Não há Ibope nem Datafolha para prever os resultados de duas eleições com campanhas silenciosas (não confundir com licensiosas), mas já em pleno andamento. Uma delas é para a presidência do Tribunal de Contas; outra, para a da Câmara de Vereadores de Curitiba. Ambas serão travadas em dezembro, já pouco depois de conhecido o governador eleito.
No Tribunal de Contas, concorrem pela mesma vaga os conselheiros Nestor Baptista e Ivan Bonilha, este último com o mais que provável apoio do governador Beto Richa. O primeiro depende quase exclusivamente de conseguir, dentre seus pares, formar a maioria necessária. No meio da caminho dos dois está uma vaga de conselheiro a ser preenchida nos próximos dias ou semanas. São sete as cadeiras, mas uma está desocupada desde julho, quando se aposentou o conselheiro Caio Soares. Para seu lugar deve ser nomeado um dos quatro atuais auditores do TC.
Três deles desculpem a redundância formarão uma lista tríplice que será anunciada no próximo dia 9 de setembro e composta segundo critérios de merecimento estabelecidos por uma recente resolução baixada pela instituição. São os atuais conselheiros que definirão a lista.
A lista será então encaminhada ao governador para que escolha e nomeie um deles, já a tempo de fazer parte do minúsculo colégio eleitoral do TC. Os auditores potenciais membros da lista tríplice estão sendo objeto de cortejo explícito dos dois candidatos tipo assim uma dança de acasalamento própria das aves.
Já na Câmara Municipal o colégio eleitoral é maior. São 38 os que vão escolher o substituto do vereador Paulo Salamuni na presidência, agora mais preocupado em se eleger deputado federal pelo PV em outubro. Dezoito outros atuais vereadores são também candidatos a deputado. Por isso, o processo eleitoral interno ainda não está totalmente aberto mas pelo menos três já ensaiam a mesma dança em torno do prefeito Gustavo Fruet, com poder para influir no resultado.
Olho vivo
Quem? 1
O deputado Luiz Cláudio Romanelli (PMDB) conseguiu colocar em pé a Agenda Paraná uma relação de projetos estruturais que dependem do governo federal. O documento pretende ser a base de discussões com os candidatos à Presidência, deles esperando o devido comprometimento. Enfim, portanto, a Assembleia produziu algo mais do que homenagens e auxílio-moradia para juízes.
Quem? 2
Só há um probleminha: o Paraná tem líderes com estatura para exigir compromissos dos presidenciáveis e, depois, de quem for eleito? Não há exemplos recentes que nos levem a uma conclusão positiva.
Pelo contrário
O ex-prefeito de Foz do Iguaçu, Paulo MacDonald, teve seus direitos políticos suspensos por três anos por improbidade administrativa. Verdadeiro ou falso? Falso: quem divulgou a notícia errada foi um promotor do Ministério Público. MacDonald foi absolvido e não condenado pelo Tribunal de Justiça. Agora ele espera que o promotor corrija o erro e lhe peça desculpas.
Esquadra 1
De um antigo servidor estadual que tinha trânsito na Casa Militar do Palácio Iguaçu chega uma informação curiosa a de que não é por acaso que três dos aviões da frota oficial têm prefixos sugestivos. As três aeronaves foram compradas nas gestões do ex-governador Roberto Requião e, quando registradas na Aeronáutica, receberam os prefixos definidos por ele, assim como quem escolhe uma placa de carro novo no Detran.
Esquadra 2
Requião gosta de dar nomes aos bois ou melhor, aos cavalos que possui, como ficaram conhecidos os equinos Proletário, Benedita e outros. Com sua esquadra aviatória, a mesma mania. Um deles recebeu o prefixo PR-AMG (cuja tradução, segundo o velho servidor, seria Amo Meu Governador). Outro foi batizado como PR-GRR (Governador Roberto Requião); e o terceiro, PP-MMS (Maristela Mello e Silva). A auto-homenagem e a personalização de bens públicos, com iniciais do governante, é considerada ato de improbidade administrativa.
Fator Marina
O "fator Marina", que derrubou Aécio Neves também no Paraná, chegou depressa aos arraiais de Beto Richa. Até poucos dias confortável com a dobradinha tucana de Aécio Neves, e também contando com o apoio do PSB de Eduardo Campos, Richa perdeu a tranquilidade e busca se aproximar de Marina Silva. Ela já declarou que não cumpriria o acordo firmado por Campos de apoiar os tucanos Alckmin, em São Paulo, e Richa, no Paraná. A esperança, no entanto, é de fazê-la rever a posição.
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