O presidente Lula abriu dois programas para dinamizar a economia e ajudar os estados que sofrem com a crise financeira internacional. O governador Roberto Requião esnobou os dois – mas agora, aconselhado por assessores de bom senso (eles existem!) começa a rever sua posição.

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Um dos programas é o "Minha casa, minha vida" – aquele que ambiciosamente pretende construir 1 milhão de habitações populares no país. Além de enfrentar o problema da moradia, a iniciativa visa abrir vagas na construção civil para combater o maior mal da crise, o desemprego.

Outro foi a abertura de uma linha especial de financiamento aos estados, com recursos do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador) visando a compensar os estados que tiveram queda de receita com a diminuição do IPI decretada pelo governo federal sobre automóveis e eletrodomésticos. São R$ 4 bilhões que devem ser repartidos com os estados na proporção das perdas de arrecadação sofridas por cada um. Ao Paraná caberiam cerca R$ 140 milhões para aplicação em projetos de investimento – um bom volume de recursos para quem pouco investiu em obras de infraestrutura.

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Pois bem: tempos atrás, diante da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, que veio lançar o "Minha casa..." em Foz do Iguaçu, Requião afirmou que o Paraná não participaria do programa. Alegou que, na verdade, o programa faria a felicidade apenas dos empreiteiros, pois o custo de construção previsto para as casas era o dobro do que ele, Requião, conseguiria fazer se tivesse a liberdade de usar os recursos segundo seus próprios critérios. Segundo ele, com R$ 1.200 o metro quadrado dá pra comprar apartamento de luxo no Batel.

Assessores dizem a Requião para não recusar ofertas do governo federal

Quanto à oferta dos R$ 140 milhões – um empréstimo que poderia pagar em dez anos com juros subsidiados e com um ano de carência – considerou-a como uma "esmola". Mais: o Paraná estaria tão bem de finanças que o dinheiro seria perfeitamente dispensável. Bem ao contrário, aliás, do rico São Paulo, onde o governador José Serra imediatamente se inscreveu para pegar os R$ 36 milhões (um quarto do que cabe ao Paraná) a que seu estado tem direito.

Nos últimos dias, porém, aconselhado por alguns secretários e assessores mais próximos, Requião começa a mudar de ideia. Até para não repetir aquela história da construção do cais oeste do Porto de Paranaguá, para a qual dispunha de mais de R$ 100 milhões do governo federal a fundo perdido: devolveu o dinheiro e o cais não saiu!

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Segundo se informa, o governador já mandou que se faça a adesão do Paraná no progama "Minha casa", obedecendo a todas as normas estabelecidas por Brasília. E também já mandou providenciar os papéis para se habilitar ao empréstimo de R$ 140 milhões do FAT.

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Olho vivo

Plena esperança 1

A corretora Plena – aquela que detinha o seguro de vida dos funcionários da prefeitura de Curitiba – ainda não se conformou com o fato de ter sido substituída por outra corretora. Ela foi afastada em março passado após a série de denúncias envolvendo negócios do empreiteiro Alberto Klaus (ex-presidente municipal do PP) com a prefeitura. A Plena tem entre seus diretores Muriel Klaus, filho do empreiteiro.

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Plena esperança 2

No mês passado, a corretora tentou na 4ª Vara da Fazenda Pública obter o direito de continuar recebendo comissões sobre as apólices que vendeu aos servidores municipais durante o período em que era contratada pela prefeitura. A juíza Vanessa Camargo, em liminar, negou o pedido constante da Ação Inibitória nº 53.198 impetrada pela empresa. Inconformada, a Plena voltou à carga, envolveu o tribunal e Justiça e agora está à espera de uma decisão que parece ter tudo para lhe ser positiva.

Fora da linha

O PT municipal questiona a inauguração amanhã de uma nova linha do transporte coletivo de Curitiba sem a correspondente licitação. Os ônibus ligarão o Pinheirinho à Praça Rui Barbosa no trajeto da Linha Verde, transportando cerca de 26 mil passageiros/dia. A prefeitura responde que a nova linha será operada pela mesma empresa que já atende a região até que seja realizada a licitação geral para todo o sistema.