Concluído o inquérito, a Secretaria de Segurança responsabilizou e mandou prender um grupo de agentes penitenciários acusados de tramar a rebelião do mês passado na Penitenciária Central, que resultou em sete mortes. Os funcionários teriam se associado ao famigerado Primeiro Comando da Capital (PCC), falange criminosa que atua nos presídios brasileiros.
Não faz muito tempo, o governo negava que no Paraná o PCC estivesse vivo ou em ação. Agora reconhece, aparentando surpresa. Talvez surpresa não existisse se os serviços de inteligência tivessem sido acionados com rigor quando, há quase dois anos, o secretário Luiz Fernando Delazari foi comunicado pelo deputado Mauro Moraes, ex-PMDB e ex-presidente da Comissão de Segurança da Assembleia, dos seguintes fatos, e se, porventura, já estaria tomando providências:
O PCC está tendo forte atuação nos presídios do estado.
Fugas têm sido facilitadas nas penitenciárias por parte de policiais militares responsáveis pela segurança externa.
O PCC mantém uma sede administrativa e depósito de armamentos em Curitiba.
Um plano de fuga em massa está sendo preparado pela facção criminosa nas penitenciárias comuns e no presídio de segurança máxima.
O deputado Mauro Moraes não recebeu nenhuma resposta do secretário Delazari. Não se sabe, sequer, o uso que fez do papel encaminhado pelo parlamentar. A única certeza é de que, agora, ninguém do governo, muito menos o secretário, pode alegar ignorância sobre os perigos. A rebelião e as mortes não poderiam ter sido evitadas?
Expectativa
Até o fim da tarde de ontem era de expectativa o clima nas hostes do PSDB alinhado ao prefeito Beto Richa. Esperarava-se, ainda, o contato que o presidente nacional do partido, senador Sérgio Guerra, pretendia fazer com o prefeito para entregar-lhe a responsabilidade pela boa condução do processo de escolha do candidato tucano ao governo .
Enquanto o contato não acontecia, o presidente do diretório estadual, deputado Valdir Rossoni, dava continuidade aos preparativos para a reunião de segunda-feira, convocada para indicar o nome do candidato antecipadamente definido como o do prefeito. "É um ato normal", disse ele, acrescentando: "Todos os partidos já indicaram os seus candidatos. O PDT indicou Osmar; o PMDB, Pessuti; e agora o PSDB indicará o seu". Mas admitiu que a instância final de confirmação é a convenção de junho.
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Olho vivo
Avaliação 1
Lembram-se do caso do Graciosa Boulevard, aquele condomínio de luxo que se constrói no Cabral? Lembram-se que, para poder construir área maior no local, o empreendedor compensou a prefeitura de Curitiba com uma indenização equivalente a 10% da avaliação do imóvel? Pois bem: o imóvel avaliado não era exatamente o terreno onde se constroem, apertadamente, oito edifícios de alto padrão.
Avaliação 2
Na verdade, a avaliação foi feita sobre um imóvel situado no Boqueirão, que a prefeitura pretendia usar para ampliar o cemitério do bairro. O município pediu que a construtora do Graciosa Boulevard comprasse o terreno do Boqueirão e em troca daria permissão para ela construir área maior no Cabral. Como o imóvel do Boqueirão tinha problemas documentais, foi deixado de lado. O natural, então, é que o valor da indenização fosse definido pela avaliação da nobre área do Cabral. Mas não: a prefeitura quis que a indenização ficasse em 10% da avaliação do Boqueirão.
Avaliação 3
Este é um dos detalhes arguidos pelos primeiros moradores do condomínio na ação popular que movem contra a prefeitura e contra a construtora. A 4.ª Vara da Fazenda Pública já fez um julgamento liminar da ação e, por prudência, mandou parar as obras em andamento. Dois edifícios já estão prontos e ocupados; quatro estão em fase de construção, e outros dois estão em projeto.
Pega?
Se a moda pegar, em breve todos os desembargadores terão passado por concurso para ingressar no egrégio Tribunal de Justiça. É que, no Rio de Janeiro, o TJ de lá decidiu que os indicados para as vagas do quinto constitucional terão de se submeter a concurso. Não lhes bastará a escolha pela Ordem dos Advogados ou pelo Ministério Público para que sejam nomeados pelo governador. Este processo, conclui o TJ fluminense, costuma sofrer muita influência política, o que contamina o Poder Judiciário. Por isso, desde o dia 13 do mês passado, desembargador no Rio só concursado. Há chance de tal medida ser adotada também no Paraná?
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