Serra despenca, Beto sobe. Dilma cresce, Osmar não sai do lugar. As pesquisas eleitorais vêm demonstrando esse descolamento entre os candidatos de uma mesma coligação no Paraná. Os últimos Ibope e Datafolha, divulgados na semana passada, mostraram a "virada" dos eleitores em favor de Dilma e a queda de José Serra no Paraná. Mas o correligionário deste, o também tucano Beto Richa, ampliou sua vantagem sobre Osmar Dias, que figura na mesma chapa da presidenciável petista e recebe claro apoio do presidente Lula.
Este quadro de contradições desperta alguma perplexidade entre candidatos e observadores em geral principalmente levando-se em conta que os mesmos institutos apontam altos índices de aprovação dos eleitores paranaenses ao governo Lula. O Ibope, por exemplo, dá 80% de aprovação à administração federal, mas entre os que aprovam o governo Lula, 63% dizem que votarão em Beto Richa e 52% em Osmar.
Tradução: o poder de transferência do prestígio de Lula funciona melhor para Dilma Rousseff aquela que era considerada um poste do que para o experiente e calejado político Osmar Dias. Funciona bem também para a candidata ao Senado do PT, Gleisi Hoffmann, que, mantida a conjuntura atual, tende a fazer mais votos do que seu candidato a governador.
A pesquisa Ibope, no entanto, não chegou ao detalhe de perguntar aos eleitores se eles sabem qual dos candidatos a governador é apoiado por Lula. Talvez a razão do comportamento díspare dos entrevistados seja exatamente este o desconhecimento. Ou não.
Se, de fato, o desconhecimento for motivo plausível para explicar o desempenho de Osmar abaixo das expectativas, é provável que ele passe a ser superado a partir da próxima quinta-feira, 2, quando Lula volta ao Paraná para cumprir uma maratona de comícios em favor de Osmar Dias. Começará por Foz do Iguaçu e, em seguida, ruma para Maringá e Londrina. As próximas pesquisas vão dizer se a visita produziu efeito.
A equipe de Osmar Dias aposta no crescimento do candidato a partir dessa maratona e na repercussão que será garantida no horário gratuito de propaganda eleitoral na televisão.
Serviço:
Pesquisa Ibope/RPC ouviu 1.008 eleitores entre 23 e 25 de agosto e está registrada no TRE sob o nº 25.671/2010. Margem de erro de 3 pontos.
Olho vivo
Parceria 1
A propósito de informação publicada nesta coluna na última sexta-feira, dando conta de que a Receita Federal impôs rigoroso controle ao Porto de Paranaguá para evitar desvio de cargas, o superintendente da Appa, Mário Lobo Filho, faz uma ressalva: as medidas foram tomadas de comum acordo e perfeita sintonia e mútua colaboração entre a Receita e a atual administração portuária. Ambos, segundo Lobo, estão empenhados em resgatar a confiança internacional no terminal paranaense.
Parceria 2
Antes mesmo de as autoridades fazendárias baixarem a portaria 57, dia 19 último, determinando a adoção de providências, a Appa já havia publicado, em julho, a Ordem de Serviço 120 dispondo sobre as mesmas providências, segundo esclareceu o superintendente. Tais providências estabelecem normas para o "monitoramente de pesos embarcados no corredor de exportação para evitar divergências", diz Lobo.
Parceria 3
O abalo de confiança no Porto de Paranaguá se deu há meses, ainda sob a administração de Eduardo Requião e Daniel Fiel de Souza, quando importadores europeus denunciaram que as mercadorias chegavam em quantidades bem menores do que as previstas em suas aquisições, com diferenças acima das margens de tolerância admitidas internacionalmente. A partir de então, soja e outros grãos exportados para a Europa via Paranaguá passaram a sofrer redução de preço para compensar as diferenças, com graves prejuízos para os produtores paranaenses.
Limpeza
O deputado Ney Leprevost radicaliza e amplia os efeitos da Lei Filha Limpa: ele quer que os condenados por crimes do colarinho branco, corrupção, improbidade, tráfico de drogas e crimes contra a vida não apenas percam o direito de candidatar-se, como também fiquem impedidos de exercer cargos públicos no âmbito de todos todos os Poderes no Paraná. É o que reza o anteprojeto de lei que protocolou na Assembleia. "Temos que manter as raposas vem afastadas dos galinheiros", afirma Leprevost. A proposta deve ser apreciada ainda antes das eleições.
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