Olho vivo

Campanha?

Você atende ao telefone e uma suave voz feminina informa que o prefeito Luciano Ducci quer compartilhar com todos os curitibanos uma grande notícia: a cidade terá um metrô e as obras devem começar já no ano que vem. A gravação, cerca de um minuto, fala também dos ligeirões azuis e da integração do metrô com todo o sistema. Os cidadãos que vêm recebendo essas ligações no meio da tarde não desconfiam de que se trata de campanha eleitoral. Ou é?

Vices

Enquanto o calvário de João Cláudio Derosso não termina, o PSDB curitibano se movimenta para garantir a vaga (que seria dele) de candidato a vice de Luciano Ducci, do PSB. Dois vereadores do partido passaram a ser citados: Felipe Braga Côrtes e o licenciado Omar Sabbag Filho (presidente do Lactec). Outro cotado é o presidente da Sanepar, Fernando Ghignone, que substituiu Derosso na presidência do diretório municipal da legenda. A ideia é apresentar nomes conhecidos e com aceitação no eleitorado de classe média – reduto até agora majoritário em favor do candidato da oposição Gustavo Fruet.

Contente

São quase iguais a zero as chances de Osmar Dias substituir o enrolado Lupi no Ministério do Trabalho. O ex-senador diz que fica alegre com isso, pois prefere mesmo permanecer vice-presidente de crédito agrícola do Banco do Brasil.

CARREGANDO :)

Cada um tem sua versão: Beto Richa diz que não demitiu o coronel Marcos Scheremetta do comando da Polícia Militar; ao contrário, foi o coronel que pediu para sair por motivos particulares, explicou o governador. O ex-comandante desmente Beto: não pediu demissão e só ficou sabendo de seu afastamento por meio do telefonema de uma filha, que viu a notícia vazada primeiro na imprensa. No momento dessa ligação, Scheremetta estava em Foz do Iguaçu em missão oficial ao lado do governador, que nada lhe havia antecipado. No evento estava também o superior imediato do comandante, o secretário da Segurança, Reinaldo de Almeida Cesar.

Publicidade

Schremetta reveste a perda do cargo de outros motivos: divergências pessoais e profissionais com o secretário e o seu descontentamento com a decisão do governo de estender o atendimento do Hospital da PM a todos os servidores públicos da região metropolitana. Essa decisão, que desagradou toda a corporação, foi tomada sem seu conhecimento, o que o fez, no fim de outubro passado, comunicar o governador de sua vontade de deixar o cargo.

O fato é que a gestão de Schere­metta por 11 meses à frente da Polícia Militar foi marcada por fatos estranhos. Assim como ele foi o último a saber da própria exoneração, também foi o último a tomar conhecimento de recentes operações da Polícia Federal contra o jogo do bicho em Curitiba – área tradicionalmente afeta às autoridades estaduais. Nos últimos dias, foi igualmente surpreendido pela prisão, numa operação da PF, de 23 policiais da corporação envolvidos com o contrabando na região da fronteira. E, por fim, surgiram também rumores quanto a um suposto envolvimento seu com a máfia dos caça-níqueis.

Mais estranha ainda foi sua revelação – na coletiva de imprensa que concedeu sexta-feira à tarde – de que seus telefones estão grampeados (não disse quem grampeou) desde que assumiu o comando em janeiro. Por que alguém (ou autoridade pública) iria querer grampear o comandante?

Scheremetta se encarregou de dar pistas: revelou que seu pai foi gerente de casa lotérica e caça-níqueis; que é amigo pessoal de pessoas que atuam no ramo do jogo do bicho em Curitiba; e que fala com essas pessoas, mas nega qualquer envolvimento com a máfia.