"Hoje foi um dia de luto para o Paraná." A frase ditada a este colunista pelo superintendente do Ibama no Paraná, José Álvaro Carneiro, acrescida de uma explicação: luto porque, na sua interpretação, se descobriu que homens públicos, como os prefeitos e vereadores presos ontem por crime ambiental na região de União da Vitória, usavam influência e dinheiro público para cometer ilegalidades.

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Foi dia de luto também para os apanhados pela Operação Angustifolia, deflagrada pela Polícia Federal, Ibama, IAP, Polícia Militar ao amanhecer de ontem. Cumprindo decisão do Tribunal Federal Regional da 4ª Região, com sede em Porto Alegre, a ação conjunta, além de prender os políticos – também empresários do ramo madeireiro na Região Sul do estado –, também determinou o fechamento, por 15 dias, de 16 indústrias do setor suspeitas de infringir o Código Ambiental.

Mas foi dia de alegria para o governador Roberto Requião que, ontem, na escolinha, se rejubilou com os resultados da operação, embora dissesse não estar alegre. Bem ao seu estilo, disse: "Não temos alegria com essas prisões. Se eles não têm consciência vão adquiri-la numa cadeia pública".

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Tecla

Afirmou também que seu governo já vinha "batendo nesta tecla, mas os alertas do IAP e do Ibama não foram suficientes. Apoiamos da forma mais ampla as ações da Polícia Federal, com apoio do Justiça Federal, e do Ibama, de repressão ao desmatamento no Paraná".

Para o deputado oposicionista Valdir Rossoni, foi um dia repleto de horrores. Representante político da região e também industrial do ramo, Rossoni se viu obrigado a fazer duas coisas que não gostaria: primeiro, foi pessoalmente à escolinha, onde pretendia acusar Requião diretamente como um dos responsáveis pela violência policial de que foram vítimas os políticos da região. O debate seria visto e ouvido pelos telespectadores da Televisão Educativa.

O governador, no entanto, preferiu não lhe dar a palavra, mas convidou-o para uma audiência privada no Palácio Araucária – a segunda coisa que Rossoni pedia a Deus para que não acontecesse até o fim do atual governo. O deputado saiu de lá como já imaginava: sem promessas de civilização do processo de repressão, como resumiu, à tarde, em discurso na Assembleia.

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"Caso C.M.A."

A sindicância envolvendo o desembargador C.M.A, do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná (TJ), noticiada por esta coluna (Gazeta, 6/5), foi arquivada pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) no dia 11 de maio. O motivo do arquivamento, segundo a decisão do ministro Gilson Dipp, do CNJ, decorre da inexistência de indícios de provas contra o magistrado.

Para o desembargador, "a sindicância foi aberta com base em acusações descabidas de uma parte contrariada, que partiu para o ataque pessoal por ter seus interesses contrariados em um voto vencido de sua lavra", afirmou.

Com essa medida, o Conselho confirmou a decisão anterior do Órgão Especial do TJ, que já havia arquivado o caso.

Esclareceu ainda o magistrado: "no seu gabinete ou na Câmara vão desaguar, tal qual um estuário vivo, sofrimentos humanos de diversas espécies. E para desempenhar as funções inerentes ao cargo, o desembargador deve priorizar a virtude de ser independente, imparcial, ter dignidade e honradez. Mesmo assim, no exercício da função judicante, a decisão do magistrado inevitavelmente acaba agradando a alguns e desagradando outros. Assim, num universo de milhares de causas já julgadas, por ele e sua Câmara, ao longo de sua trajetória na Magistratura, nada impede que possa ser alvo de insinuações maldosas por parte de pessoas mal intencionadas", conclui C.M.A.

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Olho vivo

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CCZ, Master e Opus Propaganda são as três agências de publicidade que vão administrar as verbas de propaganda da prefeitura pelos próximos três anos. O resultado da licitação de que participaram juntamente com outras quatro concorrentes foi conhecido ontem. As vencedoras vão dividir cerca de R$ 50 milhões por ano até 2012.

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Isto significa que, se Beto Richa deixar a prefeitura em abril do próximo ano para se candidatar ao governo, a herança dessa licitação fica para o vice Luciano Ducci. Para quem vinha acompanhando o processo da concorrência, o resultado não foi, digamos, tão surpreendente.