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Olho Vivo

Entulhos 1

Embora ontem fosse domingo, altos funcionários da prefeitura de Curitiba foram colocados para trabalhar. Sua missão foi a de responder, por meio de uma nota oficial, as informações publicadas pela coluna segundo das quais o município vem, desde janeiro de 2006, prorrogando os contratos das duas empresas que prestam serviços de coleta e transporte de resíduos vegetais da cidade, ao custo de R$ 18 milhões pagos para cada uma.

Entulhos 2

Uma das empresas é a Laine Manutenção de Áreas Verdes, de propriedade de dois parentes próximos do presidente da Câmara Municipal, vereador João Cláudio Derosso. Outra é a Viaplan, doadora de R$ 90 mil para a campanha do prefeito Beto Richa em 2008.

Entulhos 3

A nota da prefeitura não faz menção a tais circunstâncias que envolvem as duas empresas, apenas assegura que os sucessivos aditivos que mantiveram seus contratos obedeceram aos ditames legais. Diz, ainda, que, em 13 de novembro de 2007 abriu nova concorrência pública "haja vista que os contratos para estes serviços expirariam em janeiro de 2008." A Laine e a Viaplan concorreram e perderam para as empresas Paviservice e Catedral.

Entulhos 4

A Viaplan, informa a nota da prefeitura, entrou na Justiça e conseguiu liminar colocando a concorrência sub judice – situação que perdura até hoje e que impede a prefeitura de assinar novos contratos. Daí a razão de ter firmado novos aditivos de prorrogação tanto com a Viaplan (autora da ação) quanto com a Laine. E assim vai continuar até que a 2ª Vara da Fazenda julgue o mérito da ação.

Entulhos 5

Como a licitação não pode ser homologada e nem assinados novos contratos, e como também o serviço de coleta de entulhos não pode parar, a prefeitura considera que essa situação caracteriza caso de "emergência ou de calamidade pública" previsto na Lei das Licitações – justificativa que usou para fazer mais uma prorrogação, em janeiro passado.

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O prefeito Beto Richa e o senador Alvaro Dias, ambos do PMDB, estão rigorosamente empatados na disputa pelo governo do estado em 2010, segundo a pesquisa Datafolha divulgada ontem. Nos quatro cenários em que foram colocados, eles ocupam a ponta, com larga distância em relação ao demais candidatos.

O que leva à conclusão de que os tucanos estão com a faca e o queijo para ganhar a eleição. O problema passa a ser interno do partido: a briga sobre qual dos dois deve ser o escolhido para representar o partido.

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Há uma situação que certamente será devidamente sopesada pelos tucanos. Se o escolhido for Alvaro Dias, é possível que o irmão Osmar, do PDT, deva retirar sua candidatura, já que haveria um acordo entre eles de não enfrentamento direto. Segundo este mesmo acordo, seria candidato quem, nas proximidades das convenções do ano que vem, estiver melhor nas pesquisas. Se até lá prevalecer o resultado que o Datafolha colheu esta semana, é Osmar quem fica fora.

É com esta possibilidade que o candidato presidencial tucano José Serra mais sonha na vida, já que, com Osmar candidato, ganharia corpo no Paraná a candidatura de sua adversária na disputa, a ministra Dilma Roussef. É claro que a cúpula nacional do PSDB e o próprio Serra gostariam de evitar tal situação.

Por outro lado, se Osmar Dias conseguir sacramentar sua candidatura, o candidato tucano passa a ser o prefeito Beto Richa. De acordo com o Datafolha, nesse caso Beto ganharia de 39% a 31% – uma situação na verdade apertada. Por quê? Porque a pesquisa Datafolha não levou em consideração que, sendo Osmar candidato, ele passará a contar com o apoio de Lula e da máquina que será colocada para funcionar em favor de Dilma Roussef.

Não se pode desconhecer, contudo, o papel que terá o PMDB. Seu candidato, o vice Orlando Pessuti, aparece em todos os cenários com porcentual abaixo de um dígito. Isso incomoda principalmente os candidatos a deputado federal e estadual do partido que, para se eleger ou se reeleger, precisam vincular-se a candidaturas fortes. Não é por outra razão que, a despeito de decisão já tomada pela executiva estadual em favor de Pessuti, os peemedebistas estão tão divididos entre Osmar Dias ou pelo candidato que o PSDB vier a lançar.