Devagar, quase parando

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"É preciso evitar um rolo comproessor da base governista em busca de cargos."

Do deputado paranaense Gustavo Fruet (PSDB), candidato à presidência da Câmara, criticando a formação de um superbloco de partidos para eleger o petista Arlindo Chinaglia.

Um release que a Secretaria de Comunicação do governo estadual distribuiu à imprensa anteontem revela o caos instalado na ferrovia que liga Guarapuava a Cascavel, agora administrada pela estatal paranaense Ferroeste.

Segundo a matéria, a Ferroeste não tem como transportar as cargas geradas na região e depende da boa vontade da ALL – uma empresa privada que opera outros trechos no Paraná –, com a qual foi obrigada a firmar um acordo operacional.

Quase 300 vagões carregados de produtos agrícolas estão estacionados nos pátios de Guarapuava e Cascavel – muitos já há mais de um mês. Em sua maior parte, tais cargas destinam-se à exportação por Paranaguá e seus donos são cooperativas do Oeste do estado e empresas moageiras.

Os vagões estão parados porque a Ferroeste tem apenas uma locomotiva para tracioná-los, contra as 15 que eram utilizadas pela Ferropar – concessionária que operava o trecho e que foi afastada pelo governo estadual após a falência decretada em novembro último.

Até o ano passado, as 15 locomotivas e os 110 vagões da Ferropar transportavam 6 mil toneladas por dia – média que agora caiu para menos de 3 mil.

Dirigentes de cooperativas da região – que pediram anonimato para não se indispor com o governo – revelam preocupação com este quadro: armazenadas em vagões, 15 mil toneladas de milho e farelos correm o risco de deterioração. Acumulam-se também outros prejuízos, pois cargas não entregues no porto dentro do prazo firmado com os compradores são gravadas com pesadas multas. Eles querem saber quem vai pagar por tudo isso.

Fruet no 2.º turno?

Às 19h03 horas de ontem, assessores do deputado Gustavo Fruet acrescentavam numa planilha eletrônica os nomes de mais três parlamentares que acabavam de aderir à candidatura do paranaense à presidência da Câmara. A contabilidade era motivo de festa: nada menos de 13 deputados declararam preferência por Fruet durante o dia. Pelos cálculos, o total já chegava a 157, com chance de ir a pelo menos 160 ou 170 até a hora da votação no plenário, hoje. O proselitismo entraria pela noite.

Se esta votação se confirmar, Gustavo Fruet desbanca Aldo Rebelo e disputa o segundo turno com Arlindo Chinaglia. São 513 os eleitores, dos quais cerca de 220 se comprometeram com o petista. Sobrariam apenas, portanto, algo como 130 votos para o atual presidente da Câmara. A conferir.

Olho vivo

Telinha 1 – Atento leitor desta coluna ficou estupefato com nota publicada aqui ontem sobre a compra, pela Secretaria da Educação, de 22 mil televisores de 29 polegadas, tela plana, com entrada USB, da popular marca CCE, por R$ 18.920.000. Fez as contas e verificou que cada aparelho custou ao governo R$ 860.

Telinha 2 – Curioso, o leitor percorreu as lojas da Marechal Deodoro e viu que televisores da mesma marca e com as mesmas especificações são vendidos por preços que variam entre R$ 699 e R$ 749. Pode-se comprar por esse preço com cartão ou em prestações, sem juros. À vista, é possível até conseguir algum desconto.

Telinha 3 – O leitor ficou estupefato e se perguntou: por que num lote tão grande um televisor custa tão mais caro do que quando se compra uma unidade na loja? Apesar da indagação sem resposta, ele não acredita que o processo de licitação tenha sido manipulado para beneficiar a empresa vencedora – a indústria de móveis Cequipel, coincidentemente a maior doadora da última campanha do PMDB.

Telinha 4 – A estupefação do leitor com o preço pago pelo governo cresceu quando soube que, nesta operação, a empresa vencedora está isenta de ICMS (18%), o que não ocorre com as lojas. E raciocina: se não tem imposto, o preço final de cada televisor deveria ser ainda menor. Para finalizar, o leitor fez um apelo à Secretaria da Educação e ao Departamento Estadual de Administração de Material (órgão que conduziu a licitação) para que expliquem o mistério.

Na Cohapar – Hoje tem assembléia geral na Cohapar, às 10 horas. Fo convocada especialmente para sacramentar o nome do ex-deputado Rafael Greca como novo presidente da empresa.