O dia seguinte ao sepultamento da coligação PMDB/PSDB pela Justiça Eleitoral foi dominado pela boataria. Segundo inúmeras fontes, geralmente confiáveis, conchavos secretos davam-se nas (e entre) as mais altas esferas dos dois partidos com o estranho objetivo de ressuscitar a aliança. Liderando esta posição, estaria o senador Alvaro Dias que, em Brasília, tentava convencer o presidente do PSDB, senador Tasso Jereissati, e o conselho político do candidato Geraldo Alckmin a aceitar suposta proposta do governador Roberto Requião no mesmo sentido.
O revigoramento da aliança teria lá suas vantagens para os dois lados: a) Alckmin asseguraria sua presença no palanque de Requião, o candidato melhor colocado nas pesquisas; b) Lula perderia a possibilidade de atrair Requião para sua banda; c) o PMDB teria devolvidos os dois minutos de rádio e tv que perdera anteontem; e, por fim, d) Alvaro Dias continuaria navegando tranqüilo, sem adversário forte do PMDB, em sua campanha de reeleição ao Senado.
Mas o mais incrível efeito da manobra seria o aprofundamento da notável distância que já separa Alvaro da candidatura pedetista de Osmar Dias, que as pesquisas colocam como principal adversário de Requião na disputa pelo Iguaçu. A boataria, claro, produziu revolta no comitê de Osmar e mal-estar para Alvaro colocado na incômoda situação de artífice de uma manobra em que o único perdedor seria o próprio irmão.
Quando percebeu que os boatos estavam prestes a produzir estragos, Alvaro apressou-se em desmenti-los. Desembarcou no Afonso Pena às 21h30 de ontem e ligou: "Não existe nada disso; pelo contrário, nem me afastarei de apoiar Osmar, nem o PSDB, pela palavra do presidente Tasso Jereissatti, se afastará um milímetro da decisão de não aceitar a coligação com Requião".
Hora de lembrar de Hosken
Quando se fala em vice-governador assumir a administração para preencher a vaga do titular licenciado, impossível não lembrar de Hosken de Novaes. O ilustre professor e jurista de Londrina, vice de Ney Braga, assumiu quando este deixou o posto para concorrer ao Senado, na eleição de 82. Nos nove meses em que ficou no governo, comportou-se com exemplar austeridade e isenção, não permitindo em nenhum momento o uso da máquina pública em favor de Ney ou de Saul Raiz, o candidato oficial a governador.
O resultado todos sabem: ganhou a oposição, com Richa para o governo e Alvaro Dias para o Senado. Hosken voltou para casa e para a cátedra, mas garantiu lugar na história do Paraná como um dos seus mais honrados políticos.
Pode-se esperar idêntico (e louvável) comportamento do presidente da Assembléia Legislativa, deputado Hermas Brandão, citado para assumir o lugar de Requião caso este, de fato, se licencie para se dedicar à campanha de reeleição?
Olho vivo
"Em casa" No esforço para fazer com que o seu até então candidato a vice Hermas Brandão se sentisse de fato "em casa", release de campanha do PMDB atribuiu a ele a frase publicada ontem nesta coluna na qual se intitulava "um dos fundadores do antigo MDB de guerra". O jornalista Sílvio Sebastiani (este sim fundador da velha legenda) apressou-se em corrigir: Hermas nunca foi do MDB; pelo contrário, fundou a Arena, partido que, na época, o elegeu prefeito de Andirá.
Sobrou para o PT O candidato petista ao governo, Flávio Arns, também festeja o fim da coligação PSDB/PMDB. Como o tempo na propaganda gratuita teve de ser recalculado, ele acabou beneficiado com mais 32 valiosos segundos, totalizando agora 4m35s, o maior dentre todos os candidatos. Os outros também ganharam com a redistribuição, mas para Arns, com apenas 3% na pesquisa, a alegria foi maior.
Pinheirinho 1 A oferta precisa ser muito boa para que Wianey Pinheiro, um mago da televisão, aceite ser o produtor do programa de Requião no horário gratuito. Ele teve vários motivos para querer distância do Paraná e prometia não arredar pé dessa disposição, mas agora, segundo se noticia, teria sido convidado voltar ao estado para cumprir tal (espinhosa) espinhosa missão.
Pinheirinho 2 Trabalhos difíceis, no entanto, não intimidam Pinheirinho. Foi dele a façanha de tornar palatável e eleger senador o banqueiro José Eduardo Vieira, em 1990. E é também a sua empresa, a GW, a encarregada do programa de Geraldo Alckmin, outra missão difícil.Acredite se quiser
"O combate à corrupção policial é uma política de governo."
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