Olho vivo
Right man...
O candidato Ratinho Jr. elegeu o deputado Fernando Francischini (ex-PP, ex-PSDB e agora PEN) como um de seus mais importantes cabos eleitorais. Aposta tanto na capacidade do parlamentar para combater a violência em Curitiba que até já o nomeou, antecipadamente, para ser o titular da supersecretaria de segurança que pretende criar se for eleito prefeito. Francischini, de fato, tem experiência para exercer o cargo: além de já ter sido secretário Antidrogas na gestão do então prefeito Beto Richa, há dez anos ocupou também o cargo de subsecretário de Segurança do governo do Espírito Santo.
...in right place
Delegado federal, voltou aos quadros da Polícia Federal logo depois. Ao participar da Operação Farrapos que a corporação desencadeou em 2007 e que resultou na prisão do traficante internacional Juan Carlos Abadía, em São Paulo. Francischini tornou-se conhecido pelas imagens divulgadas pelo Fantástico quando colocava as algemas em Abadía. No Espírito Santo, como subsecretário, também deixou marcas importantes, embora sua atuação tenha rendido uma CPI instaurada na Assembleia daquele estado, investigações do Ministério Público e processos judiciais.
Provérbios
Recém-convertido fiel de uma igreja evangélica, figurão da campanha de Gustavo Fruet assistiu a uma entrevista que o apresentador Ratinho concedeu ao portal UOL, site do grupo Folhas, no ar desde ontem. O figurão não teve dúvidas e recorreu logo ao capítulo 10 do Livro dos Provérbios para exclamar: "A boca dos ímpios fala perversidades". Ele ficou especialmente indignado quando ouviu Ratinho chamar de "idiotas e imbecis" os adversários do filho, candidato a prefeito de Curitiba. Ficou surpreso também ao saber dos planos do dono do SBT: se Júnior perder a eleição para prefeito de Curitiba, ele será candidato a governador em 2014.
Dotti lá
O ministo Marco Aurélio de Mello, ao votar ontem a favor da caracterização dos envolvidos no mensalão como uma quadrilha, citou o jurista paranaense René Dotti um dos nomes mais respeitados no país no ramo do Direito Penal para fundamentar seu entendimento. O voto de Marco Aurélio ajudou a formar a maioria necessária (seis a quatro) para condenar 10 réus do chamado núcleo político do mensalão por formação de quadrilha.
O volumoso caderno com que o Instituto Datafolha mostra em detalhes o comportamento do eleitorado de Curitiba, neste segundo turno, contém dados interessantes nem sempre divulgados com o mesmo destaque dado aos índices de intenção de voto obtidos pelos dois candidatos. Dados que podem explicar erros e acertos das campanhas de cada um.
Por exemplo: na página 34 do caderno, o Datafolha contabiliza as respostas a uma pergunta dominante e crucial nas eleições deste ano na capital. Desde o primeiro turno, os candidatos procuravam induzir os eleitores a se decidir em razão de suposta ligação de um candidato com os envolvidos no esquema do mensalão.
Gustavo Fruet (PDT), apoiado pelo PT, foi o alvo dessa estratégia, colocada em prática principalmente pelo candidato Luciano Ducci (PSB). No fim, embora por pequena margem, Fruet venceu Ducci, comprovando a insuficiência da estratégia para alcançar o pretendido objetivo de derrotar o oponente.
Apesar dessa evidência, o candidato mais votado do primeiro turno, Ratinho Jr. (PSC), repetiu a mesma argumentação, ainda com mais ênfase, para enfrentar o adversário neste segundo turno. A primeira rodada do Datafolha, divulgada dia 18 quando a campanha já estava em andamento mostrou que ele parece ter incorrido no mesmo erro de Ducci, pois, segundo o instituto, Fruet apareceu com 16 pontos à sua frente, 52% a 36%.
A pergunta do Datafolha aos seus entrevistados foi a seguinte: "Pensando na eleição para prefeito que vai acontecer em outubro, você diria que o julgamento do mensalão tem grande influência, tem alguma influência ou não tem influência na definição do seu voto atual para prefeito?"
E as respostas contabilizadas foram estas: para 66% do eleitorado, a questão não tem nenhuma influência e para 16% tem pouca influência. E apenas 13% dos eleitores confessaram que esta questão é, sim, determinante para a definição do seu voto para prefeito. Por exclusão, o que realmente parece interessar aos eleitores numa eleição municipal são os problemas locais, aqueles que a população sente diretamente no seu cotidiano pessoal e familiar.
*Metodologia
O Datafolha ouviu 1.267 pessoas entre 17 e 18 de outubro. A margem de erro é de três pontos para mais ou para menos. O registro no Tribunal Regional Eleitoral tem o número 679/2012. A pesquisa foi encomendada pela RPC TV e pela Folha de S. Paulo.
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