Olho vivo

Da cozinha 1

A nova cozinha do reformado Palácio Iguaçu vai custar quase meio milhão de reais aos contribuintes paranaenses, segundo constatou o deputado Tadeu Veneri ao ler o Diário Oficial do Estado. Não, não é tanto assim, respondeu-lhe o deputado líder do governo na Assembleia, Ademar Traiano. O processo licitatório conseguiu reduzir o valor para pouco mais de R$ 350 mil, esclareceu.

Da cozinha 2

Traiano, no entanto, não soube esclarecer porque a cozinha palaciana vá custar tanto, seja pelo valor maior ou mesmo pelo menor. "Não conheço a estrutura da cozinha", disse o parlamentar, lembrando que a licitação foi lançada ainda no governo anterior – embora tenha tido sequência no atual governo, ao contrário de muitos outros processos do gênero, que foram cancelados. Desconsiderando o mobiliário de copa e cozinha, só os equipamentos foram orçados em R$ 319 mil.

Os culpados

O deputado Mauro Moraes, autor do projeto de emenda constitucional que suprimia da Carta estadual o dispositivo que concede aposentadoria aos ex-governadores, já identificou os culpados pela derrota de sua proposta: foram principalmente seus colegas da bancada do PSDB – lamentou Moraes, ontem, em nota à imprensa. Faltaram nove votos para que a PEC fosse aprovada na sessão de anteontem. Dos dez deputados tucanos na Assembleia , só três votaram pelo fim das aposentadorias.

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O senador Roberto Requião requentou nesta semana, no Senado, seus ataques ao ministro das Comunicações, Paulo Bernardo. Requião acusa Bernardo, então ministro do Planejamento, de lhe ter apresentado em 2007 uma proposta de custo indecente para uma obra ferroviária no estado. Segundo o ex-governador, o ministro disse que a obra custaria R$ 540 milhões, muito além dos R$ 110 milhões que seus técnicos teriam calculado. Portanto, um super superfaturamento, na escandalizada opinião de Requião.

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O senador não acrescentou nenhuma novidade às acusações que fez em 2010 – aliás, somente três anos após ter tido conhecimento da indecorosa proposta. Mas há novidades no caso, que talvez expliquem o motivo de ter voltado ao assunto, ocupando a tribuna do Senado. É que os processos que há contra ele por conta das acusações estão em vias de terminar com penas pesadas contra ele.

De uma primeira condenação ele não conseguiu escapar: foi multado em R$ 200 mil por ter usado a Televisão Educativa para fazer as primeiras denúncias. A Justiça Federal considerou que houve ofensa à honra do ministro, além de ter se caracterizado o uso indevido da emissora estatal.

Uma ação cível movida por Paulo Bernardo ainda tramita na Justiça paranaense. Nela, o ministro pede a condenação de Requião por danos morais e exige reparação indenizatória. O ex-governador já conta com um primeiro fracasso na defesa que impetrou: admitiu que poderá ser condenado, mas pediu ao Judiciário que, neste caso, a despesa seja paga pelo Erário. Com o quê o juiz da 3.ª Vara não concordou: em caso de condenação, a responsabilidade será do ofensor e não do contribuinte.

Outra ação, criminal, também movida por Paulo Bernardo, acaba de chegar ao Supremo Tribunal Federal (STF) – foro privilegiado das autoridades federais. Requião tentou que o STF não recebesse a ação, o que, na prática, significaria a sua extinção. Também não deu certo. Em despacho favorável ao recebimento, uma juíza federal anotou: "As provas que acompanham a inicial (...) sinalizam a presença de indícios de materialidade e autoria delitivas, bem como ser o fato descrito na denúncia típico e antijurídico, impondo-se, nesse momento, a persecução do réu mediante o devido processo legal."

Seriam estas as razões do requentamento do caso?

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Corta-fogo

Milhares de processos judiciais se perderiam caso pegasse fogo no pré­­­dio onde funciona o Fórum Cível de Curitiba, no Centro Cívi­­­­co. Velho e sem condições mínimas de segurança, o edifício – popularmente conhecido como "Idi Amin" – centraliza as varas cíveis da capital e armazena, em seus cartórios, todos os processos em trâmite na primeira instância. A preocupação é justa, mas as soluções nem tanto. Uma das propostas aventadas é construir um novo prédio – claro, com os custos imprevisíveis (!) que obras assim costumam ter.

Mas há uma mais barata e mo­­­derna: a informatização/digitalização dos processos e seu armazenamento em servidores dispostos em diferentes lugares. Seria o fim do papel e da ameaça dos incêndios. A ideia já foi levada pe­­la Associação dos Serventuários da Justiça do Paraná (Assejepar) ao Tribunal de Justiça. Ainda não há resposta, só boa vontade.