Olho vivo
João 1
Houve um momento em que se tinha como certo que o ex-governador João Elísio Ferraz de Campos projetava o seu futuro como ocupante de uma cadeira de senador pelo Paraná. Dizia-se que, ao deixar a presidência da poderosa Federação Nacional das Empresas de Seguros cargo em que se manteve por 18 anos pretendia voltar à política e disputar a eleição representando o DEM, partido em que sempre militou desde os tempos em que atendia pela sigla PFL.
João 2
Deve ter mudado de planos. Não se fala mais na candidatura de João Elísio mas nem por isso ele deixou de ser cortejado e visto como alguém de muita importância no atual quadro político estadual. É o que se viu na última sexta-feira, quando recebeu da Assembleia Legislativa o título de Cidadão Benemérito do Paraná ocasião que aproveitou também para autografar o livro Seu nome é João, uma biografia compilada e escrita pelo jornalista Aroldo Murá Haygert, com prefácio do ex-governador Jayme Canet, com o qual pretendia relançar seu nome no cenário político.
João 3
O prestígio do ex-governador que assumiu o lugar de José Richa em 1986 pode ser medido pela presença de notáveis que vieram de várias partes do país para prestigiar sua festa. Dentre eles, o senador Heráclito Fortes, primeiro-secretário do Senado Federal, e o condestável do DEM, o ex-senador catarinense Jorge Bornhausen.
A Câmara Municipal de Curitiba seria um microcosmo da Assembleia Legislativa? Esta indagação povoa a mente de alguns poucos (pouquíssimos!) vereadores interessados em levantar o véu espesso que esconde deles o exato tamanho, a lotação e os salários do funcionalismo da Casa. A discussão começou no ano passado, mas se desconhece até agora a dimensão de problemas que, segundo consta, se assemelham em muito aos que assombram a Assembleia e suas fantasmagóricas ausências.
O debate começou no ano passado quando a Câmara foi informada que teria de reduzir em 0,5% a previsão orçamentária de 2010. O presidente João Cláudio Derosso, num primeiro momento, considerava que a solução para adequar a despesa ao tamanho do orçamento seria cortar em 20% o salário dos servidores comissionados.
Com o que, no entanto, não concordou a vereadora Renata Bueno (PPS). No seu entendimento, não seria justo rebaixar salário de alguns quando se poderia, quem sabe, fazer uma limpeza do quadro. A economia que seria feita com a extinção de cargos obsoletos (e ocupantes idem) poderia evitar o corte nos vencimentos de gente que realmente trabalha.
No início de dezembro, a vereadora chegou a apresentar um requerimento diretamente ao presidente da Câmara, vereador João Cláudio Derosso, pedindo-lhe que abrisse a caixa preta do funcionalismo. Ela queria saber quantos eram todos os cargos não só os comissionados, mas também os de carreira e ocupantes de funções gratificadas , com a lotação e os vencimentos de cada um.
Com a lista em mãos e de conhecimento de todos os vereadores, seria possível expurgar os cargos desnecessários, enxugar a folha e não mexer nos salários dos que ficassem. Derosso rejeitou o requerimento, mas não pôde evitar que, transformado em pedido de informações, fosse votado e aprovado em tumultuada sessão plenária realizada na calada da noite.
Mas, como costuma acontecer, a questão não ficou imediatamente resolvida. Decidiu-se pela preservação dos salários e pela criação de uma comissão de vereadores para estudar o caso. Esta comissão tinha prazo até março passado para concluir seu trabalho. Não sabe até agora que bicho deu mas os acontecimentos da Assembleia bem que poderiam inspirar mais pressa na Câmara de Vereadores.
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