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Funcionários do Porto de Paranaguá fizeram "vaquinha" para espoucar enorme foguetório na última sexta-feira quando o novo superintendente, Mário Lobo Filho, chegou para assumir o lugar de Daniel Fiel de Souza – respectivamente nomeado e demitido pelo governador Orlando Pessuti. Pela ordem, tinham dois motivos para comemorar: o fim da desastrada era Requião e a volta de um parnanguara para o comando da autarquia.

A festa de Mariozinho – como é mais conhecido o novo superintendente – acabou, no entanto, naquele momento. Dois assuntos urgentes, nos quais deve mergulhar imediatamente, lhes foram deixados de herança pelos dois antecessores. Um deles está sendo investigado pelo Ministério Público Federal e o outro pela Receita Federal.

O primeiro já é bem conhecido. Diz respeito à compra da draga própria do Porto – um investimento de R$ 46 milhões, cuja licitação, sobre a qual pesam suspeitas, foi suspensa pela Justiça. Por meio de uma operação cambial, a Appa até já empenhou o dinheiro para pagar pela aquisição. Pessuti deu ordens a Mário Lobo para que coloque uma lupa sobre o negócio e só conclua a negociação após a solução dos problemas judiciais e do esclarecimento da total lisura de todo o processo de aquisição.

O outro assunto foi revelado dias atrás e tem potencial de ser ainda mais grave do que o primeiro. Está em jogo o prestígio internacional do Porto, arranhado por denúncias de importadores estrangeiros de possível fraude na pesagem da soja embarcada no terminal paranaense: o peso do que lhes chega é inferior ao do que pagaram. A diferença parece não parecer muita – apenas 1% – mas no volume total de 4,6 milhões de toneladas vendidas em 2009 por US$ 1,8 bilhões, a soma pode ser considerável.

Por envolver a possibilidade de sonegação de impostos, a primeira instância de fiscalização é a Receita Federal. Suas equipes concentram atenções sobre as quatro fases do ciclo de controle de peso, tanto em terra quanto a bordo dos cargueiros:

- no carregamento do caminhão no ponto de origem e registrado em nota fiscal;

- na chegada do caminhão no silo (a quantidade do que chega deve conferir com a que saiu do interior);

- no momento do embarque no navio, balanças de fluxo registram o volume que entra nos seus porões;

- após o embarque, nova conferência: a medida, agora, é feita verificando-se o quanto o navio "afunda" na água.

O trabalho dos fiscais é determinar em qual (ou em quais) dessas fases estaria ocorrendo o erro. Tudo pode não passar de uma simples questão de aferição das balanças, sem má-fé de nenhuma das partes envolvidas. No mínimo, porém, pode revelar falhas da administração portuária, fiel depositário das mercadorias e responsável por manter a exatidão das balanças.

Sejam quais forem as causas, fraudulentas ou não, o fato é que o problema coloca o Porto sob suspeição e favorece o surgimento de medidas de retaliação por parte dos importadores. Dentre elas, a desvalorização da soja embarcada por Paranaguá.

Em passado recente, já se constatou problema semelhante: 6 mil toneladas de soja "sumiram" dos armazéns. Na época (2003), o então superintendente, Eduardo Requião, colocou a culpa nos gulosos pombos que infestam o Porto.

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Olho vivo

No ar 1

Entra no ar hoje um conjunto de vídeos da propaganda eleitoral gratuita do PDT. A estrela da série, que envolve temas como educação, cooperativismo, juventude e agricultura, é o senador Osmar Dias. Além do bordão que dá unidade aos quatro filmes – "o futuro com mais amor pelo Paraná" –, a série pretende passar outro recado: eliminar qualquer dúvida ou insegurança quanto à estabilidade da candidatura de Osmar.

No ar 2

A série, que vai ao ar em dias alternados, marca também a entrada em cena do publicitário Sérgio Reis – ex-diretor de marketing do Bamerindus, ex-assessor da Presidência da República (governo FHC) e colaborador de várias campanhas eleitorais. Trabalharam na produção conduzida pela Spin Filmes, também os publicitários Marcos Freitas, Marcos Pamplona e Kico Gemael.

Limites

O Tribunal de Justiça continua debatendo os termos de seu novo regimento. A tentativa é de modernizar a instituição e de aproximá-la da sociedade. Mas na última reunião de discussão essas louváveis intenções esbarraram na derrota de emenda proposta pelo desembargador José Maurício Pinto de Almeida que permitiria total liberdade para a cobertura de sessões pela imprensa. Dos quase cem desembargadores presentes, apenas uma dezena votou pela aprovação da emenda. Prevaleceu a opinião de que, para se precaver dos "sensacionalismos", o TJ deve impor limites à imprensa.

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