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Errado 1

O Centro de Reabilitação do Paraná é, como o nome diz, um hospital de reabilitação e não de socorro imediato a pessoas que tenham sofrido algum traumatismo. Socorro imediato para esses casos, em Curitiba, é oferecido pelos hospitais Cajuru e do Trabalhador. Quem faz este esclarecimento é o secretário da Saúde, Gilberto Martin, quando questionado sobre o que muitos consideram ser deficiências no moderno Centro de Reabilitação inaugurado pelo governo, no bairro do Cabral.

Errado 2

A partir desse esclarecimento, conclui-se que o governador Roberto Requião, quando caiu do palanque e quebrou o pé, procurou socorro no hospital errado. Chegou no Centro de Reabilitação e encontrou o aparelho de raio-x parado (ainda falta completar o isolamento de chumbo da sala, explicou Martin à coluna). Requião ficou nervoso. Se estivesse melhor informado, deveria ter procurado um pronto-socorro.

Errado 3

Amanhã, a comissão de Saúde da Assembleia realizará a sessão que estava inicialmente marcada para ontem e à qual o secretário Gilberto Martin deveria ter comparecido. Na de amanhã, segundo informa o presidente da comissão, deputado Ney Leprevost, o secretário não poderá estar presente, mas irá no seu lugar um técnico. Vai explicar o problema desse raio-x, do não funcionamento do tomógrafo do hospital de Paranaguá e das obras inacabadas do de Guaraqueçaba.

O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, presidente estadual do PDT, esteve ontem em Ponta Grossa para inaugurar a Agência do Trabalhador na cidade. Em ocasiões como esta, o que não falta é discurso político – especialmente quando está presente um candidato a governador, no caso o senador Osmar Dias, do mesmo partido do ministro. Lupi fez o seu discurso e foi incisivo: "A candidatura de Osmar é irreversível, prioridade absoluta do PDT nacional; Osmar, aliás, já é o virtual governador", disse ele.

Para quem vinha sofrendo o abandono da antiga aliança oposicionista que havia se comprometido em 2008 em manter seu nome como candidato em 2010; e para quem vem percebendo que a oferta de apoio do PT lhe escapa pelos vãos dos dedos – Osmar Dias ouviu as palavras do ministro como se fosse uma alegre canção.

Basta? O problema é que, só com o PDT (assim como aconteceria se fosse só com o PT), a candidatura não alcançaria musculatura suficiente para ser competitiva diante do tratoraço promovido pelo que se vislumbra ser o seu futuro adversário, o prefeito Beto Richa, do PSDB. Logo, para Osmar se viabilizar como candidato, restam-lhe poucas alternativas de aliança ou, então, a de definir-se logo pelo abraço com o PT.

Também não é assim tão simples. Nem fortes alas do PT admitem apoiar alguém que mais representa o agronegócio e que fustiga o MST, nem o agronegócio aceita vê-lo aliado de grupos que identifica como seus inimigos, quer pelo apoio (ou consentimento) que dão às invasões de propriedades quer pela defesa de medidas ambientais radicais que prejudicam a agricultura.

E o que fazer nessa altura dos acontecimentos? Nada, a não ser esperar pelas águas de março – mês a partir do qual todos os políticos dizem que as coisas começarão de fato a se definir. Ainda ontem, por exemplo, a presidente estadual do PT, Gleisi Hoffmann, avisou que a política de alianças do seu partido só será discutida e definida bem depois do carnaval.

Também o DEM – ou melhor, seus deputados federais e estaduais – decidiu ontem que será em junho, na convenção do partido, a definição sobre com quem ficarão. Por enquanto, a posição dos parlamentares, signatários de uma nota oficial divulgada logo após a reunião do diretório estadual, é de trabalhar "incessantemente para manter a aliança estadual com os mesmos partidos que estiveram juntos nas eleições de 2006 e 2008."

Ou seja, os parlamentares democratas pretendem que o PDT de Osmar Dias continue integrando a frente – muito embora todos saibam que nesta frente há pelo menos dois outros pretendentes, o senador Alvaro Dias e o prefeito Beto Richa, ambos do PSDB. Sabem, também, que Richa mandou semear a cizânia dentro do DEM.

O deputado demo Alceni Guerra, secretário municipal do Planejamento, foi o encarregado de cumprir esta tarefa e o fez desmentindo que houvesse qualquer compromisso com Osmar Dias e com declarações em favor da adesão dos democratas à candidatura do prefeito. Apesar de desautorizada pelo presidente nacional democrata, deputado Rodrigo Maia, a estratégia a que Alceni serviu foi parcialmente vitoriosa – a ponto de o partido, antes firme com Osmar, jogar a decisão para junho.

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