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O ano letivo está terminando e não consta que nenhuma das 22 mil tevês alaranjadas adquiridas pela Secretaria da Educação por R$ 18.920.000,00 esteja sendo usada em sala de aula e cumprindo as maravilhosas finalidades pedagógicas para as quais foram anunciadas.

A quase totalidade dos aparelhos foi entregue pela empresa vencedora da licitação (a fábrica de móveis Cequipel, maior doadora da campanha de Requião de 2006) no primeiro semestre, mas ainda faltavam os famosos pen drives – dispositivos mágicos que, acoplados à entrada USB, dariam funcionalidade didática aos televisores. No mês passado, a secretaria gastou mais R$ $ 2.625.900,00 para comprar 60 mil pen drives.

Tudo pronto? Não, ainda faltavam os racks metálicos para pendurar as televisões de 29 polegadas numa das paredes das salas de aula. Mas, felizmente, isso também já está sendo providenciado, segundo se constata pelo edital de pregão eletrônico de número 9.643.297-56/PE58 lançado pela secretaria. Por ele, fica-se sabendo que o governo está disposto a gastar mais R$ 3.989.923,46 para adquirir exatos 21.692 racks (curiosamente, 308 unidades a menos do que o número de televisores). A previsão de custo unitário é, portanto, de R$ 183,94.

O modelo definido pela secretaria para os racks, em forma de cantoneira, não é encontrado no mercado como produto de fabricação em série. Terá de ser feito especialmente. O detalhe de que os televisores serão colocados num dos cantos das salas também é intrigante: normalmente, num lado há a porta de entrada; no outro, janelas.

Não se sabe se, depois dos pen drives e dos racks de canto, faltará ainda outro objeto ou dispositivo para botar os televisores em uso. Mas, enquanto isso, sabe-se que o Tribunal de Contas e o Ministério Público permanecem investigando a licitude dos procedimentos da aquisição dos aparelhos. E que no Colégio Estadual do Paraná, o maior e mais importante do estado, a situação continua um caos.

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Tribunal de Justiça condena prisão

O desembargador João Kopitowski estranhou que tivesse sido presa a pessoa que denunciou atos criminosos enquanto que os denunciados permaneceram soltos. Já os juízes convocados José Laurindo de Souza e Líliam Romero – esta atuando como relatora – não viram motivos para a prisão.Com base nestas conclusões, a 2.ª Câmara Criminal do TJ concedeu ontem, por unanimidade, habeas-corpus à agrônoma Elma Romanó. Ex-chefe regional do IAP em Ponta Grossa, Elma ficou 30 dias no xadrez sob a estranha suspeita de que seria a chefe do grupo de policiais, funcionários e fazendeiros reponsável por desmates ilegais e que ela própria havia denunciado.

As explicações do DER sobre o ferryboat

A propósito da nota de ontem sobre a prorrogação por mais seis meses do contrato (vencido há um ano) da empresa F. Andreis para a travessia de ferryboats da Baía de Guaratuba, o DER informa que nova licitação será lançada na segunda-feira. O novo edital, modificado em 95 pontos, substitui o anterior, de agosto passado, impugnado diante das evidências de que estava direcionado para a recontratação da F. Andreis.

O DER diz desconhecer que os ferryboats operados pela F. Andreis foram condenados pela Marinha Brasileira por não atenderem às normas de segurança. A condenação existe desde 2004, os problemas não foram corrigidos e os barcos continuam em atividade graças a decisões liminares obtidas na Justiça.

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Olho vivo

Puxadinho – O governador Roberto Requião mandou construir um "puxadinho" na granja do Cangüiri, lugar da residência oficial. A construção servirá para ampliar o alojamento dos policiais militares que cuidam da sua segurança. Com base no Ofício 182/07 da Secretaria de Obras, ele autorizou abrir licitação, ao custo estimado de R$ 31.159,22 – valor equivalente a duas casas de 40 metros da Cohapar.

Ainda – Dobrandino da Silva ainda está deputado, apesar de confirmada a decisão judicial que cassou seus direitos políticos e, conseqüentemente, o próprio mandato. Mas não se sabe por quanto tempo, pois o Ministério Público deverá obrigatoriamente recorrer do efeito suspensivo que o TJ concedeu ao parlamentar esta semana – a menos que forças ocultas o impeçam. A suspensão permite a Dobrandino ficar deputado enquanto tramitar recurso no STJ.

Perigo – Se colocarem a polícia para investigar o caso de cárcere privado a que o MST submeteu três jornalistas, ontem, em Cascavel, é possível que se descubra que a culpa é deles. Os profissionais cobriam a desocupação de uma fazenda quando foram detidos pelos sem-terra. Correm agora o perigo de ser tão "culpados" quanto o segurança Fábio Ferreira, morto no tiroteio da Fazenda Syngenta, e a agrônoma Elma Romanó, presa após denunciar corrupção de agentes ambientais.

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"Continuamos caindo na armadilha da divisa entre Aécio e Serra."

Do deputado federal Gustavo Fruet, lamentando ter sido preterido na composição do diretório nacional do PSDB por não ter ligações políticas com os governadores de Minas Gerais e de São Paulo.

celso@gazetadopovo.com.br

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