Olho vivo
Caixa 1
O Tribunal Regional Eleitoral (TRE) julga depois de amanhã um processo importante aquele em que o ex-prefeito Beto Richa e o atual, Luciano Ducci, respondem por suposto uso de caixa 2 na campanha de 2008. É a segunda vez que o assunto entra na pauta de julgamentos. A primeira foi há três semanas, quando um juiz viajou, outro teve dor de barriga, um terceiro assumiu compromisso diverso e a sessão teve de ser adiada por falta de quórum.
Caixa 2
O PRTB espera que, desta vez, o problema não se repita. Foi este partido que ingressou com representação contra o ex-prefeito e seu então vice ao perceber que um detalhe não havia sido resolvido quando eles foram absolvidos da acusação de que teriam participado da "compra" de candidatos a vereador do PRTB (coligado com o PTB, que tinha candidato a prefeito) para que desistissem da disputa e os apoiassem. A operação de "compra", com dinheiro vivo, foi filmada dentro de um comitê mantido com recursos do PSDB. Inquérito conduzido pelo Ministério Público Eleitoral confirmou a operação.
Caixa 3
Tá bem: diretamente, Richa e Ducci nada tiveram a ver com as constrangedoras cenas do pagamento aos trânsfugas do PRTB mostradas no Jornal Nacional. Mas, de onde vinha o dinheiro? Ficou claro que vinha da campanha eleitoral de Richa e Ducci. Esse dinheiro foi contabilizado? Constou da prestação de contas ao TRE? As respostas são negativas. Logo, segundo argumenta a representação do PRTB, era dinheiro de caixa 2. Como os candidatos são os responsáveis legais pela prestação de contas de suas campanhas, Richa e Ducci ficaram devendo explicações.
Caixa 4
Caixa 2 é crime eleitoral punido pela declaração de inelegibilidade de quem os comete. Assim, se porventura o ex-prefeito for julgado culpado, perderia o direito de candidatar-se a outro mandato público. No caso, ao governo do estado, pelo PSDB. Seria uma tremenda reviravolta no cenário político paranaense. Mas alguém acredita que os juízes do TRE chegariam a esse ponto? É o que se vai conferir dia 28, a partir das 14 horas.
Ex-presidente estadual do PT e agitado personagem dos bastidores políticos, o deputado André Vargas tem unido sua nova condição a de secretário nacional de Comunicação Social do partido para fazer o que mais sabe, isto é, agitar o ambiente com informações de bastidores. Ontem, por exemplo, saiu-se com uma declaração enigmática que de tão enigmática despertou curiosidades.Disse ele: "Estamos [o PT] construindo de verdade um palanque para Dilma, Pessuti, Osmar, Requião e Gleisi, com PR, PCdoB, PTB e talvez o PP". Em seguida complementou: "Pessutão está animado. Vou procurá-lo amanhã [hoje] em Curitiba. O cenário político do Paraná pode mudar vertiginosamente. Sei que o Osmar estará conosco."
As frases mais se parecem com centúrias de Nostradamus e, como elas, podem ser interpretadas de acordo com o gosto do freguês. Por isso, o melhor a se fazer é ir direto à fonte para se saber o que o "profeta" quis realmente dizer.
Vargas estava ontem em Londrina, cidade que abastece suas votações e, de lá, explicou que:
- O presidente nacional do PT, José Eduardo Dutra, conversou demoradamente com o senador Osmar Dias, por telefone, na última sexta-feira. E acertaram os ponteiros quanto ao interesse de ambos os lados em retomar as conversações para a montagem da aliança PT/PDT no Paraná.
- Amanhã, Dutra e o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, fazem o mesmo em Brasília.
- Sabe-se de antemão que Lupi diante dos boatos de que Osmar poderia desistir do governo e candidatar-se à reeleição ao Senado, já teria declarado duas coisas: a) prefere Osmar disputando o governo; e b) não admite que, decidindo-se pelo Senado, o PDT se alie ao PSDB de Beto Richa.
- O governador Orlando Pessuti acompanha com interesse toda a movimentação. E já teria sinalizado que, sendo Osmar candidato ao Senado, teria o maior prazer em fazer dele seu companheiro de chapa, assim como a petista Gleisi Hoffmann. Requião e o presidente estadual do PP, Ricardo Barros, também comporiam seu séquito de postulantes ao Senado.
- Ficaria mantido o acordo de Pessuti com o PT mesmo que Osmar mantenha-se candidato ao governo. Tanto o PT quanto Pessuti enxergam que a eleição só será decidida no segundo turno. O acordo entre eles seria mantido se perder no primeiro turno, Pessuti apoia Osmar. E vice-versa.
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