• Carregando...

"É absurda a postura da OAB quando tenta inocentar e proteger um bando de pistoleiros."

De nota divulgada ontem pela secretaria de segurança, criticando a OAB de Cascavel, que responsabiliza Requião pelas duas mortes ocorridas no conflito entre seguranças particulares e sem-terra, na fazenda Syngenta.

A notícia dada pela coluna ontem, segundo a qual o governador Roberto Requião teria tido acessos de raiva ao tomar conhecimento do conteúdo de um misterioso pen drive, acabou provocando a revelação de coisa maior: a Copel se prepara para comprar a participação acionária da francesa Vivendi na Sanepar.

A informação foi confirmada pelo ex-procurador-geral do estado, Sérgio Botto, que – embora seu nome não tenha sido citado na nota publicada ontem – se sentiu alvo de mais uma tentativa de "maus companheiros" de indispô-lo com Requião (veja suas explicações ao lado).

A aquisição da participação acionária da Vivendi pela Copel é tudo com que o governador mais sonha neste momento. Derrotado nas instâncias judiciais em sua tentativa de fazer valer o rompimento do pacto de acionistas com o grupo Dominó (do qual a Vivendi faz parte), a compra seria a última e mais honrosa maneira de se livrar do imbróglio em que se meteu.

O grupo Dominó é composto por quatro sócios: Vivendi/ Sanedo (30%), construtora Andrade Gutierrez (27,5%), Daleth Participações (27,5%) e Copel (15%). Esse conjunto de empresas detém 39,7% do capital social da Sanepar, que, pelo pacto de acionistas, dava ao Dominó o direito de ocupar três diretorias estratégicas da companhia.

Se a Copel adquirir a parte da Vivendi, acumulará 45% de participação no Dominó – o suficiente para alterar a composição do pacto de acionistas. A partir disso, a Copel (isto é, o governo!) passaria naturalmente a ocupar as diretorias que a Justiça, contrariando Requião, decidiu que de fato pertencem aos atuais sócios majoritários do Dominó.

E assim, ao custo previsto de 42 milhões de euros – que poderiam ser gastos em outras necessidades do povo –, a Sanepar voltaria ao controle do povo.

Desvendando o pen drive 2

Incomodado com a repercussão da nota sobre o segredo do pen drive, o ex-procurador do estado e atual presidente do conselho de administração da Paraná Previdência, Sergio Botto de Lacerda, faz os seguintes esclarecimentos:

"Com referência a sua coluna de domingo (27/10), onde discorre sobre haver enigma num pen drive, tenho o dever pessoal de retificar suas informações. Apesar de a coluna não citar o meu nome, desnecessário seria, porquanto a descrição da pessoa e dos "fatos" distorcidos, levaram muitos leitores a me telefonar.

"Como é de conhecimento público, fui procurador-geral do estado e Presidente do CAD da Sanepar. Essas condições tornaram-me interlocutor de diversas situações de governo, dentre as quais a do conflito acerca do acordo de acionistas da Sanepar entre o estado e a Dominó Holdings.

"Embora fora do governo há quase oito meses, permaneci mantendo contato pessoal com diversos personagens desse contexto. Um deles, o Sr. Marlik Bentabet, presidente da empresa francesa que tem participação na Sanepar, pediu-me que o aproximasse do governador Roberto Requião, o que fiz no presente mês de outubro. É claro que tal assunto não me diz respeito, visto que representantes oficiais dos interesses envolvidos podiam e deviam agir.

"Quanto ao tema específico de sua coluna, informo que em conversações que o sr. Marlik Bentabet tem mantido com setores do governo, surgiu sim de sua parte proposição para me contratar como advogado, proposição essa que foi por mim recusada, como se vê do email abaixo:

Caro Marlik,

Li a proposta do contrato de prestação de serviços. Com toda a sinceridade que sempre marcou a nossa relação, estou recusando a proposição. Os valores, claramente insignificantes frente a dimensão a ser enfrentada, revelam, com toda a franqueza, que minha participação profissional é desnecessária. Sempre pautei minha atuação, enquanto estava no Governo, com toda a ética e retidão. Agora, como advogado, entendo que eventual consultoria jurídica privada estaria a merecer melhor consideração.

Ass.: Sergio Botto

"Aqueles que lhe passaram a informação publicada são sempre os mesmos, seres pequenos e que se nutrem da maledicência e que têm doentia obsessão para comigo. Só que mentiram mais uma vez.

Soube eu que numa reunião havida entre Marlik Bentabet e diretores da Copel, seu pen drive foi emprestado para copiar arquivos. Lá estavam, dentre outros, a proposta de minha contratação e a minha recusa também. Foi o que bastou para que os fogueteiros de plantão pensassem haver algo a me comprometer. Omitiram a minha recusa para a contratação e passaram a propalar para os incautos, maldosos e omissos, haver alguma irregularidade, esquecendo-se, inclusive, que sou advogado privado e que, legalmente, só estou impedido de advogar para ou contra a Fazenda Pública que me remunera.

"Ademais, nesse pen drive, cujo conteúdo também me foi enviado por quem está indignado com tudo isso, não existe alguma gravação telefônica ou qualquer outra coisa escusa.

Não desejo iniciar nova polêmica, mas não posso me calar diante de nova investida. Com o exclusivo interesse de perservar minha honra, posso assegurar, mais uma vez, ter absoluta tranquilidade com os fatos, pelo que não posso admitir sequer a possibilidade de pairarem dúvidas a respeito, seja pela curiosidade do suposto enigma, seja pela falta de informação adequada."

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]