Olho vivo
Sumiço 1
Em abril do ano passado, o governador Roberto Requião anunciou ter enviado à Assembleia a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 16/2008, pela qual todos os órgãos dos três poderes seriam obrigados a tornar públicos seus gastos. Até mesmo o salário de cada funcionário ficaria acessível ao conhecimento de qualquer cidadão. Passado mais de ano e meio, não se falou mais no assunto até que, em julho passado, o governador pediu urgência na votação da PEC.
Sumiço 2
O projeto estaria na pauta da Assembléia? Alguma comissão o estaria examinando? Qual nada: não há sequer registro de que a PEC tenha, de fato, chegado ao Legislativo. Para ganhar vida e para começar a tramitar, qualquer matéria precisa estar devidamente autuada na Diretoria de Assistência Parlamentar e lá nada se encontra de parecido com a suposta PEC. Muito menos com o suposto pedido de urgência. Quem está blefando: o governador, que diz que mandou mas não mandou, ou a Assembleia que fez de conta que não recebeu a PEC?
Sumiço 3
Outro sumiço: que foi feito da peremptória cobrança que Requião fez para que a Sanepar devolvesse ao tesouro R$ 285 milhões até 27 de agosto passado? Seria a primeira parcela da dívida de R$ 750 milhões que assumiu com o governo. Também não se fala mais nisso?
Na festança do último sábado em Santa Felidade, o PSDB apresentou-se com dois candidatos a senador para formar a chapa majoritária ao lado de um dos dois postulantes ao governo aclamados na ocasião o prefeito Beto Richa e o senador Alvaro Dias. Até aí, com os deputados Gustavo Fruet e Alfredo Kaefer almejando o Senado, a chapa é de puro pedigree tucano. Neste caso, sobraria apenas a vaga de vice-governador para o representante de uma das siglas dispostas a cruzar na coligação.
Se fosse só a vaga de vice o problema, até que seria tranquilo. Mas há mais gente de outros partidos disputando espaço na frente liderada pelo PSDB para se candidatar ao Senado. São eles os deputados federais Ricardo Barros (PP) e Abelardo Lupion (DEM). São muito fortes em seus respectivos partidos; aliás, são seus presidentes estaduais. Há mais de um ano anunciaram a pretensão senatorial e não parecem dispostos agora a abrir mão dela. Mais: sabem que, na campanha, o PSDB concentrará suas forças para eleger seus próprios representantes e provavelmente deixará os demais ao deus-dará.
Sendo assim, se não der para figurar na chapa tucana ou se for para serem maltratados, por que não se aproximar de Osmar Dias e de suas ligações com o PT e Dilma Rousseff?
Quem mais leva a sério esta possibilidade é o deputado Ricardo Barros. Há vários fatores que favorecem tal alternativa e pelo menos um que a dificulta. O primeiro favorável é o fato de que deve fidelidade ao presidente Lula afinal, é seu vice-líder no Congresso. Outro, é o fato de o PP fazer parte da base alidada do governo federal, dono do importante ($) Ministério das Cidades. Então, muito embora Ricardo Barros tenha sido um dos animados convivas da polenta tucana de sábado, parece-lhe natural ser o companheiro de chapa de Osmar Dias.
Só tem um probleminha: já está praticamente confirmado que o PT terá Gleisi Hoffmann como candidata ao Senado. Logicamente, com todo o peso da campanha correndo a seu favor. Não é improvável, também, que, para não ter Requião contra Osmar, se estabeleça com o PT uma espécie de "acordo branco", pelo qual o governador não seria, digamos, incomodado em sua luta pela conquista da segunda vaga do Senado.
E Ricardo Barros, onde ficaria? Com consideráveis 16% de votos nas pesquisas e dono de um partido que fez a terceira maior votação no primeiro turno das eleições municipais de 2008, o deputado considera que teria ótimas chances de chegar ao Senado desde que, no entanto, Gleisi Hoffmann fique fora do seu caminho. Ele sugere e até já transmitiu essa ideia ao presidente Lula na semana passada que Gleisi seja colocada na posição de vice de Osmar Dias.
Quanto ao outro pré-candidato ao Senado, o deputado Abelardo Lupion, a situação é mais complicada. Embora mais simpático a Osmar Dias, sua presença na chapa que teria a companhia de Lula e Dilma soa absolutamente improvável, dada a distância abissal que separa o DEM do PT. Por outro lado, também não encontraria abrigo no PSDB se seu candidato vier a ser Beto Richa. É que para o DEM já estaria reservada uma posição importante a de vice-governador, no caso, o presidente da Assembleia Legislativa, Nelson Justus.
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