O presidente paraguaio Fernando Lugo já se convenceu da impossibilidade técnica e legal de fazer qualquer mudança no Tratado de Itaipu principal mote da campanha que o levou a conquistar o governo paraguaio. O problema é que não pode reconhecer o fracasso sob pena de frustrar as fortes correntes políticas nacionalistas que embalaram sua ascensão ao poder e que vêem o Brasil como vilão imperialista que precisa ser enfrentado.
As negociações que se realizam em Foz do Iguaçu em torno das exigências que o Paraguai apresentou em relação a Itaipu já tomaram o ar de um jogo de faz-de-conta, segundo informam fontes da coluna. A última pá de cal na tentativa de Fernando Lugo de mexer no valor pago pelo Brasil pela energia que o Paraguai não usa sua principal reivindicação foi lançada pela crise financeira internacional. Não há mais como pensar no assunto agora, assim como nas demais exigências, algumas delas consideradas até estapafúrdias, como é o caso da construção de uma eclusa para transpor a gigantesca barragem da usina e tornar o Rio Paraná navegável em todo o seu curso.
Pois bem: como os paraguaios já notaram que o Tratado é "imexível" nos termos em que propuseram, o contencioso com o Brasil começa a se deslocar para outro ponto sensível. Agora, seus esforços caminham no sentido de tentar arrancar as vantagens possíveis utilizando os "brasiguaios" como massa de manobra.
O representante do presidente Lugo na comissão de negociação, Ricardo Canese, não poderia ser mais claro quando escreveu a respeito do clima de conflito entre sem-terra paraguaios e proprietários brasileiros de terras em seu país:
"A solução definitiva desse e outros conflitos sociais agudos no país têm como via incontornável a redefinição do papel e inserção de Itaipu na relação bilateral e regional e, por isso, o povo paraguaio espera ver essas tratativas finalizadas com o Brasil o mais breve possível."
A resposta do Brasil já aconteceu. O chanceler Celso Amorim mandou avisar que as negociações sobre Itaipu serão paralisadas caso o governo paraguaio não contenha a onda de violência contra os fazendeiros brasileiros radicados no Paraguai. O departamento onde os conflitos já assumiram teores mais explosivos é o de San Pedro terra onde o ex-bispo Fernando Lugo exerceu o seu episcopado antes de lançar-se na política.
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"Maldade" contra Beto
O senador Alvaro Dias acha que se faz "uma maldade" contra Beto Richa quando ele é estimulado a candidatar-se ao governo estadual em 2010, interrompendo pela metade o segundo mandato de prefeito que acaba de conquistar. Richa é jovem e tem tempo para candidatar-se em outra eleição, sem correr o risco de perder na próxima, argumentou Alvaro ao ser entrevistado, ontem, no Canal 21.
E aproveitou para informar que se sentiu convocado a disputar a eleição de governador nas andanças que fez pelo interior em campanha para candidatos a prefeito, tantos foram os apelos que recebeu. Em todo o caso, antes de se decidir oficialmente, vai encomendar uma pesquisa de opinião pública para conferir suas chances reais. Se os resultados forem bons, não terá dúvida em se lançar.
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Olho vivo
Desistências 1
Os desembargadores Telmo Cherem, Jesus Sarrão e Regina Portes respectivamente 4º, 6º e 8º lugares na lista de antiguidade comunicaram na semana passada ao presidente do Tribunal de Justiça, Vidal Coelho, que desistiram de concorrer à presidência do Judiciário. Com isso, facilitaram a vida do 12º da lista, o desembargador Celso Rotoli de Macedo, que já lançou sua candidatura para disputar o cargo com o primeiro mais antigo, Carlos Hoffmann.
Desistências 2
Além dos três magistrados que desistiram de concorrer, outros mais antigos que Rotoli também estão fora do páreo: o ex-presidente Oto Sponholz, os atuais presidente e vice, Vidal Coelho e Antonio Noronha, Angelo Zattar (que se aposenta por idade) e o corregedor Leonardo Lustosa. A eleição no TJ será dia 8 de dezembro, mas a campanha já corre solta nos corredores e gabinetes.
O irônico
Mesmo afastado da liderança da oposição na Assembléia, o deputado Valdir Rossoni sempre que pode demonstra que não perdeu a verve irônica com que costumava maltratar o governo estadual. Ontem, em aparte ao líder governista que falava contra o pedágio, ele anunciou que pretende convidar o governador Requião que está em viagem pelos Emirados Árabes para, quando voltar, viajar também pelas estradas do Paraná "para conhecer suas péssimas condições. Quem sabe, assim, o governador caia na real".
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