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O senador Alvaro Dias já estaria mesmo com um pé fora do PSDB. Mas, ao contrário das primeiras ilações que davam conta da possibilidade de voltar para o partido em que nasceu politicamente, o PMDB, seu destino seria o PTB. Seu interesse em filiar-se à sigla presidida pelo ex-deputado Roberto Jefferson foi informado no início da semana à direção nacional pelo deputado estadual Fábio Camargo.

Jefferson imediatamente iniciou consultas aos principais líderes petebistas do Paraná quanto à conveniência de aceitar Alvaro em suas fileiras. Um dos consultados foi o presidente do diretório estadual, deputado Alex Canziani – que, aliás, ficou aborrecido com a iniciativa do deputado Fábio Camargo de levar o assunto à direção nacional sem antes debater em nível regional.

Em todo o caso, a questão já está sob exame acelerado. Mas há resistências internas: uma forte ala do PTB paranaense argumenta que, embora sendo um quadro importante para melhorar as chances de crescimento da sigla no estado, a filiação de Alvaro pode representar uma espécie de "cavalo de tróia", já que ele poderia trazer na barriga o acordo branco que, segundo se comenta, engendra com Requião para ser seu candidato a governador em 2010.

Os últimos movimentos do senador Alvaro Dias são acompanhados também com apreensão por outras siglas. Ontem, o presidente do diretório do PDT curitibano, vereador Jorge Bernardi, classificou como um "atraso político" a provável aliança dele com Requião. Não custa lembrar: o PDT é presidido no Paraná pelo senador Osmar Dias, irmão de Alvaro e também candidato a governador em 2010.

O vereador acha absurda a proposta de Alvaro de romper a aliança tucana com o PDT em nome do projeto pessoal de disputar o governo paranaense.

12 mil cartões e 37 mil viagens!

A Secretaria da Administração corrige nota publicada na coluna domingo passado: não foi de R$ 5.191.400,00 o gasto de nove secretarias com cartão corporativo para cobrir despesas de viagem de funcionários no primeiro semestre deste ano. Considerando todo o governo, o gasto foi maior: R$ 5.895.145,49.

A secretaria responde também à pergunta feita domingo pela coluna: "Por que se viaja tanto, se come tanto e se hospeda tanto neste governo?". Porque, segundo a longa nota explicativa, "é praxe e é necessidade, em qualquer organização, pública ou privada, o deslocamento de profissionais e de funcionários para efetuar algum tipo de serviço fora de sua localidade ou sede".

Acrescenta números interessantes: "Durante o período de janeiro a julho (seis meses e meio) foram realizadas 36.932 viagens. Dentro do Estado do Paraná existem atualmente 12.000 cartões corporativos. Utilizam-se da Central de Viagem todos os órgãos públicos da administração direta e autárquica. A média de gastos durante os primeiros meses de 2007 foi de R$180,00 por viagem". Segundo ainda a secretaria, há total transparência. nos gastos e absoluto controle das despesas realizadas por meio de cartões.

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Olho vivo

Contribuição 1 – O tesoureiro do PMDB paranaense, deputado Rodrigo Rocha Loures, está em Londres. Pela internet, tomou conhecimento do desassossego – registrado ontem nesta coluna – de funcionários que ocupam cargos de confiança que se dizem constrangidos a contribuir financeiramente para o partido. Abordados por militantes peemedebistas, os servidores, com medo de eventuais represálias, assinam autorizações para débito em conta em valores que variam de R$ 70,00 a R$ 150,00 mensais.

Contribuição 1 – Rocha Loures diz que ninguém precisa ter medo e assegura que nenhum servidor será promovido por contribuir ou demitido por não fazê-lo. Também desautoriza os que, em nome do PMDB, estejam fazendo ameaças, ainda que veladas. "Só devem contribuir os filiados ao partido; quem não for filiado está livre desta obrigação", esclarece.

Obras – A Secretaria de Obras serve para fazer obras e a Secretaria da Educação, para educar, certo? Não necessariamente: pelo Decreto 1.148, assinado pelo governador no dia 11, a Secretaria de Obras não entra quando se tratar de construções e serviços de engenharia na área educacional. A própria Secretaria da Educação é que responderá diretamente pela área – que, aliás, movimenta milhões de reais todos os anos.

Saia-justa – Às vésperas de receber Lula no Paraná, Requião chamou o ex-deputado paulista Plínio de Arruda Sampaio, presidente da Associação Brasileira da Reforma Agrária, para falar na "escolinha" de ontem. Ex-petista (desfiliou-se por não concordar com os rumos do partido que ajudou a fundar), Sampaio desancou Lula e criticou o fracasso do seu governo em relação à reforma agrária. Para visível constrangimento dos petistas que integram o governo, em nome da aliança de Requião com Lula e com o PT, como os secretários do Planejamento, Ênio Verri, e o da Agricultura, Walter Bianchini.

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"Não há um só grande projeto do governo sendo executado. O governador ainda não encontrou o objetivo deste segundo mandato."

Do líder da oposição na Assembléia, deputado Valdir Rossoni, ontem, no encerramento dos trabalhos antes do recesso parlamentar.

celso@gazetadopovo.com.br

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