Após quatro meses, a CPI que a Câmara Municipal instaurou para investigar o transporte coletivo de Curitiba encerra seus trabalhos hoje, às 14h30, com a apresentação do relatório final. Se foi útil ou não, só o tempo dirá pois as recomendações da CPI, embora graves, só podem se tornar efetivas se outras instituições a Justiça e a prefeitura, por exemplo as acatarem e tomarem as providências.
A conclusão do relatório elaborado pelo vereador Bruno Pessuti que mais interessa ao povo diz respeito ao valor da tarifa que, segundo ele, pode ser reduzido de R$ 2,70 para R$ 2,38 se for feita uma boa lipoaspiração de gorduras indesejáveis, que vão desde o pagamento de festas para motoristas e cobradores promovidas pelo sindicato da categoria até a taxas administrativas cobradas. Há incertezas técnicas quanto às possibilidades levantadas pelos vereadores, que apresentariam valores supostamente calculados com erros matemáticos e que sugerem supressões de itens operacionais que não poderiam ser feitas. Sobre coisas desta natureza, técnicos das empresas e da Urbs já se debruçam em estudos, buscando contestá-las. Mas há também recomendações muito mais sensíveis. Uma delas, por exemplo, aconselha o prefeito Gustavo Fruet a recorrer ao Judiciário para que este declare, em razão dos supostos vícios de direcionamento que a CPI encontrou, a nulidade do processo de licitação que, em 2010, concedeu a exploração do transporte coletivo às empresas.
Sugere também que o Ministério Público, a Receita Federal, o Tribunal de Contas e o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) tomem as medidas complementares. Uma delas: as empresas teria recolhido no valor das passagens R$ 56 milhões referentes a provisionamento para Imposto de Renda, mas teriam pago tão somente R$ 600 mil ao leão. Cadê o resto? Ao Cade a CPI pede investigação que caracteriza a formação de cartel entre as empresas motivo suficiente para a declaração de nulidade da licitação.
Olho vivo
A conferir
O presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, garantiu ontem a Gleisi Hoffmann, virtual candidata do PT ao governo estadual, que Osmar Dias será candidato a senador na chapa da ministra. Neste caso, concorreria diretamente contra o irmão senador Alvaro Dias, que disputará a reeleição ao lado de Beto Richa. Lupi disse ter ouvido ainda ontem, do próprio Osmar Dias presidente estadual licenciado do PDT e atualmente vice-presidente do Banco do Brasil afirmação categórica de que está pronto para se lançar na campanha pela única vaga em disputa. A conferir.
Pazes
E por falar em Alvaro Dias: a Comissão de Educação do Senado Federal aprovou ontem o relatório que o tucano paranaense elaborou alterando pontos do Plano Nacional de Educação (PNE) aprovado pela Câmara. Senadores governistas chegaram atrasados à sessão e não puderam barrar a decisão da maioria presente à sessão. Alvaro incorporou ao texto que agora será levado à votação em plenário reivindicações da APP Sindicato. A entidade lhe fazia oposição desde 1987 quando, em seu governo, tropas da Polícia Militar dispersaram com violência professores grevistas que faziam manifestação em frente ao Palácio Iguaçu.
Os sem tevê
Pelo menos nove deputados compõem a bancada evangélica na Assembleia Legislativa. Pertencem a denominações variadas, mas apenas um da igreja do Evangelho Quadrangular, o deputado pastor Gilson de Souza. Pretende eleger mais parlamentares no ano que vem, mas, segundo o presidente do conselho estadual da igreja, Irineu Rodrigues, continuará seguindo caminho diferente das demais evangélicas: ao invés de comprar emissoras de televisão, vai incrementar campanhas populares, como coleta de sangue, combate à pedofilia e assistência a favelados. "Igreja não pode existir sem responsabilidade social", diz Irineu.
Resposta fácil
Governo do estado já teria pronta a resposta para a confusão armada com a descoberta de que um jornalista de seus quadros de maior confiança mantinha páginas no Facebook, com nomes falsos, para atacar a ministra Gleisi Hoffmann. A identificação se deu por ordem judicial para que o Facebook informasse o dono das contas pagas no site (aliás, com cartão de crédito pessoal do indigitado). A resposta será a de que desconhecia as atividades secretas do profissional e que os ataques eram de sua exclusiva responsabilidade. Por via das dúvidas, e para livrar o Palácio Iguaçu de qualquer suspeita de participação no episódio, o jornalista seria também punido com demissão uma injustiça.
Bolsonaro e mais 36 indiciados por suposto golpe de Estado: quais são os próximos passos do caso
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
A gestão pública, um pouco menos engessada
Projeto petista para criminalizar “fake news” é similar à Lei de Imprensa da ditadura