Cautelosos em demasia, ouve-se mais “nãos” do que “sins” dos pré-candidatos à prefeitura de Curitiba. Embora cercado de pressões vindas do Olimpo palaciano, Ratinho Jr. (PSC) continua dizendo tímidos “nãos” aos apelos. Para convencê-lo a aceitar o desafio, teriam-lhe acenado com a possibilidade de atrair o deputado Ney Leprevost (PSD) para ser o vice da chapa.
Seria uma forma de unir a “periferia” que Ratinho domina com a simpatia que a classe média curitibana devota a Leprevost. Leprevost respondeu à coluna com dois categóricos “nãos”: não foi procurado e não aceitaria a dobrada.
Uma exceção veio por escrito do presidente do DEM, deputado Pedro Lupion: ele confirmou que, sim, convidou Rafael Greca (PMN) a se filiar ao Democratas e ser seu candidato à prefeitura. Ganharia tempo de TV e participação em debates. Rafael ainda não disse sim ou não, muito pelo contrário. Um não enfático, porém, veio do presidente do Sindicato das Empresas do Transporte Coletivo de Curitiba, Maurício Gulin. Apontado como um dos incentivadores da mudança de Greca, respondeu que não se mete nesses assuntos político-partidários.
Ao longe, disfarçado pela campanha que move contra a administração de Gustavo Fruet, o ex-prefeito Luciano Ducci (PSB) responde com um rotundo não às investidas de áulicos palacianos que o aconselham a sair da disputa para se alinhar a Ratinho, o favorito do momento.
O mais categórico sim parte do candidato do PMDB, o deputado e agora líder da bancada Requião Filho. Que, além das próprias baterias, espera ser ajudado pela campanha de desgaste a que Fruet deverá ser submetido pelos demais candidatos.
Luz vermelha 1
A decisão unânime da 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de negar habeas corpus, na última quinta-feira (4), para o dono da construtora Valor, Eduardo Lopes de Souza e seu filho Gustavo, ambos presos, acendeu a luz vermelha em alguns gabinetes poderosos. Eduardo, pai de um bebê de quatro meses, sofre pressão da família para fazer delação premiada – algo que seus advogados (que também trabalham para o “outro lado”) não querem.
Luz vermelha 2
Em seu voto-relatório, o desembargador José Maurício Pinto de Almeida reconhece que, se for solto, há o perigo de Eduardo atrapalhar as investigações em curso na Operação Quadro Negro. O sacrifício de ser mantido preso e vir a ser condenado a penas altas, são boas razões para o dono da Valor contar o que sabe e incriminar graúdos agentes públicos metidos na maracutaia de pagar R$ 20 milhões da Educação por escolas não construídas.
Mais um
Leva o número 1027161-3 a notícia-crime que o Órgão Especial do TJ encaminhou ao STF. Envolve o nome do deputado Valdir Rossoni, apontado pelo Ministério Público como um dos deputados estaduais que, no passado, mantinham fantasmas na Assembleia. O primeiro despacho favorável à investigação foi do desembargador Sérgio Arenhardt, já aposentado, mas o processo ficou rolando até Rossoni deixar de ser deputado estadual e se eleger federal. Com isso, o processo passa a correr no STF. Rossoni se diz surpreso e tranquilo: já foi investigado e já provou inocência.
Sujeito oculto
O marqueteiro Mauro Rosa, consultor de muitos políticos e ricos empresários brasileiros, revela na revista Piauí de dezembro que foi a seu conselho que o governador Beto Richa passou a atribuir ao PT as suas desgraças. Rosa conta que o tucano bateu à sua casa no Lago Sul, em Brasília, pedindo curativo para os arranhões que sua imagem sofrera após a tragédia de 29 de abril. Diz a revista: “Pode-se assistir, no YouTube, ao discurso que Richa fez depois da visita. Se Rosa mostrar o texto que mandou para ele por e-mail, a fidelidade é total”. Não se sabe o preço do serviço.
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