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O governador de Minas Gerais, Aécio Neves, anunciou ontem que não quer ser mais presidente da República – pelo menos por enquanto. Ele fez a comunicação ao presidente do seu partido, o PSDB, senador Sérgio Guerra, deixando livre o caminho para que os tucanos aclamem José Serra na convenção de junho. Segundo Guerra, a intenção de Aécio é candidatar-se a senador pelo seu estado.

Não é este, porém, o desejo de grande parte do tucanato, que defende como ideal uma chapa puro-sangue, composta por Serra na cabeça e Aécio na vice. A força eleitoral de ambos, no Sul e Sudeste do país, seria capaz de compensar o favoritismo que pende para Dilma Rousseff nas regiões Norte e Nordeste. Juntos, seis estados (SP, RJ, MG, PR, SC e RS) concentram mais de 60% dos votos brasileiros, o que em tese daria, na largada, grande margem de segurança para dupla tucana.

O governador José Serra gostou da decisão do colega Aécio Neves. Elogiou o seu "desprendimento", mas não se declarou candidato – coisa que só fará provavelmente após o carnaval. Para a direção nacional do PSDB, foi também de alívio a desistência do governador mineiro – é um problema a menos com que precisará lidar daqui para a frente visando a manter a unidade do partido.

Concentrado a partir de agora apenas em estratégias para garantir a vitória de Serra, o tucanato volta seus olhos para o que está acontecendo nos estados. Por isso a despeito das afirmativas de que não interferiria nas decisões dos diretórios estaduais, o Paraná passa a ser um dos primeiros focos de atenção: Alvaro Dias ou Beto Richa? Eis a questão em que logo se envolverá.

Olho vivo

Metrô

O prefeito Beto Richa terá audiência com o ministro do Pla­­ne­­jamento, Paulo Ber­­nardo, às 10 da manhã, na prefeitura. Assunto: a construção do metrô de Curitiba, dependente de recursos federais para ser iniciado. Ber­­nardo já sinalizou para a possibilidade de a obra obter financiamento federal, mas quer ver o projeto básico (lon­­ge de ser concluído) e valores mais confiáveis do que aqueles estimados pela prefeitura.

De perto 1

Cassio Taniguchi, como se sabe, já deixou de ser secretário de Desenvolvimento Urbano do tumultuado governo de José Roberto Arruda, no Distrito Federal. "Saí limpo", assegurou no dia da renúncia ao cargo. Assumirá agora, já quase no fim, o mandato de deputado federal para o qual foi eleito com 60 mil votos em 2006. Com isso terá mais tempo para acompanhar a continuidade ou o término das obras planejadas ou iniciadas nos oito anos em que exerceu o cargo de prefeito (1996-2004).

De perto 2

Não será difícil fazer esse acompanhamento: a grande maioria dos atuais dirigentes do município (a começar pelo próprio prefeito, Beto Richa, que foi seu vice) pertencia à sua administração e manteve laços com o ex-prefeito mesmo quando este foi secretário no Distrito Fe­­deral. Um dos laços mais fortes – para citar um exemplo – é com o empresário Aroldo Jakobowski, que passou a prestar em Brasília os mesmos serviços que ainda desenvolve em Curitiba – isto é, o controle de grandes e estratégicas partes do sistema de informática.

Agenda

A superintendência da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa) tem reunião agendada com o dono da Interfabric, o greco-egípcio Georges Pantazis, para tratar da documentação da draga comprada ao preço de R$ 40 milhões. O agendamento da reunião foi registrado no protocolo-geral do Estado sob n.º 10.179.852-6.

O ex

Requião esteve ontem em Goiás, na convenção estadual do PMDB, e sua assessoria divulgou que ele recebeu entusiasmado o apoio do diretório goiano à sua pré-candidatura à Presidência. "Eu defendo os desejos e os sonhos dos goianos de ter uma candidatura própria", teria dito o presidente Iris Rezende, prefeito de Goiânia e candidato a governador local. O "apoio" a Requião se dá no estado do presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, que Lula sonha como vice ideal para representar o PMDB na chapa de Dilma Rousseff.

De perto

O fato de estar na terra de Meirelles não impediu Requião de criticar a atuação do Banco Central – eleito por ele como protetor do "capital vadio" que comanda o especulativo sistema financeiro nacional. "Esse capital financeiro não produz nada e domina a economia. O PMDB quer mudanças radicais na condução da política econômica", pregou.

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