A partir de amanhã entra no ar a temporada de comerciais do PDT. Estrelando, o senador Osmar Dias, candidato do partido ao governo do estado. A notícia nem seria tão importante se não se soubesse que, por trás dos anúncios, está a criatividade de uma empresa especializada em transformar candidatos aparentemente sem chances em políticos vitoriosos.
Trata-se da produtora GW, formada por um trio de profissionais que fez fama na direção do Jornalismo da Rede Globo na década de 80: Wianey Pinheiro, Woile Guimarães e Luiz Gonzales. Embora sua sede seja São Paulo, a primeira proeza da GW aconteceu no Paraná em 1990, quando inventou "Zé do Chapéu" o então dono do banco Bamerindus, José Eduardo Vieira, feito senador. Um milagre: banqueiro rico virou figura popular por pouco tempo, é verdade...
Em seguida, a GW trabalhou três outras vezes para eleger prefeitos de Curitiba. A primeira, Rafael Greca, em 1992, e, depois, Cassio Taniguchi em 1996 e 2000. No início das respectivas campanhas, ambos apareciam nas pesquisas bem abaixo dos dois dígitos. É também da mesma produtora a vitória de Jaime Lerner como governador em 1994 e 1998.
Pois agora a GW é a contratada para cuidar da imagem e da campanha de Osmar Dias o que, claro, não lhe garante vitória antecipada: a produtora não é infalível e nem tem tanta sorte, pois também registra pelo menos uma derrota histórica em seu portfólio: a do tucano Geraldo Alckmin em 2006, quando perdeu a eleição para a Presidência para Lula.
Em todo o caso, já será possível, a partir de amanhã, avaliar se a GW será capaz de dar um novo ânimo à campanha de Osmar Dias há vários meses empacada em repetitivas reuniões no interior para a discussão do seu Projeto Paraná.
Já faz algum tempo que deixou de ser o protagonista principal da eleição de governador de 2010 em contraste com o que ocorria há alguns bons meses, quando o PSDB e o prefeito Beto Richa ainda se mostravam dispostos a manter a aliança com o PDT e a apoiar o senador. Nesse meio tempo, após a decisão de Richa de se lançar candidato, o que se viu foi a novela ainda não terminada da provável união de forças de Osmar com o PT de Dilma Rousseff.
São sete os comerciais produzidos sob a direção de Wianey Pinheiro todos eles contando histórias emocionantes de paranaenses anônimos que fazem do trabalho um ato de heroísmo diário.
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Olho Vivo
Sequestro
É da empresa Pinheiro Indústria e Comércio, grande fabricante de fósforos, a vitória obtida no STJ contra o governo do estado para receber R$ 11,7 milhões em precatórios atrasados desde 1999. O valor será sequestrado sem apelação do caixa do Tesouro estadual. Para os curiosos advogados tributaristas e suas empresas, interessados em causas idênticas, o acórdão leva o número RMS 29.014, cujo teor pode ser conhecido no site do STJ.
Arquivo 1
Foi arquivada uma ação de danos morais que corria na 8.ª Câmara Cível do TJ (n.º 4.909.548) movida pelo prefeito Beto Richa e sua família contra o governador Roberto Requião. Ele era processado por injúria, calúnia e difamação por conta de ofensas proferidas na "escolinha" e dele se cobrava indenização. Requião acusou o irmão do prefeito, José Richa Filho, quando diretor do DER no fim do governo Lerner, de ter pago indevidamente R$ 10 milhões para a construtora DM.
Arquivo 2
A família Richa teria perdido interesse em prosseguir a ação? Teria havido um acordo político entre as partes, como alguns maldosos chegaram a imaginar? Os advogados negam firmemente. Dizem que a extinção do processo se deu por uma questão processual, pois há outra ação de teor parecido tramitando em outra instância judicial. Um caso de litispendência, para usar o jargão jurídico.
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A força
A vitória de Ênio Verri para a presidência estadual do PT (até ontem à noite acumulava 75% dos votos) foi uma demonstração de força do ministro Paulo Bernardo e de sua mulher, Gleisi Hoffmann, que deixa o cargo para se dedicar exclusivamente à sua campanha de senadora. Era do casal o trabalho de articulação para fazer do senador Osmar Dias, do PDT, o candidato a governador apoiado por Lula e por Dilma Rousseff.
Por larga maioria, ganhou, portanto, a ala petista que advoga essa aliança, contra as correntes que preferiam o lançamento de candidatura própria. Internamente, contudo, continuará lidando com uma dificuldade: a ala vitoriosa é a mesma que, em grande parte, ocupa postos no governo Requião ácido crítico da aproximação do PT com o adversário Osmar Dias. Verri, o novo presidente, por exemplo, é o secretário estadual do Planejamento.
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