O senador Alvaro Dias ainda tem mais sete anos de mandato a cumprir. Situação que outros políticos considerariam confortável, pois os desobrigaria de pensar no futuro de curto prazo. Mas com Alvaro é diferente: mantém os hormônios em ebulição permanente, sempre pensando no amanhã e não no depois de amanhã.
Nem distante
O secretátio-geral do PPS, Rubico Camargo, contesta informação publicada nesta coluna: o suplente de vereador Diogo Bussi, do seu partido, não é seu sobrinho, “nem mesmo distante”. Bussi pretende assumir a vaga do vereador Paulo Rink que, com a anuência dos dirigentes partidários (dentre os quais, Rubico) deixou o PPS para se filiar ao PR. Como a legislação prevê que nas eleições proporcionais as vagas pertencem às legendas e não aos candidatos eleitos por elas, a cadeira de Rink está sendo requisitada por Bussi, que se tornou primeiro-suplente desde a desfiliação de Renata Bueno, atualmente no Parlamento italiano.
Tenda 1
Começa a sair das sombras da clandestinidade um esquema cibernético especializado em atacar adversários do governador Beto Richa. Sob o nome de Tenda Digital – pensada inicialmente como ferramenta do PSDB Jovem para atuar nas campanhas eleitorais via redes sociais –, o esquema empregaria um bom magote de servidores comissionados encarregados de produzir e difundir ataques ofensivos a críticos do governo. Jornalistas, blogs e políticos de oposição (e às vezes até de situação, quando incômodos) seriam as vítimas preferenciais e constantes da atuação do grupo.
Tenda 2
O deputado João Arruda (PMDB) formalizou denúncia sobre a existência da Tenda Digital durante sessão da CPI dos Crimes Cibernéticos da Câmara Federal, na última quinta-feira. Mas o assunto não é novo: em 2013, a Justiça Eleitoral já havia reconhecido sua existência quando mandou tirar do ar um site denominado “Gleisi não”, criado para atacar a senadora e ex-ministra da Casa Civil Gleisi Hoffmann, então às voltas com a polêmica dos empréstimos da União ao Paraná. Descobriu-se na época que o gestor do site trabalhava na secretaria de Comunicação Social.
Dias contados? 1
O decreto 2.095/15 levou apenas dez dias para começar a fazer água. Dois pequenos credores do governo estadual conseguiram derrubar na Justiça a eficácia do dispositivo que determinava que qualquer dívida superior a R$ 13 mil entraria imediatamente na fila dos precatórios. As decisões foram do juiz Cesar Ghizoni, da 15.ª Vara da Fazenda Pública. O juiz entendeu que a matéria deve ser tratada por lei e que o “malsinado decreto” usurpou a função legislativa.
Dias contados? 2
Ofendida, a Assembleia tentará dar o troco esta semana: a oposição apresentará projeto de decreto legislativo para sustar o decreto de Richa. Se depender das manifestações do líder governista Luiz Claudio Romanelli, não é improvável que o governo perca a batalha.
Ainda não decidiu nada de modo definitivo, mas aos que com ele convivem politicamente têm manifestado duas coisas: 1) sua intenção de se desfiliar do PSDB; e 2) candidatar-se em 2018 à Presidência da República ou ao governo do Paraná por uma nova legenda que lhe dê espaço e força.
As duas ideias, claro, estão interligadas. E partem de convicções conhecidas até pelo petit-pavê da rua Quinze em Curitiba ou pela grama da praça dos Três Poderes em Brasília: Alvaro já há anos não se sente confortável no PSDB paranaense, maltratado e preterido em duas eleições consecutivas e só aceito como candidato à reeleição para o Senado na chapa de Beto Richa em 2014 em razão de ser o único nome capaz de representar um contraponto à mediocridade dos quadros locais. No plano federal, frustra-se com o comportamento do partido, ora por não ter discurso de oposição claro e definido, ora por vê-lo dividido por antagonismos e ambições pessoais de seus principais líderes. Em resumo: percebeu não haver espaço para ele no tucanato local nem no nacional.
A tendência é mesmo a de se abrigar numa outra sigla que o apoie na construção de um dos dois projetos que alimenta: candidatar-se ao governo do Paraná ou à Presidência da República. Tudo leva a crer até agora que seu destino seja mesmo o PSB do falecido ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, morto num acidente de avião durante a campanha presidencial do ano passado.
Mas Alvaro ainda recorre aos seus botões para tomar a decisão que não surgirá numa hora qualquer – procurará, antes, sentir o momento político mais propício para anunciar seus próximos passos.
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