Olho vivo
Vidência 1
Experiente parlamentar, que tem rodado o Paraná em busca da própria reeleição, fez suas observações e arrisca profetizar a composição das bancadas da próxima legislatura na Assembleia. Ele dividiu seu levantamento em "chapões" correspondentes às alianças de cada um dos três principais candidatos ao governo do estado. E conclui que o "chapão" que apoia Beto Richa elegerá uns 13 deputados. O PMDB ("apesar do Requião", frisa o parlamentar) deverá eleger talvez nove. Já a aliança PT/PDT, que apoia Gleisi, pode chegar a sete.
Vidência 2
Para chegar perto das 54 vagas, o deputado-vidente acredita que o PSC e demais aliados de Ratinho Jr. farão uma bancada de 12. PP, PPS e PSD, embora independentes entre si, podem somar até nove cadeiras. PTB, PV e PSL, quem sabe, façam um deputado cada um.
Fronteiriço 1
O governador Beto Richa não conseguiu fazer do delegado federal José Alberto Iegas seu secretário de Segurança, em substituição a Cid Vasquez. Mas, se reeleito, talvez consiga. Iegas, experiente delegado que já passou por Londrina, Foz do Iguaçu, São Paulo e que, ultimamente, atuava no estratégico setor de Inteligência da PF, em Brasília, terá, se vier a servir no governo do estado, a missão já definida por Richa de promover a integração das forças estaduais e federais para fiscalizar da fronteira, envolvendo tráfico de armas e drogas e, sobretudo, lavagem de dinheiro.
Fronteiriço 2
Já há levantamentos que lhe permitirão iniciar um bom trabalho na fronteira. Relatório mostrado à coluna é profuso em informações importantes algumas até curiosas, como a que registra que um veículo oficial do governo estadual, descaracterizado, atravessou a Ponte da Amizade, que liga Foz a Cidade de Leste, nada menos de 2.300 vezes nos últimos três anos.
O que era para ser apenas mais uma rotineira reunião do secretariado com o prefeito Gustavo Fruet acabou por gerar, ontem à tarde, boatos de que cabeças poderão rolar logo na administração municipal. Fruet avisou: dá até dezembro, quando completa metade de seu mandato, para que assessores que apresentem baixo desempenho tomem a iniciativa de pedir exoneração. Caso contrário, a iniciativa poderá ser dele mesmo.
A reunião foi a portas fechadas, mas pelas frestas foram captadas informações segundo as quais o prefeito teria informado à equipe que as finanças municipais dão sinais de estagnação. A receita está sendo menor do que o esperado reflexo da paradeira que tomou conta da economia nacional nos últimos tempos. E que, em razão disso, espera que cada secretário faça até o impossível para cortar gastos de custeio da máquina.
Segundo informações vazadas, Gustavo reconhece que alguns setores da sua administração justamente os mais expostos à visão e à crítica da população têm sido os mais prejudicados pelo aperto financeiro. Teria citado entre os exemplos de áreas mais sacrificadas a recuperação e conservação de ruas e calçadas, a manutenção dos parques públicos e obras de menor envergadura. Os setores prioritários para investimentos em detrimento dos outros continuarão sendo os de saúde e educação, que hoje consomem, somados, cerca de 50% da receita corrente líquida. Em números absolutos: R$ 2,5 bilhões por ano, frente a uma receita que não chega a R$ 5 bilhões.
Fruet se manifestou satisfeitos com o desempenho dos dois setores que priorizou: o Ideb divulgado na semana passada mostrou que a educação melhorou: subiu a nota de 5,8 para 5,9 e quase alcançou a meta de 6. Em relação à saúde, o índice de satisfação da população em relação aos serviços municipais variam entre 73% e 95%.
Em razão do aperto do cinto e da continuidade das prioridades já definidas, o prefeito teria sido enfático na determinação: que ninguém pense em projetos novos sem, antes, garantir que darão conta dos que já estão em andamento. Mas quem achar que não dará conta nem do que já está fazendo, que peça o boné antes de dezembro, caso contrário deixará de fazer parte da equipe a partir de janeiro do ano que vem.
Nos dois anos restantes de gestão, Fruet quer concentrar o esforço para entregar o que prometeu: 42 novas creches (que agora os burocratas chamam de Cmeis); o hospital Zona Norte; o restante da Linha Verde; o centro de convenções na Avenida das Torres; e o sistema de drenagem das bacias hidrográficas. Sem falar no início das obras do metrô.
Se ele e seus (atuais) secretários darão conta do recado, são outros quinhentos. Mas a exigência, o alerta aos vagarosos e as promessas que pretende cumprir estão registrados. Sem precisar ir a um cartório.
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