O mercado mundial vai ensinar ao governo do Paraná que a guerra que move contra a soja transgênica está perdida. Já não restam aos irmãos Requião – Roberto, o governador, e Eduardo, o superintendente do Porto de Paranaguá – recursos e manobras para impedir o avanço do grão geneticamente modificado.

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Todas as dificuldades criadas ao longo dos últimos quatro anos foram derrubadas pela Justiça. A primeira derrota se deu quando foi judicialmente anulada a lei estadual que impedia o plantio, o transporte e a comercialização de soja transgênica em território paranaense. Depois, caiu também a proibição de embarques do produto pelo Porto de Paranaguá. E, por último, na quinta-feira, o silo público, também por força de decisão judicial, deixou de ser reduto exclusivo para a soja convencional.

Sobrou para o governo apenas a pregação de caráter quase pentecostal contra os transgênicos. Contam-se muitas histórias para convencer os produtores a não usar sementes modificadas, mas a cada dia diminui o número daqueles que preferem as convencionais.

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Apesar do discurso, a resistência desses já poucos produtores tende a diminuir ainda mais na próxima safra. O mercado falará mais alto. A matemática é simples: a demanda internacional por soja – seja convencional, seja transgênica – é tão grande e está crescendo tanto que os preços já subiram de 220 dólares por tonelada para 300. E vai subir ainda mais, pois os Estados Unidos decidiram que, no ano que vem, vão diminuir suas exportações em 5 milhões de toneladas. E isso vai valorizar o produto ainda mais.

Como a soja transgênica é mais segura e lucrativa, a previsão é de que aumente a adesão dos produtores a ela – de pouco ou nada mais valendo a pregação do governo.

Olho vivo

Radares 1 – A promotora Adriana Vanessa Rabelo Câmara, da Promotoria de Justiça de Proteção ao Patrimônio Público de Curitiba, recomendou à prefeitura e à Urbs para que verifiquem se as dívidas tributárias municipais da Consilux estão em dia. Caso contrário, pede que o contrato com a empresa – que aluga à prefeitura os radares de trânsito – seja rompido, conforme nota publicada na última sexta-feira.

Radares 2 – A Consilux, porém, rebate: a empresa, por meio de seus advogados, manda avisar que já não tem pendências com o fisco municipal, como atestam certidões negativas emitidas pela própria prefeitura. Assim, diz a Consilux, "como não há e não houve irregularidade, a recomendação [da promotora] é vazia".

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Condor 1 – O deputado paranaense Alceni Guerra (DEM) foi um dos poucos parlamentares a protestar na Câmara contra o ato do governo brasileiro que mandou de volta para Cuba os atletas que abandonaram a delegação de Cuba que participou do Pan, com a intenção de não retornar para seu país. Localizados pela Polícia Federal, foram logo embarcados de volta.

Condor 2 – A atitude do governo de não oferecer oportunidade de asilo aos atletas fez Alceni Guerra lembrar-se da Operação Condor – aquele acordo secreto dos idos da década de 70 entre os ditadores do Brasil, Argentina e Chile pelo qual trocavam informações e presos subversivos. "Seria Operação Estrela Vermelha? Quem pediu a prisão dos cubanos que queriam asilo no Brasil? Fidel Castro, Evo Morales, ou o ilustre presidente da Venezuela", perguntou Alceni.

Fiep – Amanhã é dia de eleição na Federação das Indústrias do Paraná. Os últimos dias de campanha foram quentes: dossiês apócrifos contendo pesadas acusações contra as duas chapas concorrentes circularam abundantemente pelas redações dos jornais.