No princípio, eram nove as pesquisas previstas até a véspera da eleição do dia 3 no Paraná, conforme mostrava, de manhã, o site do TRE na página de avisos de registros. À tarde, já eram apenas sete. Quantas sobreviverão até lá? Não se sabe.
Isso vai depender da disposição da coligação Novo Paraná de impugnar uma ou mais das sondagens que restaram desde que, ontem à tarde, o TRE concedeu liminar a um pedido seu suspendendo o Datafolha/RPC que seria divulgado provavelmente amanhã. Uma outra sondagem, limitada apenas ao município de Cianorte e que seria feita pelo Instituto Brasil, também foi suspensa.
Até as 19 horas de ontem permaneciam ainda válidos os registros de uma outra pesquisa Datafolha para divulgação no sábado e também duas rodadas do Ibope/RPC, duas do Instituto Alvorada e duas do Radar.
A expectativa é grande. Nunca antes na história das eleições paranaenses houve um apagão tão grande a embaçar o direito à informação e natural curiosidade popular. Antes das duas impugnações de ontem, outras três já haviam acontecido na semana passada, atingindo os três maiores institutos do país Vox Populi, Ibope e Datafolha.
À curiosidade quanto aos sonegados índices de preferência alcançados pelos candidatos soma-se outra. É que até agora não foi respondida a pergunta que não quer calar: por que querem barrar a divulgação das pesquisas?
"Cobaias da desinformação"
O Datafolha ainda tenta na Justiça Eleitoral liberar suas pesquisas. Ao mesmo tempo, porém, reage indignado contra as proibições. Veja a nota publicada no jornal Folha de S.Paulo de ontem, assinada pelo diretor do instituto, Mauro Paulino:
"Enquanto o PT vociferava contra os excessos da imprensa, o PSDB opunha-se concretamente ao direito constitucional de livre acesso à informação, censurando divulgações de pesquisas no Paraná.
A pedido do candidato tucano Beto Richa, os juízes do TRE local proibiram os institutos de divulgar seus resultados.
A decisão transforma o Paraná em um sombrio laboratório da classe política em seu anseio de reservar essas informações apenas para consumo próprio.
Aos eleitores, cobaias da desinformação, oferecem em troca a boataria das porcentagens."
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Olho vivo
Tô fora
O confuso e conflagrado PRTB, que já trocou e destrocou de candidato a governador nessa eleição, agora perde o seu vice. O TRE homologou a renúncia, ontem, de Celso Luiz Carazzai de Matos, que fazia dupla com Robson Cordeiro de Paula. Dias atrás, Robson havia sido substituído por Ella Teixeira na disputa ao governo, mas, corajosamente, conseguiu judicialmente reverter a decisão partidária que o alijara da posição. Entusiasmado com a própria campanha, o candidato foi um dos que impediram a divulgação de um Ibope na semana passada porque o instituto não o colocou entre os que concorreriam ao segundo turno.
Fraternidade
O senador Alvaro Dias ocupou a tribuna do Senado, ontem, para, outra vez, declarar voto ao irmão Osmar. Em discurso aparteado pelo colega Eduardo Suplicy, Alvaro não mudou o argumento que, na semana passada, usou para abandonar a posição de neutralidade que vinha mantendo na campanha paranaense: por questões familiares, não poderia ficar indiferente aos ataques que o irmão vem sofrendo do adversário.
Assombração 1
A possibilidade de um segundo turno na eleição presidencial assombra a coligação "A união faz um novo amanhã". Se a petista Dilma Rousseff está caindo nas pesquisas, esta queda afeta também o candidato a governador que ela apoia, Osmar Dias? Segundo o Datafolha* divulgado ontem, ela está apenas dois pontos à frente da soma dos demais candidatos. A Região Sul (o que, obviamente, inclui o Paraná), registrou sua maior queda: há 15 dias, tinha 43 pontos; na sondagem de ontem, apareceu com 39.
Assombração 2
Serra e Marina ficaram nos mesmos lugares (35% e 10% respectivamente) nas duas rodadas. O que cresceu foi o índice de indecisos, que de 11 passou para 15%. Até parece que o eleitor que abandonou Dilma não escolheu outro candidato. Estas mudanças de humor em relação à candidata petista de que modo afetam a campanha de Osmar?
* As duas pesquisas do Datafolha citadas foram realizadas, respectivamente, entre os dias 21 e 22 e em 27 de setembro, registradas no TSE sob os números 31.330/2010 e 32.913/2010.
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