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Celso Nascimento

Entre o melhor e o pior

Logo depois de reeleito, Beto Richa repetiu a sentença segundo a qual "o melhor está por vir", referindo-se ao novo mandato que conquistou. Os paranaenses têm lá suas dúvidas quanto à otimista profecia do governador, pois a única coisa previsivelmente concreta é que a segunda gestão vai começar sob o signo de brutal aumento de impostos a pesar indistintamente sobre os mortais cidadãos.

Ao que parece, portanto, o "melhor", na visão do governador, depende do "pior". Para tirar as finanças estaduais da lama, precisa tirar do bolso do contribuinte. Só tem sentido, porém, "melhorar" o recheio dos cofres públicos se isso significar que, a partir do próximo ano, já não mais falte grana para pagar fornecedores, que as viaturas policiais não parem por falta de gasolina e que até os cachorros da Polícia Militar voltem a ganhar a ração necessária para manter a força e o faro.

E, claro, que também todos os outros serviços públicos de responsabilidade do estado voltem a ser prestados com a eficiência que o povo merece. E mais ainda: que na segunda gestão se cumpra pelo menos o que foi prometido para a primeira em relação a investimentos em infraestrutura.

Aí, sim, se a elevação dos impostos for o instrumento mais adequado ao interesse público, "pior" pode se transformar em "melhor": melhor educação, melhor saúde, melhor segurança, e assim por diante.

Mas, como diria o novo secretário estadual da Fazenda, o "importado" economista Mauro Ricardo Costa, a arrecadação suplementar que se espera com a "derrama", da ordem de R$ 1,6 bilhão, não será suficiente para fazer o melhor. Melhor, na acertada opinião dele, é também cortar gastos da máquina pública.

Aliás, foi ele mesmo quem disse que a situação financeira em que o Paraná se afundou se deveu a uma só e elementar causa: as despesas foram maiores do que a arrecadação – lição que até as donas de casa responsáveis sabem de cor.

Somem-se o R$ 1,6 bilhão que será acrescido à receita aos cortes de despesa que precisam ser feitos e se terá, quem sabe, alguma sobra para fazer o que de melhor o povo espera. Mas já se sabe que, apesar disso, no primeiro ano da nova gestão, os investimentos previstos ainda serão menores do que os do último ano da atual gestão.

Na última sexta-feira, Richa anunciou seu novo secretariado. Mexeu aqui e acolá, acertou na escolha do novo secretário do Planejamento, o ex-prefeito de Maringá Silvio Barros. Mas, na média, a equipe manteve praticamente o mesmo perfil – nem melhor nem pior. Os homens que fazem a cabeça do governador, por exemplo, continuaram os mesmos e nos mesmos lugares: Ezequias Moreira como secretário do Cerimonial e Deonilson Roldo na chefia de Gabinete.

Mantém-se, portanto, a dúvida: o que está por vir será melhor para quem, cara pálida?

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