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Você já imaginou um Paraná que tivesse um governador capaz de asfaltar 4 mil quilômetros de estradas em apenas quatro anos? Que neste mesmo período entregasse 6 mil novas salas de aula? Que tivesse o “azar” de, no seu primeiro ano de mandato, ver toda a agricultura dizimada por uma geada e, já no ano seguinte, diversificar a produção do campo e colocar o estado no topo nacional da produção agropecuária?

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Já pensou se o Paraná tivesse à frente um governador que trabalhasse com apenas 12 secretarias, que não nomeasse parentes, que mantivesse os salários do funcionalismo em dia; que não deixasse faltar gasolina para viaturas; que reduzisse os cargos comissionados ao mínimo necessário; que estivesse permanentemente atento a tudo e de todos os auxiliares cobrasse, com inusitado rigor, eficiência e dedicação total? E que, do começo ao fim do mandato, absolutamente ninguém tivesse qualquer mínimo motivo para levantar suspeitas quanto à sua honra?

Marajás

O prefeito Gustavo Fruet está sendo ameaçado por um grupo de cerca de 100 servidores da prefeitura e da Câmara, que exige que o alcaide reajuste o próprio salário ao limite do teto do STF, pouco mais de R$ 33 mil. Os “insurgentes” se articulam para que Fruet seja enquadrado por improbidade administrativa por não reajustar o próprio salário. Com o congelamento do salário do prefeito em R$ 26,7 mil, também ficam congelados os salários dos marajás. Caso Fruet ceda à pressão, o impacto seria da ordem de R$ 100 milhões/ano nos cofres municipais.

É mentira!

A informação veiculada por esta coluna de que o apresentador Ratinho, dono da Rede Massa, teria sugerido a Richa um nome para a secretaria da Comunicação Social, foi classificada por ele como “mentirosa”. Ainda bem.

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Utopia? Até se poderia pensar fosse uma situação utópica – à vista do que lamentavelmente presenciamos hoje – se o Paraná não tivesse sido governado por quatro anos (1975-1979) por Jayme Canet Jr. – o administrador que passou por cima de todas as vicissitudes e entregou aos sucessores um estado pronto para – se seguissem seus exemplos – se tornar rico, forte e mais justo para todos.

Passados 40 anos dos tempos de Canet, poucos hoje se dão conta da importância histórica daquele período. Mesmo porque, discreto e avesso a exibicionismos, ele nunca fez questão de registrar para a posteridade seus feitos como governador do Paraná. Felizmente, porém, teve amigos que se preocuparam em não deixar passar em branco a epopeia de fazer o estado ingressar, sem perder sua tradição de grande e moderno produtor agrícola, na era da indústria. Atraiu investimentos, ligou por asfalto 90% dos municípios, construiu hidrelétricas, fez escolas, estruturou e organizou a máquina pública. Economizava cada centavo, para que cada centavo se transformasse em obras novas.

Os amigos que decidiram registrar os feitos do período Canet foram três de seus mais próximos colaboradores – o então secretário do Planejamento Belmiro Valverde, cérebro da administração, falecido há um ano; e os jornalistas Antonio Luiz de Freitas (secretário de Imprensa) e Adherbal Fortes, que escrevia os discursos oficiais.

Os registros estão reunidos no livro “No tempo do Canet – a história do Paraná na década de 1970”, que acaba de sair do prelo. Lançamento solene? Noite de autógrafos? Não, nada disso: aos 90 anos, com a mente tão vivaz quanto a do jovem que governou o estado 40 anos atrás, Canet, bem ao seu estilo, não quer nada disso.

Recolhido ao conforto da mesma casa onde mora desde 1952 com dona Lourdes na avenida Sete de Setembro, o ex-governador apenas manda agraciar os amigos com exemplares do livro – de cujo processo de confecção acompanhou desde o começo, vírgula por vírgula, após muitas entrevistas, até a impressão.

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São 200 páginas de texto e fotos dos momentos mais marcantes de sua gestão. Na verdade, não se trata de um livro – mas de um verdadeiro “manual” de sabedoria para governantes atuais e futuros. Uma lição se ressalta: ela mostra ser possível a um governante responsável dar prioridade absoluta ao interesse público, usando com correção e honestidade os recursos que, com muito sacrifício, o contribuinte entrega em suas mãos.