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Avô herói | Reprodução Rede Globo
Avô herói| Foto: Reprodução Rede Globo

"Em nenhum lugar as ofertas de compra de votos foram tão freqüentes quanto no Paraná: espantosos 22% dos pesquisados relataram ter recebido convites para vender seu voto."

Da pesquisa realizada pelo Ibope em todo o país, a pedido da ong Transparência Brasil.

Na tentativa de evitar o colapso total do transporte no importante trecho ferroviário Guarapuava–Cascavel, a estatal Ferroeste agora está apelando aos antigos operadores da linha – afastados em dezembro, quando a concessionária Ferropar foi declarada falida – para que colaborem no restabelecimento da normalidade.

Ontem, a situação continuava caótica: 10 mil toneladas de produtos agrícolas com destino à exportação estavam represadas no pátio da Ferroeste em Cascavel, embarcadas em 190 vagões. No pátio de Guarapuava, eram 170 os vagões carregados e parados, esperando seguir seu destino.

Motivo? A nova administradora do trecho ferroviário Guarapuava–Cascavel – a estatal Ferroeste – ainda não conseguiu tirar da oficina e colocar nos trilhos 11 das 15 locomotivas que "herdou" da concessionária Ferropar. Quando assumiu o controle do trecho, 11 máquinas estavam em funcionamento.

Um questionável decreto assinado em 9 de janeiro pelo governador Roberto Requião "requisitou" os equipamentos, ao mesmo tempo em que a Ferroeste impedia que a empresa prestadora de serviços Transferro seguisse fazendo a manutenção das locomotivas. Sem manutenção, quase todas deixaram de funcionar em poucos dias. E nem a ajuda de outra empresa privada, a ALL, está sendo suficiente para devolver a normalidade do transporte.

Por causa disso, a Ferroeste convocou reunião de emergência com os antigos operadores privados, marcada para segunda-feira. Está disposta a esquecer o decreto de requisição e a pagar aluguel pelas máquinas e por serviços de manutenção. Haja confusão!

Polícia discute ordem judicial

Ordem judicial não se discute, cumpre-se. Certo? No Paraná, nem sempre. Inúmeros casos se sucedem, especialmente em relação a determinações judiciais relativas à reintegração de posse de áreas invadidas. A questão que envolveu a fazenda Syngenta é emblemática nesse sentido – mas há um outro exemplo em curso em Curitiba que configura flagrante desobediência à Justiça.

Trata-se da desocupação de uma área no bairro do Portão, de propriedade da Cohab/Curitiba, invadida desde maio do ano passado. O juiz Roger Oliveira, da 4.ª Vara da Fazenda Pública, determinou a reintegração, designou o oficial de justiça Altamir Narciso para cumprir a ordem e requisitou à Polícia Militar que mandasse efetivo para acompanhá-lo.

Depois de meses de frustradas tentativas, somente em 24 de janeiro último é que a PM foi ao local da invasão, junto ao oficial de justiça. Os ocupantes do imóvel, no entanto, recusaram-se a sair, alegando que uma advogada da Sanepar, Maria Arlete Rosa (diretora de Assuntos Comunitários), havia conversado com o secretário da Segurança Pública, Luiz Fernando Delazari, e que este prometera não cumprir a ordem judicial.

E, de fato, a operação foi suspensa, não sem antes o oficial de justiça ser intimado a comparecer à Polícia Militar. Lá, recebeu cópia do seguinte ofício dirigido pelo próprio comandante da PM, coronel Nemésio Xavier, ao juiz da 4.ª Vara: "Cumprindo ordem da Secretaria de Segurança Pública (SESP) foi suspenso o acompanhamento de Oficial de Justiça requisitado por esse Juízo de Direito da 4.ª Vara da Fazenda Pública, nos autos 45961."

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