleitos. A interpretação que se faz da atitude deles é de que, agora sem mandato, esta é a última oportunidade que têm para criar dificuldades e ganhar facilidades. Eles esperam respostas do atual e do futuro prefeito.
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Apesar da polêmica ética e administrativa que envolve a questão, há quem tenha uma visão mais pragmática e enxergue as coisas de modo mais catastrófico se o projeto não for aprovado. O raciocínio é o seguinte: se a Câmara não aprovar e o financiamento não sair, a Arena não ficará pronta. Se não ficar pronta, não haverá jogos da Copa em Curitiba. E sem jogos, todos os demais recursos do PAC da Copa que financia obras importantes específicos para dotar a cidade de condições para sediá-los seriam automaticamente cancelados.
São 14 os municípios paranaenses que serão dotados de aeroportos regionais de acordo com o programa de investimentos no setor que a presidente Dilma Rousseff anuncia hoje em Brasília. Fonte da Casa Civil da Presidência antecipa à coluna a lista das cidades: Ponta Grossa, Cascavel, Foz do Iguaçu, Londrina, Maringá, Paranaguá, Campo Mourão, Francisco Beltrão, Guarapuava, Toledo, Umuarama, União da Vitória, Bandeirantes e Pato Branco.
Do total de R$ 7,6 bilhões que o governo pretende investir em 270 aeroportos regionais em todo o país, o Paraná receberá R$ 345 milhões. Além da construção de novos ou modernização dos atuais, o governo concederá incentivos às empresas aéreas que se disponham a criar linhas regionais.
O programa faz parte do Plano de Infraestrutura e Logística. Na primeira etapa, foram anunciadas ações em ferrovias, rodovias e portos e agora chegou a vez dos aeroportos. As definições passaram pelas mãos do ministro da secretaria da Aviação Civil, Wagner Bittencourt, e frisou a fonte da ministra Gleisi Hoffmann, chefe da Casa Civil. O que faz supor que há mais aviões de carreira sobre os céus do Paraná do que sonha a vã filosofia.
Em casa onde falta o pão...
Em casa onde falta pão, todo mundo briga e ninguém tem razão. Nem sempre: há ocasiões em que os dois lados da discórdia têm razão, como observou ontem, bem-humorado, o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo politicamente distante dos dois briguentos. "Desde que a briga não acabe prejudicando os interesses do estado, é bom assisti-la de camarote."
É o caso do novo embate público entre o governador Beto Richa e o senador Roberto Requião. Eles trocam acusações em torno da autorização para que o estado contraia empréstimo internacional de US$ 350 milhões. O pedido do Paraná foi aprovado em todas as instâncias do governo federal ministérios da Fazenda, do Planejamento, Casa Civil e, por fim, pela presidente Dilma Rousseff, que o enviou ao Senado para dar o arremate na última terça-feira.
Na hora H, Requião, membro da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), travou o processo de votação e disparou: "Eu quero me recusar a votar um empréstimo que vai sobrecarregar o meu estado, sem ter a menor ideia do destino desse recurso. Coloco minha objeção, ao mesmo tempo que tentarei obstruir isso".
Richa respondeu: "É inaceitável essa atitude do senador e governador aposentado Roberto Requião contra o Paraná. Na mesma noite em que traiu o Paraná, ele votou a favor de empréstimos para o Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Ceará e Bahia. Só isso já mostra que ele é, sim, contra o Paraná."
Ontem, a assessoria legislativa do Senado Federal informou que Requião não tem razão em tudo: os senadores não podem interferir em decisões dos governos estaduais sobre a destinação de recursos. E recomendou que o processo tenha seu curso normal.
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