"Minha posição pessoal é continuar apoiando o governo porque essa é uma briga particular."
Do deputado Luiz Nishimori, líder do PSDB na Assembléia, mostrando-se contrário ao movimento de um grupo de tucanos que quer ver o partido atuando fortemente na oposição ao governo do estado.
O secretário do Trabalho, deputado Nelson Garcia um dos "tucanos de bico mais vermelho" pode anunciar hoje, no máximo amanhã, seu desligamento do PSDB. Com essa medida quer escapar do constrangimento de ser obrigado a escolher, na segunda-feira, entre duas posições que a direção do partido considera inconciliáveis: ou sai do PSDB ou pede exoneração da secretaria. Garcia decidiu antes: permanece secretário.
Com o desligamento de Hermas Brandão para assumir a cadeira no Tribunal de Contas, o grupo de "bicos vermelhos" que apóia Requião perdeu seu principal líder. O mais reluzente troféu do governo entre os tucanos passaria então a ser Nelson Garcia.
Resta saber ainda a decisão que tomarão os demais membros da dividida bancada na Assembléia. Dos sete deputados que a compõem, apenas dois, no máximo três, já deram certeza de que continuarão perfilhados na oposição; os demais ainda mantêm a simpatia pelo Palácio Iguaçu. É possível que também anunciem sua saída do PSDB antes de segunda-feira dia estabelecido como prazo final para a opção.
Com o previsto encolhimento, o partido passará, em tese, a responder a um comando único e mais coerente. Estão nele o presidente estadual, deputado Valdir Rossoni, e os três federais (Gustavo Fruet, Affonso Camargo e Luiz Carlos Hauly), além do senador Alvaro Dias e do ex-ministro Euclides Scalco.
O prefeito Beto Richa também é do grupo, mas há alguns tucanos que ainda consideram insuficiente o seu alinhamento ainda não teria feito todo o dever de casa para se viabilizar candidato à reeleição em 2008 e a governador em 2010.
Olho vivo
Vazamentos 1 Vazou ontem à tarde um novo documento interno da Sanepar. É muito curioso: ele manda a diretoria tomar mais cuidado para evitar o vazamento de documentos e informações sigilosas da empresa! O de agora que teve o mesmo insólito destino é o Ofício 01/2007. Foi assinado pelo procurador-geral do Estado e presidente do Conselho de Administração da Sanepar, Sérgio Botto.
Vazamentos 2 Segundo relata o ofício, um dos documentos que vazaram para a imprensa foi o ato que deu por encerrado o contrato da Sanepar com a empreiteira Pavibras antes do término das obras de saneamento no litoral. Vazou também outro, ainda mais importante e comprometedor um "Atestado de Bom Andamento de Obra" concedido à Pavibras, assinado pelo gerente do Paranasan José Roberto Zen e aprovado pelo presidente da Sanepar, Stênio Jacob.
Vazamentos 3 Sabiamente, a Pavibras já incluiu esse atestado como principal peça de defesa contra eventuais acusações de irregularidades nas obras. Calcula-se em R$ 60 milhões o valor extra pago pela Sanepar durante a confusa gestão do Paranasan.
Consignados 1 Requião cobra pressa da Secretaria da Administração para criar uma cooperativa de crédito para os servidores públicos. A entidade passaria a ser responsável pela concessão de empréstimos consignados ao funcionalismo.
Consignados 2 A medida tem endereço certeiro: eliminar a participação do Paraná Banco, do empresário Joel Malucelli, como principal operador de crédito consignado para o funcionalismo estadual um dos mais lucrativos itens de sua linha de atuação. Malucelli, como se sabe, foi recentemente escalado por Requião para figurar no time dos inimigos.