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O superintendente do Porto de Paranaguá, o primeiro-irmão Eduardo Requião, deu-se por satisfeito com as explicações dos acusados de cometer atos de corrupção na administração portuária. No prazo determinado por ele, de apenas 12 horas, todos os supeitos entregaram-lhe relatórios em que desmentem as pesadas desconfianças transmitidas na semana passada pelo diretor-técnico Leopoldo Campos ao governador Roberto Requião.

O resultado foi um cartapácio de cerca de 200 páginas, contendo justificativas (algumas chorosas, outras ofendidas) e muitos documentos, entregue ao governador e também, logo em seguida – pasmem! – a esta coluna pelo próprio superintendente Eduardo Requião.

Não se sabe se mereceram o mesmo fidalgo tratamento o Ministério Público, a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), a Procuradoria-Geral do Estado (PGE), a Polícia Federal e outros órgãos, para os quais chegaram também as denúncias de Leopoldo Campos.

O documento merece ser melhor analisado e as investigações aprofundadas, pois por mais infundadas que possam parecer, as denúncias 1) não são anônimas; 2) não foram formuladas por adversários do governo supostamente interessados em obter frutos políticos ou econômicos; 3) partiram de um membro da própria diretoria da administração portuária, nomeado para o posto por merecer a confiança do governador; 4) guardam verossimilhança com muitas das suspeitas que já há tempos chegam a público.

Nesse caso, o melhor que o governador Roberto Requião tem a fazer é dar conseqüência às denúncias, determinando a imediata abertura de uma auditoria independente, ao invés de simplesmente aderir ao movimento de desqualificação do denunciante – como, aliás, o que começou na sexta-feira quando se divulgou que Leopoldo Campos acumula salários indevidos.

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Olho vivo

Royalties 1 – Uma velha questão que não tem merecido atenção do governo estadual está sendo novamente agitada pelo deputado Gustavo Fruet: ele está recolhendo apoios para aprovar projeto de sua autoria que estabelece novos critérios para delimitação do mar territorial brasileiro. Para quem não conhece o assunto, sua iniciativa parece vaga e sem importância – mas na verdade, se aprovada, pode significar a entrada permanente de grandes fortunas, em royalties, para o Paraná.

Royalties 2 – Nos últimos cinco anos, Fruet cercou-se de especialistas de renome nacional e internacional para propor seu projeto. Com base científica, a delimitação que propõe coloca os poços de petróleo e gás, que hoje "pertencem" a Santa Catarina, no mar territorial paranaense. A partir daí, a Petrobrás terá de pagar royalties para o nosso estado e não para o vizinho.

Royalties 3 – O projeto teve parecer contrário do relator, deputado José Guimarães, do PT do Ceará. E poderá ser rejeitado se não houver uma mobilização do governo paranaense, de seus políticos e empresários. Fruet espera que esta mobilização seja sentida já no próximo dia 26, quando a Câmara promoverá uma audiência pública para discutir o assunto.

Irritação – O novo presidente do Conselho da Administração Portuária (CAP), almirante Paulo Vasconcelos, ficou irritado com a atitude do superintente do Porto de Paranaguá, Eduardo Requião, que abandonou a última reunião do colegiado, quinta-feira última, por desavença com outros membros. Vasconcelos – que foi escolhido após acordo do governo estadual com a Antaq – considerou-se desrespeitado.

Aval – Amanhã é o dia em que a Assembléia vai dar o seu aval a uma importante mudança nos rumos da Copel – de empresa energética, pode virar concessionária de pedágio. E aí, ironicamente, poderá se associar à ABCR, velha inimiga de Requião.

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"O governador vai ficar marcado por uma iniciativa utópica, uma fantasia que pode comprometer o futuro da COPEL."

Do deputado Plauto Miró Guimarães, líder do DEM na Assembléia, anunciando que votará contra o projeto que autoriza o estado a criar, com a Copel, uma empresa de pedágio.

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