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Celso Nascimento

Candidatos ao Senado buscam o seu lugar

Na festança do último sábado em Santa Felidade, o PSDB apresentou-se com dois candidatos a senador para formar a chapa majoritária ao lado de um dos dois postulantes ao governo aclamados na ocasião – o prefeito Beto Richa e o senador Alvaro Dias. Até aí, com os deputados Gustavo Fruet e Alfredo Kaefer almejando o Senado, a chapa é de puro pedigree tucano. Neste caso, sobraria apenas a vaga de vice-governador para o representante de uma das siglas dispostas a cruzar na coligação.

Se fosse só a vaga de vice o problema, até que seria tranquilo. Mas há mais gente de outros partidos disputando espaço na frente liderada pelo PSDB para se candidatar ao Senado. São eles os deputados federais Ricardo Barros (PP) e Abelardo Lupion (DEM). São muito fortes em seus respectivos partidos; aliás, são seus presidentes estaduais. Há mais de um ano anunciaram a pretensão senatorial e não parecem dispostos agora a abrir mão dela. Mais: sabem que, na campanha, o PSDB concentrará suas forças para eleger seus próprios representantes e provavelmente deixará os demais ao deus-dará.

Sendo assim, se não der para figurar na chapa tucana ou se for para serem maltratados, por que não se aproximar de Osmar Dias e de suas ligações com o PT e Dilma Rousseff?

Quem mais leva a sério esta possibilidade é o deputado Ricardo Barros. Há vários fatores que favorecem tal alternativa e pelo menos um que a dificulta. O primeiro favorável é o fato de que deve fidelidade ao presidente Lula – afinal, é seu vice-líder no Congresso. Outro, é o fato de o PP fazer parte da base alidada do governo federal, dono do importante ($) Ministério das Cidades. Então, muito embora Ricardo Barros tenha sido um dos animados convivas da polenta tucana de sábado, parece-lhe natural ser o companheiro de chapa de Osmar Dias.

Só tem um probleminha: já está praticamente confirmado que o PT terá Gleisi Hoffmann como candidata ao Senado. Logicamente, com todo o peso da campanha correndo a seu favor. Não é improvável, também, que, para não ter Requião contra Osmar, se estabeleça com o PT uma espécie de "acordo branco", pelo qual o governador não seria, digamos, incomodado em sua luta pela conquista da segunda vaga do Senado.

E Ricardo Barros, onde ficaria? Com consideráveis 16% de votos nas pesquisas e dono de um partido que fez a terceira maior votação no primeiro turno das eleições municipais de 2008, o deputado considera que teria ótimas chances de chegar ao Senado – desde que, no entanto, Gleisi Hoffmann fique fora do seu caminho. Ele sugere – e até já transmitiu essa ideia ao presidente Lula na semana passada – que Gleisi seja colocada na posição de vice de Osmar Dias.

Quanto ao outro pré-candidato ao Senado, o deputado Abelardo Lupion, a situação é mais complicada. Embora mais simpático a Osmar Dias, sua presença na chapa que teria a companhia de Lula e Dilma soa absolutamente improvável, dada a distância abissal que separa o DEM do PT. Por outro lado, também não encontraria abrigo no PSDB se seu candidato vier a ser Beto Richa. É que para o DEM já estaria reservada uma posição importante – a de vice-governador, no caso, o presidente da Assembleia Legislativa, Nelson Justus.

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