Olho vivo
Ainda sem luz...
Como anunciado, o prefeito Gustavo Fruet se reuniu ontem com a comissão que reavaliou o projeto do metrô curitibano deixado por Luciano Ducci. A imprensa não teve acesso à apresentação. Mas, tanto quanto se soube, tirou-se do encontro uma só conclusão: o projeto é inviável sob os aspectos técnico e econômico, embora nos desenhos apresentados ao público parecesse muito bonito e convincente.
... no fim do túnel
Só essa conclusão, no entanto, não é suficiente para definir os novos rumos. Fruet pediu aprofundamento dos estudos para tomar uma decisão. O que, no fundo, poderá significar a elaboração de um projeto totalmente novo e muito diferente do concebido na gestão passada. O problema é o tempo que não para de correr: se a prefeitura não quiser perder o R$ 1 bilhão a fundo perdido autorizado por Dilma, terá de concluir o processo de licitação até o fim deste ano. Caso contrário...
Como se sabe, andam aceleradas as providências do governador Beto Richa para tornar menos pedregoso o caminho para a sonhada reeleição. Já deu vários passos neste sentido:
- Convenceu os deputados estaduais e o ex-governador Orlando Pessuti a tirar de Requião o comando do PMDB, tarefa cumprida com êxito na convenção do partido, em dezembro passado.
- Depois, trouxe para o governo o deputado Ratinho Jr., dono (pelo menos até 28 de outubro último) de 40% dos votos de Curitiba, dando-lhe o comando da estratégica Secretaria do Desenvolvimento Urbano.
- Ao mesmo tempo, convenceu o deputado Reinhold Stephanes a assumir a Casa Civil com a missão de chacoalhar o combalido ânimo da administração.
- Com a maioria anti-requianista do PMDB dividida em duas alas a de Pessuti e a dos deputados Beto trabalha agora para dar espaço às duas: quer o deputado Luiz Eduardo Cheida na Secretaria do Meio Ambiente e a Pessuti oferece a presidência da Sanepar. Cheida, sob condições, aceita ser secretário, enquanto Pessuti faz marola. Tende, no entanto, a ficar fora: prefere seguir no projeto de fortalecimento da sigla e, do ponto de vista pessoal, a concorrer em eleição majoritária governador ou senador, neste último caso em eventual aliança com a candidata do PT, Gleisi Hoffmann.
Terminam por aí os esforços de Richa? Não. Tão discretamente quanto é possível em política, ele também trabalha em outra frente de contornos político-familiares delicados. O jogo é duplo, segundo contam fontes que sabem o que dizem: o governador pretende espalhar a cizânia entre os irmãos Dias o senador Alvaro e o presidente do PDT estadual, Osmar.
Beto quer atrair um dos dois para o seu lado. A oferta é igual para ambos a vaga de candidato a senador em sua chapa. Seu objetivo é enfraquecer as forças políticas da adversária a ministra Gleisi Hoffmann. A tarefa de influir no futuro dos Dias não é fácil, mas não custa tentar.
Não é fácil porque: a) em princípio, Osmar Dias já tem lugar assegurado como candidato a senador na chapa de Gleisi, mesmo porque também participa do governo Dilma (é vice-presidente do Banco do Brasil); e b) também em razão da recente aliança com o PT que permitiu a vitória de Gustavo Fruet pelo seu partido, o PDT, à prefeitura de Curitiba.
Tirar Osmar de Gleisi seria o mesmo que quebrar uma perna da candidata. Se não conseguir esse intento, há ainda a alternativa Alvaro Dias. Beto, rompido há anos com Alvaro, faria o "sacrifício" de garantir-lhe a legenda do PSDB para se candidatar à reeleição de senador, ainda que tal providência desagrade o deputado Valdir Rossoni, também potencial candidato ao posto pela sigla.
Alvaro resolveria o dilema que enfrenta atualmente ou trocar o PSDB por outro partido ou abandonar a vida política. Não cogita nenhuma das duas hipóteses, embora se saiba que, no primeiro caso, convites não lhe têm faltado até para mudar de domicílio eleitoral e candidatar-se ao governo do Distrito Federal.
Mas, se Alvaro acabar aceitando a oferta de Beto Richa, pode reabrir constrangedora briga familiar: segundo reza a lenda que há anos descreve a separação política entre ambos, um irmão não disputaria o mesmo cargo contra o outro. Assim, aquele que primeiro anunciar a candidatura ao Senado e mais demonstrar ter condições político-eleitorais para a disputa, é quase fatal que tire o outro do páreo.
Isto já seria o bastante para satisfazer Beto Richa um sucesso que, todavia, parece ainda distante, pois nem Alvaro nem Osmar têm respondido ao insistente assédio.
Lula estreita laços, mas evita principal projeto da China; ideia é não melindrar os EUA
Congresso frustra tentativa do governo de obter maior controle sobre orçamento em PL das Emendas
A postura “lacradora” do Carrefour na França e a reação do agro brasileiro
STF e Governo Lula se unem para censurar as redes sociais; assista ao Sem Rodeios
Deixe sua opinião