Pronto: a aliança de oposição rachou. Se depender do que se viu e ouviu ontem durante o encontro do PDT paranaense, Osmar Dias não abrirá mão da candidatura ao governo em 2010. E pelo que se sabe, o PSDB também não pode dispensar Beto Richa da mesma missão. Logo, Osmar e Beto vão se enfrentar nas urnas – logo eles que vinham jurando recíproca fidelidade.

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Esse era o quadro no dia de ontem. Hoje, amanhã ou depois pode ser diferente, porque as nuvens políticas mudam de forma e posição o tempo todo, ao sabor dos ventos.

Mas o fato é que – estamos falando de ontem – o PDT reuniu seus prefeitos, vereadores, dirigentes municipais, deputados e até um ministro de Lula para aplaudir o presidente estadual do partido no momento em que ele reafirmou ser irreversível e inegociável a sua candidatura. O ministro presente era o do Trabalho, Carlos Lupi, presidente nacional da sigla, que discursou para dizer a mesma coisa: a candidatura de Osmar é a prioridade nacional número um do PDT.

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Previdentemente, para não despertar reações fora de hora, nem Osmar nem o ministro mencionaram publicamente a viabilidade de uma aliança com o PT, o grande sonho do presidente Lula para garantir palanque forte para a presidenciável ministra Dilma Rousseff no Paraná.

Pelo contrário, Osmar até disse preferir que sua candidatura seja referendada pelos mesmos partidos que, desde 2004, formam a frente de oposição no Paraná (PDT, PSDB, PP, PPS e DEM) e que foram responsáveis pela vitória estupenda de Beto Richa no primeiro turno em 2008.

Acontece que os tucanos pensam do mesmo modo: eles acreditam que precisam de um nome forte de suas próprias fileiras para dar o necessário suporte ao seu presidenciável, o governador José Serra. E esse nome forte atualmente é justo um dos antigos aliados de Osmar, o prefeito Beto Richa.

Mas ainda há muita água para correr debaixo dessa ponte. Nem se deve considerar que, de acordo com a conjuntura política estadual e nacional que estiver prevalecendo nos primeiros meses de 2010, Osmar e Beto sejam obrigados a repensar suas pretensões. Mesmo porque, como candidatos opostos, arriscam-se demais.

Beto Richa, por exemplo, terá de largar o segundo mandato de prefeito antes da metade e pode não se eleger governador. E Osmar também se arrisca a perder uma reeleição garantida para o Senado em troca de uma duvidosa vitória para o governo.

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Situação e oposição no TJ

Cinco cargos estão em disputa no Tribunal de Justiça. Os 120 desembargadores que compõem a instituição elegerão em dezembro o presidente, dois vices e dois corregedores (um deles, adjunto). Há dois candidatos para cada vaga. As candidaturas são individuais, isto é, não há chapas. Pelo menos não formalmente.

Na prática, porém, os candidatos estão divididos em dois grupos bem distintos. Um dos grupos representa, digamos, a situação. Seria a "chapa branca". Conta com o apoio do atual presidente, desembargador Vidal Coelho (que até pretendeu, por meio de uma resolução derrotada, evitar que magistrados com menos anos de casa se candidatassem) e dos magistrados mais antigos.

O outro, de oposição, está mais ligado à parcela dos novos, os que se tornaram desembargadores mais recentemente como resultado da fusão do extinto Tribunal de Alçada ao Tribunal de Justiça. À época da fusão, eram 70 os membros desse grupo, que, em geral, se mantiveram unidos porque eram vistos como alienígenas.

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Embora não se tenham dividido exatamente sob tais critérios, pois sofreram outras influências nos últimos anos, as chapas estão assim constituídas:

Situação – Carlos Hoffmann (presidente), Ruy Fernando de Oliveira (1.º vice), Ivan Bortoleto (2.º), Sergio Arenhart (corregedor-geral) e Rogério Coelho (adjunto).

Oposição – Celso Rótoli de Macedo (presidente), Lauro Augusto Fabrício de Melo (1. vice), João Manassés de Albuquerque (2.º), Valdemir Rocha (corregedor) e Paulo Roberto Hapner (adjunto).

Há um candidato "independente": João Kopitowski, que quer ser corregedor-adjunto.

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Olho vivo

Diretas já 1

No dia 20, todas as escolas públicas estaduais do Paraná vão votar para eleger seus novos diretores. Menos a maior, mais tradicional e mais importante de todas as escolas – o Colégio Estadual do Paraná (CEP). Lá não se fala em eleição: seu diretor é escolhido e nomeado pelo secretário da Educação, como é o caso da atual, a professora Madselva Freiges, pivô de dois anos de confusão no colégio.

Diretas já 2

Não haverá eleição no CEP, mas haverá um plebiscito, organizado pelo Comitê das Diretas Já e o grêmio estudantil, com o apoio da APP-Sindicato. O plebiscito vai perguntar à comunicade (professores, pais e alunos) se é a favor de eleição no colégio. O resultado será levado ao governador.

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