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Olho vivo

Quase 1

Campeão absoluto em todos os meses no ranking que mede o volume de processos atrasados que atulham suas prateleiras, o desembargador Carvílio da Silveira Filho foi literalmente levado às barras do tribunal na última sexta-feira. Uma representação contra ele foi apresentada ao TJ por uma parte inconformada com o atraso no julgamento de um processo. A representação foi relatada pelo desembargador Onésimo da Assunção, que recomendou ao Órgão Especial que fossem tomadas medidas corretivas.

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Após quente discussão, o Órgão Especial votou contra o relatório e salvou o desembargador por 11 votos contra 10, remetendo a representação para o arquivo. O placar estreito, com apenas um voto de diferença, embora tenha favorecido o réu, mostra estar ocorrendo mudança no tradicional corporativismo com que o TJ trata assuntos que envolvem magistrados. Em tempo: o presidente do TJ, desembargador Carlos Hoffmann, votou pela punição ao colega.

Outra vez

A Copel foi novamente multada pela Aneel, agora em R$ 700,5 mil. Motivo: fiscalizações detectaram a "celebração por parte da empresa de contratos sem a anuência prévia da Aneel, além de despesas com publicidade e propaganda não relacionadas à concessão e em favor da Secretaria de Estado da Comunicação Social do Paraná", segundo informou o último boletim da Agência Nacional de Energia Elétrica.

A viagem de 30 minutos entre Curitiba e Londrina no Aerolula, na tarde da última sexta-feira, pode ter enterrado os últimos temores si­­­lenciosamente demonstrados pelo senador Osmar Dias em assumir o casamento com o PT. O trecho foi quase todo dedicado à conversa entre ele e o presidente Lula exatamente sobre os preparativos para a formalização do casamento.

Se o senador expressava receios de que o PT se serviria dele apenas como uma simples trave para segurar o palanque de Dilma Rousseff no Paraná e que seria bem usado somente quando isso se mostrasse conveniente para os interesses petistas, Lula, segundo relatam testemunhas, tratou de desvanecer os medos de Osmar.

Não, não será assim, teria dito o presidente ao senador, ao mesmo tempo em que prometeu, se Osmar quiser, estar presente no lançamento de sua candidatura ao governo estadual. Presença que – garantiu de novo – se repetirá quan­­­tas vezes for necessária ao longo da campanha, quantas gravações para rádio e televisão forem aconselháveis. Comprometeu-se também – sem citar o PMDB de Requião – a participar pessoalmente das costuras políticas para atrair para a campanha todos os partidos da base do governo. "Você tem tudo pra ganhar essa eleição. Vamos apostar e trabalhar nisso, Osmar", teria afirmado, textualmente.

Sabe-se, contudo, que Osmar não está disposto a declarar já a aceitação da oferta do PT. Prova­­­vel­­mente o fará solenemente apenas em abril, depois de sedimentadas as alianças com outros partidos, para apresentá-los no lançamento da candidatura – com Lula e Dilma presentes – e já com a chapa majoritária (isto é, com os nomes dos candidatos a vice e ao Senado já delineados).

Requião, um estranho no ninho

A reafirmação do interesse do presidente em fazer de Osmar o seu candidato – manifestada subliminarmente na entrevista que concedeu a Luiz Carlos Martins na rádio BandaB e nas referências que fez em outras ocasiões – contrastou com o tratamento que o presidente dispensou ao governador Roberto Requião. Foi com certo constrangimento que, na manhã de sexta-feira, quando desembarcou no Afonso Pena para cumprir programação na refinaria de Araucária, na Cidade Industrial de Curitiba e em Londrina, Lula conversou rapidamente com o governador.

O tratamento não poderia ser classificado exatamente como frio ou hostil, mas ficou evidente a distância que o presidente quis manter de Requião. Sequer esboçou, por exemplo, qualquer gesto de solidariedade quando o governador foi vaiado, antes e depois do seu discurso durante a visita à unidade da Petrobras em Araucária, por 2 mil operários que trabalham nas obras de ampliação da refinaria. O governador passou recibo, chamando de "palhaços" os que o vaiaram, e abandonou imediatamente a comitiva. Sentiu-se um estranho no ninho, onde estavam ecumenicamente presentes e à vontade os três principais representantes das facções políticas que disputam o poder no Paraná: Orlando Pessuti, Beto Richa e Osmar Dias. O governador continuou, porém, presente como assunto unânime dos convivas durante o almoço na Positivo Informática, onde sua ausência preencheu enorme lacuna.

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