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Notas

Resistência 1

Acossado pelo grupo de peemedebistas que tem pressa em fazer aliança com Luciano Ducci, o pré-candidato do partido, Rafael Greca, resiste bravamente a renunciar à sua candidatura a prefeito. Além de acreditar na sinceridade do patrocínio que lhe dá o senador Roberto Requião, Greca espera dar definitivamente a volta por cima no próximo dia 10, quando o PMDB realizará encontro nacional em Curitiba. Entre outros notáveis que já confirmaram presença está o vice-presidente da República, Michel Temer.

Resistência 2

Greca tem certeza de que, nesta ocasião, diante de um auditório numeroso e decisivo, receberá a unção final e definitiva de sua candidatura, dependendo apenas da confirmação formal que a convenção da legenda fará em junho. Não se importa com as pesquisas que o colocam na rabeira das preferências ou, pior, nem citam seu nome entre os concorrentes. Sabe, contudo, que até lá seus adversários internos não vão descansar.

Resistência 3

As últimas notícias dão conta de que o prefeito Luciano Ducci se encarregou pessoalmente da tarefa de convencer Requião a mudar de ideia e abandonar o pupilo. Entre outros argumentos, o fato de que ele, Luciano, apoiou Requião na eleição para governador em 2006. Em troca, ao invés de um tucano ou de nomes de quaisquer outros partidos, será do PMDB a vaga de vice da chapa oficial. No caso, do deputado que mais vem se empenhando em tirar Greca da jogada, Reinhold Stephanes Jr.

O PSDB faz reunião nesta segunda-feira para decidir o futuro do vereador João Cláudio Derosso. A intenção anunciada é a de expulsá-lo do partido para não dar milho para o cavalo do bandido durante a campanha eleitoral. Expulso em nome da honradez da legenda, que poderá então se dizer intransigente com quem macula seus primados de amor à ética, os tucanos pretendem na verdade se ver livres da pecha de que mantiveram o indigitado em seus quadros enquanto puderam.

Mas tem um problema levantado com inteligência por alguns mais moderados: solução tão radical pode atiçar o ânimo vingativo de Derosso que, não tendo agido sozinho e tendo sido por tanto tempo tão prestigiado pelos maiores próceres do partido, pode causar estragos ainda maiores à dura tarefa que o governador Beto Richa impôs – isto é, reeleger o prefeito Luciano Ducci a qualquer custo – se resolver abrir a boca e contar tudo o que sabe.

Vai daí, então, que nos últimos dias se procurava um meio termo de modo a que a infelicidade do ex-presidente da Câmara não fosse tão profunda a ponto de prejudicar ainda mais o projeto principal. Buscava-se um acordo e, como se sabe, acordo só é bom se for bom para ambas as partes.

Tudo porque, se expulso do PSDB, Derosso perderia também sua cadeira de vereador. Então, melhor que expulsá-lo, é convencê-lo a se antecipar à decisão e tomar a iniciativa "voluntária" de se desfiliar. Com isso, sem partido, Derosso perde o direito de concorrer à reeleição mas, em compensação, preserva até o fim o atual mandato. Menos humilhado e menos infeliz, menos problemas na campanha – este é o raciocínio dos que, ainda na noite da última sexta-feira, trabalhavam para conseguir esse resultado. A ser conferido neste fim de semana ou, no máximo, até minutos antes do início da reunião desta segunda.

O suplente de Derosso

Enquanto isso, porém, na expectativa da expulsão e da consequente abertura da vaga, o suplente Edson do Parolin já dava entrevistas. Candidato a vereador pelo PSDB em 2008 pelo PSDB, obteve quase cinco mil votos no bairro do Parolin graças ao trabalho que realiza lá como presidente da associação local.

Falou para o site Vanguarda Política com surpreendente sinceridade, a ponto de não negar que foi lançado pelo deputado tucano Ademar Traiano (líder do governo na Assembleia ), mas que agora sequer pretende vê-lo por perto. "Quando ele precisava de votos, ele vinha aqui. Depois de eleito, nunca mais apareceu pra saber se a gente precisava de alguma coisa".

Para ele, nem Beto Richa nem Luciano Ducci o empolgam como políticos ou administradores e, por isso, não se vê comprometido com eles. Em compensação, "pra nós, abaixo de Deus está a dona Fernanda Richa". É à primeira-dama que ele confere todos os méritos pelos benefícios que o Parolin recebeu nos últimos anos – do asfalto em algumas ruas, posto de saúde, moradias... "Nós vamos votar em quem a nossa madrinha mandar", diz Edson.

Ele confessa: não sabe o que faz um vereador, mas sabe o que pretende fazer na Câmara se assumir a vaga de Derosso – quer lutar pela igualdade social, único caminho, segundo ele, para vencer a droga, a prostituição e outros males que afetam o povo pobre da vila Parolin.

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