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Olho Vivo

Tensão

Foram tensos os instantes que antecederam a definição do novo chefe da Casa Civil. Venceu a parada o experiente deputado Eduardo Sciarra, cujo nome quase foi preterido em favor do jornalista Deonilson Roldo, que permaneceu do mesmo tamanho, isto é, na chefia de Gabinete. Caitituaram até o fim em favor de Roldo os deputados Ademar Traiano e Valdir Rossoni, mas foram vencidos (1) pela promessa de Richa a Sciarra durante a campanha de que o cargo seria dele e (2) pela influência do empresário Joel Malucelli. Sciarra e Malucelli são do PSD, partido que consegue ser situacionista nas duas esferas: na estadual, apoia o tucano Richa; na federal, a petista Dilma. O senador Alvaro Dias gostou da escolha, pois a viu como sinal de prestígio a Joel Malucelli, seu suplente no Senado, um nome frequentemente citado como interessado em concorrer à prefeitura de Curitiba.

Em dívida

O Instituto Curitiba de Informática (ICI) foi à Justiça para ameaçar com a interrupção dos serviços que presta ao município. Queria receber R$ 70 milhões de atrasados dos últimos quatro anos. O desembargador Leonel Cunha examinou o processo, chegou a concordar com a possível "verossimilhança" da alegada dívida, mas entendeu não ser possível à prefeitura honrar todo o pagamento. E que a paralisação dos serviços traria danos irreparáveis à população. Diante disso, o magistrado decidiu reduzir a obrigação da prefeitura de pagar imediatamente só R$ 2,935 milhões – valor que corresponde aos salários e encargos trabalhistas relativos a dezembro dos 627 empregados do ICI. O resto da dívida ficou para ser discutida depois.

Folga

Esta coluna tira folga por duas semanas. Volta em janeiro.

Logo depois de reeleito, Beto Richa repetiu a sentença segundo a qual "o melhor está por vir", referindo-se ao novo mandato que conquistou. Os paranaenses têm lá suas dúvidas quanto à otimista profecia do governador, pois a única coisa previsivelmente concreta é que a segunda gestão vai começar sob o signo de brutal aumento de impostos a pesar indistintamente sobre os mortais cidadãos.

Ao que parece, portanto, o "melhor", na visão do governador, depende do "pior". Para tirar as finanças estaduais da lama, precisa tirar do bolso do contribuinte. Só tem sentido, porém, "melhorar" o recheio dos cofres públicos se isso significar que, a partir do próximo ano, já não mais falte grana para pagar fornecedores, que as viaturas policiais não parem por falta de gasolina e que até os cachorros da Polícia Militar voltem a ganhar a ração necessária para manter a força e o faro.

E, claro, que também todos os outros serviços públicos de responsabilidade do estado voltem a ser prestados com a eficiência que o povo merece. E mais ainda: que na segunda gestão se cumpra pelo menos o que foi prometido para a primeira em relação a investimentos em infraestrutura.

Aí, sim, se a elevação dos impostos for o instrumento mais adequado ao interesse público, "pior" pode se transformar em "melhor": melhor educação, melhor saúde, melhor segurança, e assim por diante.

Mas, como diria o novo secretário estadual da Fazenda, o "importado" economista Mauro Ricardo Costa, a arrecadação suplementar que se espera com a "derrama", da ordem de R$ 1,6 bilhão, não será suficiente para fazer o melhor. Melhor, na acertada opinião dele, é também cortar gastos da máquina pública.

Aliás, foi ele mesmo quem disse que a situação financeira em que o Paraná se afundou se deveu a uma só e elementar causa: as despesas foram maiores do que a arrecadação – lição que até as donas de casa responsáveis sabem de cor.

Somem-se o R$ 1,6 bilhão que será acrescido à receita aos cortes de despesa que precisam ser feitos e se terá, quem sabe, alguma sobra para fazer o que de melhor o povo espera. Mas já se sabe que, apesar disso, no primeiro ano da nova gestão, os investimentos previstos ainda serão menores do que os do último ano da atual gestão.

Na última sexta-feira, Richa anunciou seu novo secretariado. Mexeu aqui e acolá, acertou na escolha do novo secretário do Planejamento, o ex-prefeito de Maringá Silvio Barros. Mas, na média, a equipe manteve praticamente o mesmo perfil – nem melhor nem pior. Os homens que fazem a cabeça do governador, por exemplo, continuaram os mesmos e nos mesmos lugares: Ezequias Moreira como secretário do Cerimonial e Deonilson Roldo na chefia de Gabinete.

Mantém-se, portanto, a dúvida: o que está por vir será melhor para quem, cara pálida?

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