Olho Vivo
Fachin
A Câmara de Vereadores de Curitiba volta à ativa hoje depois do recesso de julho. O recomeço será marcado por uma manifestação de apoio à indicação do jurista paranaense Luiz Fachin para ocupar a vaga deixada pela aprosentadoria do ministro Eros Grau no Supremo Tribunal Federal (STF). Articulado pelo vereador Caíque Ferrante, um documento contendo a assinatura unânime dos vereadores ficará pronto para ser encaminhado a Lula.
Reinício
A Assembleia Legislativa também reinicia seus trabalhos hoje após o recesso. Entre os projetos polêmicos previstos para o semestre está o que institui um novo Refis do ICMS e que permite o uso de precatórios para pagar tributos atrasados.
Cinco mil pessoas? Sete mil? Dez, 20 mil? Afinal, qual a quantidade de gente que acorreu à Boca Maldita na ensolarada manhã de sábado para assistir ao primeiro comício da campanha de 2010, com direito à presença de ninguém menos do que o presidente Lula? Os números divergem de acordo com o gosto do freguês. Claro que os da oposição contaram pelo mínimo; claro também, os organizadores pelo máximo. Seja lá quantas pessoas tenham comparecido, o fato indiscutível é que o comício atraiu menos gente do que anunciavam as previsões.
A Boca Maldita já foi palco de concentrações populares bem maiores. Desde os tempos de Getúlio Vargas, que falou da sacada do Braz Hotel em 1950 em disputa pela Presidência contra o udenista brigadeiro Eduardo Gomes, até o comício das Diretas Já! de 1984, o lugar foi capaz de reunir verdadeiras multidões. Algo semelhante só voltou a ocorrer em 2006, quando Lula, às vésperas do 2.º turno, veio pedir votos para o candidato Roberto Requião que, na ocasião, via o adversário Osmar Dias nos seus calcanhares. Mais recentemente, numa noite do último mês de março, o povo tomou novamente a avenida para clamar contra a corrupção na Assembleia Legislativa.
Em matéria de público, o comício de sábado ficou bem longe desses eventos, assim como ocorreu com a caminhada de José Serra e Beto Richa pela rua Quinze, no início de julho, que de público praticamente só tinha servidores ditos voluntários. Várias razões explicam o vácuo da participação popular. A primeira delas: comícios e outras concentrações de natureza política só são realmente bem sucedidos a partir do momento em que as emoções populares começam a chegar à flor da pele.
Não é este o caso, no presente momento, da campanha eleitoral de 2010, quer na disputa pela Presidência, travada entre Dilma e Serra, quer a governador, entre Osmar Dias e Beto Richa. As pesquisas têm indicado o alto grau de indecisão, indefinição e indiferença que ainda toma conta dos espíritos. E isto, por si só, já é suficiente para explicar a ausência de público maior.
Mas há outros sinais de que, salvo exceções ocasionais e especiais, eventos políticos perderam o antigo poder de atração das massas, a capacidade de tirar as pessoas de suas casas para ouvir discursos de candidatos. Agora, só mesmo três gêneros de eventos são capazes dessa façanha: o futebol, a religião e a música.
Torcidas lotam os estádios; sequer é preciso que as partidas sejam decisivas de campeonatos. Marchas evangélicas superlotam as avenidas, só rivalizando com as multidões que acorrem para ouvir padres-cantores campeões de venda de CDs e videoclips, como os carismáticos Marcelo Rossi, Fábio de Mello e, mais antigamente, o padre Zezinho.
Nem mesmo o movimento sindical consegue, hoje, repetir os grandes feitos dos tempos que testemunharam o nascimento da liderança popular de Lula. Atualmente, para arrebanhar trabalhadores nas comemorações de 1.º de Maio, por exemplo, os sindicatos veem-se forçados a promover sorteios de carros e televisores. E ainda no caso de Curitiba contratar o padre Reginaldo Manzzoti para cantar e celebrar sua show-missa.
Poder-se-ia concluir, então, que o comício de sábado de Lula, com Dilma, Osmar, Gleisi e Requião, foi tempo perdido? Não é bem assim. Vai importar mais é o proveito político que os discursos e as imagens bem produzidas poderão propiciar. Em primeiro lugar, porque o evento deu forma e substância ao apoio de Lula hoje sem dúvida o maior eleitor do país à coligação formada no Paraná.
É isto que vai aparecer de maneira notória nos programas de televisão no horário gratuito da mesma maneira que, em 2006, Requião se utilizou das imagens de Lula na reta final de sua campanha para virar o jogo contra Osmar Dias.
Comício virou cenário de televisão. Porque os marqueteiros e os políticos sabem que é pela televisão que o povo decide em quem votar.
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