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Olho vivo

Vitória

O governador Beto Richa será o anfitrião do "almoço da vitória" que acontece hoje no restaurante Madalosso. O evento será comemorativo ao "primeiro ano da vitória de 2010", diz o convite distribuídos às centenas entre funcionários públicos e políticos ligados ao governo. Fica claro no texto que a boca é livre: "Você é nosso convidado; venha participar deste grande momento para um novo Paraná". Assinado: Diretório Municipal do PSDB. À mesa principal estará também o prefeito Luciano Ducci, candidato à reeleição apoiado pelo governador.

Mais R$ 25 mil 1

Definitivamente, o senador Roberto Requião virou "freguês de caderno" quando se trata de pagar indenizações por danos morais. Ontem, ele foi novamente condenado a enfiar a mão no bolso para reparar ofensas que perpetrou publicamente em 2004 contra o advogado Cid Campêlo Filho, ex-chefe da Casa Civil de Jaime Lerner. A decisão foi proferida em voto do desembargador Rui Cunha Sobrinho, que arbitrou a indenização em R$ 25 mil.

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Curioso foi o método que o desembargador usou para estabelecer o valor da indenização: no texto do acórdão, ele lembra que Requião foi condenado à mesma pena e pelos motivos em processos motivos por outros desafetos (Guaraci Abreu, Cila Schulman e Ingo Hubert, entre outros) e em todas as vezes prevaleceu a importância de R$ 25 mil. Então, que se mantenha a escrita.

Engana-se quem imaginar que está superado o clima de tensão nos quartéis da Polícia Militar. A polêmica troca do comando da corporação, na semana passada, não serviu para dissipar os muitos motivos de desagrado dos milicianos de alta patente com o governo estadual. A simples substituição do coronel Marcos Scheremeta pelo colega Roberson Bondaruk não resolve atritos pendentes – uns antigos, outros bem recentes.

Presidente da Amai, associação que congrega ativos e inativos da PM, o coronel Elizeu Furquim, lamentou ontem que seu nome e o da entidade tenham sido usados como supostos autores de um longo manifesto em que, entre outras críticas ao governo de Beto Richa, acusa o secretário de Segurança, Reinaldo de Almeida César, como um dos responsáveis pelo "caos que se instalou na segurança pública paranense". O documento pede o imediato afastamento de Almeida César do cargo.

Furquim diz que o documento é apócrifo e que já tomou providências para identificar seus autores e levá-los à Justiça. Entretanto, não nega que as queixas arroladas ao longo de suas 2 mil palavras são verdadeiras e que, de fato, representam o pensamento da maioria na corporação. Entre as queixas está o mal-estar causado pelo modo como o ex-comandante Marcos Scheremeta soube de sua exoneração – isto é, pela imprensa, e sob a falsa alegação de que ele é que pedira afastamento por motivos pessoais.

O presidente da Amai, no entanto, minimiza este motivo como centro das reclamações da Polícia Militar. Ele diz não acreditar que as relações pessoais do ex-comandante com chefes do jogo do bicho que atuam no Paraná tenham servido de motivação para o governo afastá-lo, pois a prioridade ao combate a essa contravenção sempre foi definida pelas autoridades superiores. E aduziu: a PM, na gestão de Schremeta, não diminuiu sua rotina de atuação contra os cartéis do bicho.

Furquim cita pelo menos dois outros motivos de insatsifatação preexistentes, dentre os quais, o mais grave, a omissão do governo estadual quanto ao cumprimento da Emenda à Constituição n.º 64, que instituiu a remuneração dos militares por subsídio (e não mais por soldo) e impôs a exigência do diploma de curso universitário para ingresso na corporação. "A emenda foi aprovada em abril e deveria estar sendo aplicada desde outubro passado, mas nada foi feito", ressaltou Furquim.

Pouco mais recente foi a decisão do governo de "expropriar" o Hospital da PM – cuja manutenção provém de descontos nos salários dos militares – para integrar o sistema do Serviço de Assistência aos Servidores (SAS). À revelia do comando e dos conselhos do Fundo de Assistência da Polícia Militar (FASPM), o hospital foi obrigado a passar a atender os 120 mil servidores estaduais da região metropolitana que antes serviam-se do Hospital São Vicente, cujo convênio com o SAS expirou no mês passado.

Este assunto não está ainda resolvido: o antigo comando e o fundo responsável pelo Hospital da PM recusaram-se a assinar o convênio com a Secretaria Esta­­dual de Administração. Atual­­­mente, presta aos servidores apenas serviços de urgências e emergências, mas mantém a prioridade ao atendimento dos policiais militares.

A expectativa é que o novo comandante, empossado na semana passada, tenha mais chances para buscar a superação da crise entre a PM e o governo do estado.

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