Mais votado deputado federal do Paraná em 2006, com 210 mil votos, conhecido em todo o país por sua atuação na Câmara, Gustavo Fruet por muito pouco deixou de ser autor de outra façanha que inscreveria seu nome na história a de derrotar o ex-governador Roberto Requião na corrida para o Senado. A diferença entre ambos foi de apenas 1,74 ponto porcentual dos votos num universo de 6,3 milhões de eleitores.
O que Gustavo fará da vida a partir de janeiro, quando termina seu mandato parlamentar? Ele próprio ainda não decidiu. Para garantir a sobrevivência, uma das opções é voltar-se para a vida profissional de advogado talvez em parceria com o irmão Cláudio, titular de um dos mais prestigiados escritórios de Brasília. O que não significa que deixe a política de lado.
Pelo contrário, não lhe sai da cabeça o projeto que acalenta há anos de ser prefeito de Curitiba (como candidato ao Senado, foi o primeiro colocado na cidade, com 35% dos votos). Só esse fator já lhe dá credencial para pleitear a vaga de candidato do PSDB, mas prefere esperar o resultado da eleição presidencial para desenhar seu plano com maior segurança. Precisa avaliar duas coisas: o comportamento do novo governador em relação à opção que tenderá a fazer se em favor do seu nome ou em favor do atual prefeito, Luciano Ducci e a conveniência de, em caso negativo, trocar de partido.
Há chances, também, de vir a ocupar uma secretaria de Estado no governo Richa. O novo governador já sinalizou para essa possibilidade, embora não tenha indicado a provável pasta para a qual o nomearia.
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Olho vivo
A ponte 1
Enxertado por algum deputado interessado nos votos de Guaratuba, o artigo 36 da Constituição Estadual de 1989 obriga o governo a promover "concorrência pública entre firmas nacionais, internacionais ou grupos de empresas, para a construção de uma ponte sobre a baía de Guaratuba". O dispositivo não é, evidentemente, matéria constitucional, mas está lá para ser cumprido como quaisquer outros mandamentos. Mas até hoje, passados 21 anos, nenhum governador levou a ordem a sério.
A ponte 2
Até, pelo menos, a semana passada, quando o governador Orlando Pessuti anunciou que está prestes a cumprir o artigo 36. Segundo escreveu no Twitter, nos próximos dias vai assinar o edital de concorrência para a elaboração do projeto de engenharia da ponte cerca de 800 metros de travessia ligando Caiobá a Guaratuba, atualmente servida pelos ferribotes da F. Andreiss. Projeto arquitetônico já existe: trata-se de um estudo feito há mais uma década pelo arquiteto Valmir Cavichiolo, que une à ponte áreas de marina.
A ponte 3
Não se sabe ainda se o novo governador, Beto Richa, que não se referiu à obra durante a campanha, decidirá levar a ideia à frente. Também não se sabe quanto vai custar. Só se sabe que não haverá dinheiro público na execução da obra, pois, detalhista, a Constituição diz que "o pagamento será feito com a cobrança de pedágio pelo prazo máximo de 15 anos". Aliás, como se vê, em 1989 já se falava em pedágio no Paraná.
Cadê a cábrea? 1
Não são apenas grãos de soja, fertilizantes e óleos que somem do Porto de Paranaguá. Somem também coisas bem maiores e não é de hoje. Sumiu de lá, por exemplo, já há uns bons cinco anos, uma cábrea. Cábrea é aquele guindaste gigantesco que opera à beira do cais na carga e descarga de navios. De tão potente, é capaz de erguer até uma carreta inteira. Pois sumiu, evaporou, um equipamento desses em Paranaguá.
Cadê a cábrea? 2
Desde 2006 o economista Luiz Antonio Fayet, membro do Conselho de Administração Portuária, pergunta inutilmente: "Onde foi parar a cábrea?". Ninguém lhe dá resposta, nem mesmo quando se dirige em caráter oficial às autoridades. Já escreveu ofícios até mesmo para o presidente da República. E nada. Recebe de volta apenas boatos: a cábrea teria sido doada à Universidade Federal do Paraná, mas, estranhamente, ela teria sido vista trabalhando para uma empresa particular.
Lixo metropolitano
A prefeitura de Curitiba espera para depois de amanhã, dia 13, no prazo que estabeleceu em edital, que uma empresa se apresente como apta para receber e aterrar as 2,5 mil toneladas de lixo de 18 cidades metropolitanas. Até a última sexta-feira, uma só empresa, a Estre Ambiental (das quatro inscritas no processo emergencial de credenciamento, que evita licitação), estava em condições de ser a contratada pela prefeitura.
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