"Você acha que o governo Requião é corrupto?"
Pergunta que inaugura o blog lançado ontem pela bancada de oposição na assembléia.
Tudo caminha para que a eleição na Federação das Indústrias do Paraná (Fiep) seja disputada por apenas duas chapas e não três, como vinha se prenunciando. Ontem, duas das chapas entabolavam negociações para fundir-se e, assim, reforçar as possibilidade de derrotar a pretensão do atual presidente, Rodrigo Rocha Loures, de permanecer no cargo.
Com a fusão, o jogo ficou difícil de entender. As duas chapas em formação, embora representando grupos diferentes, diziam-se de oposição à atual diretoria. Uma delas tendo na cabeça o industrial pontagrossense Álvaro Scheffer; a outra, pelo londrinense Octaviano Duarte, supostamente apoiada por Requião, interessado em defenestrar o (também supostamente) ex-amigo Rocha Loures.
Pois bem: Scheffer e Octaviano teriam ontem acordado a transformação das duas chapas em uma, na qual o primeiro permanece na presidência e o segundo como vice.
Com isso, fica uma confusão a ser esclarecida quando da formalização da chapa, que provavelmente será anunciada hoje: a) a fusão teve a bênção de Requião e é esta a chapa que vai representá-lo na eleição? b) Requião desistiu de lançar uma chapa e está procurando reaproximação com Rocha Loures?
Recordar é viver
O secretário sub-judice da Segurança, Luiz Fernando Delazari, foi escalado pelo governador para fazer na "escolinha" de terça-feira a longa explanação de casos de corrupção que teriam sido identificados na gestão do ex-governador Jaime Lerner. Foi o que bastou para que, imediatamente, fossem lembrados também alguns rumorosos casos que pesam contra ele.
Escarafunchados os arquivos, encontrou-se lá o caso em que o ex-coordenador da PIC Dartagnan Abilhoa trouxe à baila o envolvimento de Delazari em fato ocorrido em julho de 2002. Carlos Emiliano Delazari, irmão do secretário, foi preso em flagrante acusado de tráfico de entorpecentes. Logo depois foi solto e o inquérito arquivado e, mesmo sob os brados do procurador Abilhoa, tudo ficou como dantes.
Muito tempo depois, já no final de 2006, o promotor Paulo Kessler resolveu remexer no vespeiro: tramita no Ministério Público investigação pela qual se apurou que Delazari, quando atuava como promotor na PIC, é quem teria "esfriado" a investigação sobre o irmão. Depoimentos revelam que o atual secretário de Segurança mandou buscar o inquérito na Central de Inquéritos e conseguiu fazer com que, a seu pedido, a promotora Terezinha Carula determinasse o seu definitivo arquivamento.
Documentos aos quais a coluna teve acesso estão agora sob novo exame no Ministério Público Estadual. Os inimigos do secretário que não são poucos no interior do órgão continuam ativos e dispostos a impor-lhe mais dores de cabeça.
Olho vivo
Mistério 1 O deputado Marcelo Rangel (PPS), que denunciou esta semana os exorbitantes gastos do governo com propaganda, teria recebido forte pressão de um influente membro da bancada governista para não se referir a alguns casos constantes do relatório do Tribunal de Contas apontando irregularidades nas contas. O autor da pressão cujos termos não são conhecidos teria misteriosos interesses pessoais para que determinados assuntos não fossem lembrados por Rangel.
Mistério 2 Dentre os veículos e empresas que foram poupados de ter seus ganhos expostos está um esquema milionário de outdoors de propaganda do governo em ônibus. Também não houve referência aos gastos com o "Repórter das Estradas", que rendeu R$ 1 milhão por ano, assim como foram excluídos os ganhos de duas gráficas pertencentes a um companheiro de cavalgadas.
Previdência Já tem dono uma das vagas abertas tiradas do funcionalismo na composição da diretoria da Paraná Previdência. Ela vai pertencer ao advogado Francisco Alpendre, que ajudou o deputado Romanelli na formulação da lei que flexibilizou a representação dos servidores no conselho diretor do órgão. Detalhe: no primeiro turno, Alpendre assessorou o candidato Osmar Dias; no segundo, Requião.
15 dias Já vai completar um mês a promessa que Lula teria feito a Requião de que "em 15 dias" estaria resolvido o caso da multa mensal que o Tesouro da União impõe ao Paraná por conta dos títulos podres que entraram na negociação do Banestado. Ninguém mais fala do assunto.
Quem eu quero... Requião quis nomear Sérgio Botto para os conselhos da Copel e da subsidiária Elejor. O ex-procurador recusou.
...não me quer Requião afastou do conselho da Copel o velho companheiro Acir Mezzadri, que não queria deixar o posto. Mezzadri foi tesoureiro do PMDB quando Requião era presidente regional do partido e teve os recursos do fundo partidário bloqueados pela Justiça.
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