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Olho vivo

Acordos 1

Beto Richa e Osmar Dias teriam, realmente, "feito as pazes"? Essa informação correu bastante na semana passada. Dizia-se que ambos teriam acordado em não acirrar os ânimos e manter aberta a possibilidade de reviver a antiga aliança partidária que os unia. Em outras palavras, Richa teria acenado com a possibilidade de abrir mão de sua candidatura se a de Osmar for estrategicamente mais conveniente.

Acordos 2

Ontem, contudo, fontes muito bem localizadas, desmentiram em parte esta versão. Mas deram outra: é provavelmente amanhã, quarta-feira, que serão abertos os entendimentos entre eles. A conversa estaria agendada para o gabinete de Osmar, no Senado. A conversa, por enquanto, teria um tom mais pessoal do que partidário, já que ambos sabem que – principalmente no caso do PSDB – vai acabar prevalecendo no estado o que for mais conveniente para a candidatura presidencial.

Acordos 3

Por outro lado, permanece vigente a informação, já antecipada por esta coluna, de o que Osmar Dias tem encontro marcado também com Lula nesta semana. Foi convidado pelo presidente, cada vez mais ansioso para não deixar o senador "escapar" da aliança com o PT do Paraná, fórmula que considera a mais eficaz para alavancar a ainda frágil penetração da candidatura de Dilma Rousseff no estado.

A empresa paulista Estre, de São Paulo, associada ao empresário Wilson Delara (diretor da ALL das ferrovias), citada como virtual interessada em habilitar-se para receber as 2.500 toneladas de lixo da região metropolitana, negou ontem que seja esta a sua intenção. Em nota, a empresa diz que o grande aterro sanitário que pretende implantar no município de Fazenda Rio Grande "é para atender todos os geradores de resíduos" e que não pretende competir com os participantes da concorrência promovida por Curitiba e outros 16 municípios da região metropolitana para industrialização do lixo.

A concorrência a que a Estre se refere, como se sabe, está emperrada em razão de ações judiciais. E deverá continuar assim ainda por muito tempo, quaisquer que sejam as decisões que os juízes venham a tomar na instância estadual. Os eventuais prejudicados sempre terão o caminho dos recursos às instâncias superiores. Enquanto isso, o já esgotado aterro da Caximba, terá de ser abandonado. Para onde irá, depois disso, o lixo das 17 cidades do consórcio metropolitano? Para o empreendimento da Estre? Pode ser.

Mandirituba

Outra das hipóteses para resolver o problema seria o uso de uma terceira área, em Man­dirituba, pertencente à Cavo – em­­­presa que já faz a coleta de lixo de Curitiba. Seria uma maneira da Cavo assegurar a continuidade, ainda que em caráter emergencial, do milionário contrato que mantém com a prefeitura e que vence no início do próximo ano.

E isto pode explicar – se­­gundo insinua a nota enviada pela Estre – porque o escritório de advocacia Farracha de Castro foi acionado para impedir a continuidade do processo de licenciamento, que a Estre pleiteia no Instituto Ambiental do Paraná (IAP), da área de Fazenda Rio Grande. O escritório é o mesmo que tradicionalmente atende os interesses da Cavo.

Como se vê, é briga de gente grande. Estão envolvidos nela, além de grupos internacionais interessados em vender tecnologia, empresas nacionais como a Cavo e a Leão & Leão, e locais. Entre os empresários locais, o banqueiro Joel Ma­­lucelli, o dono da rede de shoppings a que pertence o Mueller, Salomão Soifer, o construtor Bruno Miraglia (construtora Tibagi) e o cartorário Silvio Name, entre outros.

Todos eles participam da concorrência bilionária para a construção da usina de industrialização, ainda não concluída. E agora, pela tangente, a Estre.

Esconde-esconde

O governo do estado continua fazendo jogo de esconde-esconde em relação às condições da segurança pública no Paraná. Isto ficou visível, ontem, no esforço que o líder de Requião na Assembleia, Luiz Cláudio Romanelli, fez para derrubar um pedido de informações que o deputado Douglas Fabrício (PPS) queria endereçar ao secretário Luiz Fernando Delazari.

O requerimento não chegou a ser votado por falta de quorum (volta na sessão de hoje ao plenário), mas Romanelli, antes, fez o que pode para "melar" a iniciativa. Douglas queria, entre outros itens, saber o efetivo das polícias Civil e Militar e com quantos policiais cada município conta. As respostas seriam o retrato perfeito do caos (ou da boa gestão da segurança, se o governo conseguisse provar). Alegando que tais informações são confidenciais, Romanelli pediu a desaprovação do requerimento.

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