Olho vivo
Novo pacto 1
Dois presidentes de concessionárias de rodovias depõem hoje na CPI do Pedágio. Vão descrever aos deputados o que já fizeram e o que ainda falta fazer nos trechos administrados por suas empresas. Para que servirão estes novos depoimentos, nem mesmo a CPI sabe mas é preciso "cumprir a tabela", segundo desabafou ontem um dos desanimados deputados que compõem a CPI, consciente de que nenhuma das conclusões do relatório terá qualquer efeito sobre o futuro dos atuais contratos de concessão.
A esperança de negociação com as concessionárias foi renovada ontem, quando o Palácio Iguaçu chamou os representantes do G7 grupo que reúne as maiores federações empresariais do estado para mostrar-lhes as linhas gerais da PPP que o governo estado lançou para duplicar PR-323, na região Norte. A promessa é de que, depois da duplicação, os usuários pagarão apenas R$ 4,50 em cada uma das quatro praças que serão instaladas ao longo de 219 quilômetros de estrada.
Novo pacto 2
Durante o encontro, os empresários ouviram do governo que ainda não estão fechadas as portas da negociação para reduzir as tarifas e fazer mais obras nos 2.500km do Anel de Integração. Só não se sabe como fazer isto. Uma das soluções cochichadas entre os presentes é a de que as duas partes (governo e concessionárias) desistissem das centenas de ações judiciais que movem uma contra a outra como forma de abrir caminho que leve a um novo pacto.
Mas sem prorrogação dos contratos para além de 2021? eis a dúvida que ainda permanece, principalmente depois que a presidente Dilma se declarou contrária a esta possibilidade. A menos que a CPI tire da manga uma solução mágica para por fim à pendenga. Nem seus deputados acreditam.
Estaria o Brasil vivendo tempos de hiperinflação? Se esse não é o caso, então soa muito estranho que um projeto que em 2010 estava orçado em cerca de R$ 60 milhões, por que hoje, apenas três anos depois, seu custo teria saltado para nada menos de R$ 505 milhões? Este é o mistério que cerca o projeto de engorda de 7 km de praias no litoral do Paraná, entre Matinhos e Flórida.
O projeto foi um dos itens da conversa que o governador Beto Richa teve com a presidente Dilma Rousseff, na semana passada. Ele pediu urgência na liberação de recursos federais naquele montante para a realização da obra uma ideia que nasceu em governos passados, tomou forma na gestão de Orlando Pessuti e que depois, de gaveta em gaveta, foi tocado em velocidade muito aquém do avanço destruidor do mar.
Para conter a erosão que come as praias, calçadas e avenidas e engole até as casas de veraneio construídas à beira-mar, a obra consiste em dragar areia limpa de alto-mar e depositá-la ao longo de uma faixa de 50 metros de largura por 7 km de extensão. A areia seria contida por gabiões e outras técnicas de engenharia para que outra vez não "fugisse" da orla. Custo deste trabalho a preços de 2010: R$ 30 milhões. Outros R$ 25 milhões a R$ 30 milhões seriam aplicados em obras de paisagismo e recomposição da avenida. Total de cerca de R$ 60 milhões.
Basicamente, o projeto de engenharia e as licenças ambientais foram concluídos pela Secretaria de Desenvolvimento Urbano em 2010, quando Orlando Pessuti era governador e o arquiteto Forte Netto, secretário. Os custos seriam divididos em três partes uma do governo do estado, outra da prefeitura e a terceira da União. Esta última chegou a depositar em conta bancária R$ 12 milhões iniciais.
Quando Richa assumiu, em 2011, tudo parou, a pretexto de que o projeto precisaria ser revisado. E de fato foi: o Instituto das Águas se encarregou de agregar à proposta original também a macrodrenagem dos rios e canais que desembocam nas praias.
Ok. A obra de fato ficou um pouco mais complexa, mas engenheiros sanitaristas e ambientalistas consultados pela coluna que trabalharam ou conhecem profundamente o caso específico do problema que atinge as praias ficaram espantadíssimos com o acréscimo de preço.
Quer dizer então, perguntam eles, que só a macrodrenagem vai custar mais de R$ 400 milhões? "Tem coisa errada ou muito suspeita nesse negócio", disse um dos consultados com quase 40 anos de experiência no ramo. Detalhe: R$ 505 milhões é quanto Richa pediu a Dilma, aí não incluídas as contrapartidas da prefeitura e do próprio governo estadual. Ou seja: no total, a previsão de custo deve beirar, pelo menos, R$ 700 milhões aliás, número citado em entrevista gravada pelo presidente do Instituto das Águas, Marcio Nunes.
O projeto está sendo analisado detidamente pelo Ministério da Integração.
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