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Olho vivo

Gastão!

Dizem que o Brasil é o país da piada pronta: por gastarem demais e inadequadamente o dinheiro público, Dilma Rousseff pôs quatro ministros no olho da rua. Um dos punidos pelo delito foi o do Turismo, Pedro Novais, cuja mulher utilizava serviços de um motorista pago pela Câmara Federal. No lugar de Novais, o gastador, Dilma nomeou um Gastão – o maranhense Gastão Vieira...

Impasse 1

Reina silêncio absoluto de todos os lados sobre a questão do pedágio. Logo nos primeiros dias de governo, o secretário de Infraestrutura e Logística, Pepe Richa, anunciou o início de negociações com as concessionárias visando reduzir as tarifas. Nem as concessionárias se entusiasmaram com a ideia nem o governo federal, que é "dono" das estradas delegadas e pedagiadas pelo estado, se animou. E o assunto, hoje, parece esquecido.

Impasse 2

O impasse residiria num ponto do qual as concessionárias não demonstram vontade de abrir mão: elas pretenderiam prorrogar em mais 15 anos os contratos atuais (que terminam em 2023) em troca da diminuição das tarifas. O governo do estado teme o impacto político que sofrerá se aceitar esta proposta. Além disso, não pode fazê-lo unilateralmente – é preciso que o governo federal concorde. Já experiente no ramo do pedágio barato, o governo federal prefere esperar pelo fim dos contratos e, no futuro, mudar o modelo de concessão adotado no Paraná.

Tema dominante em qualquer campanha eleitoral e em qualquer lugar deste país carente de serviços de saúde pública, a construção de hospitais ga­­­nhou contornos fortes no Pa­raná quando, em 2006, o candidato à reeleição dizia nos palanques algo que levava o eleitor a acreditar que havia construído 41 hospitais públicos no estado. Os mais informados sabiam, contudo, que grande parte deles nem sequer havia saído da prancheta dos engenheiros.

Em todo o caso, a insistência na propaganda enganosa foi útil para dar ao candidato mais quatro anos de mandato, durante os quais se repetiu a lengalenga das realizações hospitalares. Vários foram inaugurados, alguns até por duas vezes. Mas bem poucos, até hoje, conseguem funcionar adequadamente.

Na campanha de 2010, o então candidato de oposição, Beto Richa, bateu na crítica e incluiu nas suas prioridades a conclusão das obras e a colocação dos hospitais em funcionamento pleno. E até propôs, para melhorar ainda mais o atendimento aos pacientes que precisassem de internação e não tivessem hospital próximo de suas residências, um serviço de remoções composto por cinco helicópteros-ambulância.

Transcorridos quase nove meses de governo, a precariedade da situação dos hospitais públicos do Paraná não chegou ainda a ser resolvida. Relatório do Tribunal de Contas, denúncias de pacientes e levantamentos realizados pelo Sindicato dos Servidores da Saúde mostram a realidade encontrada – e ainda não solucionada – em alguns dos principais estabelecimentos hospitalares públicos.

Um bom exemplo é o hospital pediátrico de Campo Largo: dos 146 leitos projetados, apenas 84 podem ser ocupados e não haverá possibilidade de expansão se não forem implantados equipamentos e contratados profissionais em número e especialização compatíveis. De suas cinco salas cirúrgicas, só duas podem ser utilizadas.

Outra grave situação é en­­­­contrada no hospital regional de Ponta Grossa. Persistem ainda os problemas constatados desde a sua inauguração: ra­­­­cha­­­duras nas paredes; lajes de resistência inadequada para instalação de equipamentos mais pesados; pisos inadequados; ventilação ineficiente; subdimensionamento de esgotos; salas de radiologia sem o necessário isolamento... Por tudo isso (e também porque continuam faltando servidores e equipamentos), apenas 32 dos 193 leitos estão disponíveis. A UTI e o centro obstétrico estão inativos.

É pouco o que já foi relatado? Há mais um caso emblemático: é o do Centro de Reabili­tação de Curitiba, o antigo hospital da APR, que nas promessas eleitorais figurava como um centro de referência semelhante ao hospital Sara, de Brasília, na área de traumatologia. Coisas elementares foram esquecidas ou mal feitas na construção.

O hospital não conta, por exemplo, com rouparia, almoxarifado ou mortuário. Além disso, a fraca estrutura predial não permite a instalação de autoclaves e outros equipamentos pesados. Isso tudo sem falar de infiltrações de umidade e emprego de materiais inadequados para instalações hospitalares. A situação é tal que até o Ministério Público já foi acionado para responsabilizar quem tocou a obra.

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