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Olho vivo

História

Um dos mais importantes juristas brasileiros da atualidade, o professor René Ariel Dotti comemora hoje 50 anos de intensa militância profissional. Centenas de amigos de todo o país vão homenageá-lo em ato programado para as 20 horas no Graciosa Country Club. Dotti se notabilizou especialmente como professor de Direito Penal na UFPR; por sua participação na reforma do Código Penal e, sobretudo, por sua luta em defesa das liberdades democráticas.

Errata

No domingo, esta coluna se referiu à advogada Solange Isfer como titular da 3.ª Inspetoria de Controle Externo do Tribunal de Contas, subordinada ao conselheiro Heinz Herwig. A correção é necessária: Solange comanda a 6.ª Inspetoria, vinculada ao conselheiro Hermas Brandão.

Fácil, fácil

O governo estadual ganhou com facilidade o primeiro round para aprovação na Assembleia do polêmico projeto que aumenta em até 500% as taxas do Detran. Votada no início na tarde na CCJ, recebeu um solitário voto contrário – o do deputado petista Tadeu Veneri. Depois, em plenário, o projeto foi aprovado em primeira discussão por 38 a 7. E hoje, em sessão extraordinária, o processo de votação se conclui. Os deputados não temem os efeitos eleitorais: só vão disputar a reeleição dentro de três anos, tempo suficiente para o eleitorado esquecer.

Todas as pesquisas conhecidas até agora não colocam Rafael Greca (PMDB) entre os favoritos na disputa pela prefeitura de Curitiba no ano que vem. Mas, com certeza, ainda que permaneça distante da chance de ganhar a eleição, com a presença desse ex-deputado e ex-ministro a campanha eleitoral promete ganhar a animação e o colorido oposicionista que sua verve literária e o conhecimento sobre Curitiba que acumulou também como ex-prefeito (1993-96) serão capazes de dar.

Para começar, Greca se apresenta como um livre atirador – atira no atual prefeito, Luciano Ducci (PSB), em Gustavo Fruet (PDT) e em Ratinho Jr. (PSC), os três que aparecem embolados na faixa de 25% nas sondagens divulgadas até aqui. A carga maior da munição de Greca, no entanto, já parece direcionada para alvejar principalmente a atual administração municipal.

Foi o que demonstrou no último sábado, quando o diretório curitibano do PMDB reuniu 300 militantes para reforçar a já lançada candidatura de Rafael. Lá, entre frases de efeito como a que copiou do poeta Paulo Leminski – "Quando o presente é insuportável, temos que inventar o futuro" – discursou com críticas que atingiram também o padrinho da candidatura de Ducci, o governador Beto Richa.

Pegou carona, por exemplo, no tarifaço do Detran proposto pelo governador – e aprovado ontem em primeira discussão na Assembleia – para falar das lambanças do caso Consilux, empresa que administrava os radares de trânsito com a qual a prefeitura rompeu o contrato unilateralmente e à qual ficou devendo indenização. "Uma indústria da multa substitui a outra", interpreta.

Mas foi contra o projeto do metrô que Greca pegou mais pesado, classificando-o com adjetivos como "frágil" e "ridículo". Segundo ele, nem sequer há um projeto de engenharia acabado e, portanto, não se pode calcular seu custo. Por isso, poderá custar muito mais do que os R$ 2,2 bilhões anunciados para construir apenas 14 quilômetros de linha, diz ele. "Projeto estreito e limitado quando comparado aos 1.750 quilômetros de linhas de ônibus", criticou.

Quem esteve presente para aplaudir Rafael Greca foi o ex-governador Roberto Requião, presidente do diretório curitibano do PMDB. Aliás, emblemática presença: Rafael paga até hoje o preço de ter se aliado a ele, adversário histórico de Jaime Lerner, abandonando o berço onde nasceu e cresceu politicamente. Desde então, o eleitorado se recusou a repetir as votações recordes com que ganhou várias eleições; ao contrário, nem sequer conseguiu se eleger nos dois últimos pleitos de deputado estadual. Talvez seja esta uma das razões que o fazem figurar com porcentual de apenas um dígito nas pesquisas.

Rafael não acredita que a rejeição a Requião o contamine e nem acha que suas limitadas votações sejam fruto da mudança de grupo político. "O que aconteceu nessas duas eleições é que não tive recursos para fazer minhas campanhas", explica, animado, segundo ele, por importantes adesões que vem recebendo e que podem ajudar a resolver este problema na eleição do ano que vem.

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